terça-feira, 1 de agosto de 2023

Selo "180 Anos do Olho de Boi", 2023, Brasil


 

Selo "180 Anos do Olho de Boi", 2023, Brasil
Selo


Hoje (01/08/2023) é o Dia Nacional do Selo, e os Correios estão comemorando a data de uma forma muito especial: lançando uma releitura do primeiro selo postal brasileiro, o Olho de boi, que completa 180 anos neste 1º de agosto. Os eventos de lançamento acontecerão em Brasília/DF, Recife/PE e Ribeirão Preto/SP.
A releitura do Olho de boi chega pelas mãos do artista Fábio Lopez, que usou a computação gráfica para adicionar (pós-)modernidade aos três selos originais, de 30, 60 e 90 réis. Os selos ganharam cores marcantes, porém, mantendo os arabescos característicos da obra homenageada. O resultado remete à arte pop, que tem o estadunidense Andy Warhol como um de seus maiores representantes.
Essa é a mais recente releitura do primeiro selo postal brasileiro, cuja arte já figurou em inúmeros selos e blocos comemorativos. Em 1943, por exemplo, os Correios lançaram uma edição comemorativa pelos 100 anos do selo postal nacional, mantendo as cores do Olho de boi original e acrescentando a impressão das frases “centenário do selo postal” na parte de cima, “Brasil Correio” na parte de baixo, e “centavos” logo abaixo do número. O bloco comemorativo do centenário trazia as imagens do Imperador D. Pedro II e do Presidente Getúlio Vargas. Em 1993, a edição comemorativa pelos 150 anos do selo teve na arte personagens da Turma da Mônica. Entre 2011 e 2013, os selos de 30, 60 e 90 réis foram relançados em suas versões em bronze, prata e ouro, em comemoração aos 170 anos do Olho de boi.
O Olho de boi entrou em circulação em 1º de agosto de 1843, fazendo do Brasil o segundo país do mundo a emitir selos postais, atrás apenas da Inglaterra, que havia lançado o Penny Black três anos antes, em 1840. Vale registrar que a cidade de Zurique, na Suíça, tem um selo datado de março de 1843, ou seja, cinco meses antes do Olho de boi, mas que não entra na conta porque não foi de circulação nacional, ficou restrito apenas à cidade onde foi criado. Também há registros de selos locais em províncias da França.
Enquanto a Inglaterra estampou o perfil da Rainha Vitória no Penny Black, no Brasil, a ideia de colocar a imagem de D. Pedro II em um objeto que seria “manchado” por um carimbo na postagem e que poderia ser rasgado e jogado no lixo não foi julgada adequada. Assim, o Olho de boi saiu apenas com os valores impressos, de 30, 60 e 90 réis. Cada valor foi decorado com arabescos florais, e o formato arredondado da imagem final lembrava um olho de boi, daí o apelido, que virou nome oficial do selo.
A emissão do Olho de boi revolucionou o tráfego postal brasileiro ao introduzir o pagamento pela carta no ato da postagem. É isso mesmo, antes dele, quem pagava pelas correspondências era o destinatário, no ato do recebimento. A mudança foi parte de uma reforma postal, aprovada pelo Congresso em 1842, que, entre outras inovações, modificou a forma de taxação das cartas. O valor passou a ser fixado pelo peso da correspondência e pelo meio de transporte escolhido, independentemente da distância percorrida. Para se ter uma noção, um objeto de 15 gramas, por exemplo, custava 60 réis por terra e 120 réis por mar, e esse valor ia subindo progressivamente (a cada 7 gramas excedentes, o remetente pagava mais 30 réis se o objeto fosse por terra, e 60 réis se fosse por mar).
O Olho de boi circulou até julho de 1944, quando foi substituído pelo Inclinado, com arte similar, mas cujos números eram grafados como que em itálico. Acredita-se que foram emitidos cerca de 3 milhões de selos Olho de boi, a maior parte deles destinada à província da Bahia.

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