Monark Monareta, Brasil
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Uma das marcas de bicicletas mais tradicionais do Brasil voltou a ficar em evidência na última semana. Fundada em 1948, a Monark viu suas ações oscilarem após escândalo envolvendo um "podcaster" idiota, defensor do nazismo, que usa o nome da marca como apelido. A marca chegou a emitir um comunicado afirmando que não tem envolvimento com tal pessoa.
Voltando ao tema, a Monark bateu de frente com a hegemonia da Caloi ao longo de três décadas e chegou a vender mais de 2 milhões de bicicletas em apenas um ano. Nos anos 80, a fabricante brasileira se arriscou no mundo das mobiletes, se tornando um grande objeto de desejo dos jovens. Mas antes de chegarmos à Monareta AV-X, vale a pena contar um pouco da história da Monark e as características que a fizeram um sucesso.
Se você era criança ou adolescente entre 1965 e 1985, provavelmente gostaria de ganhar uma Caloi de Natal. Por outro lado, fundada no bairro da Bela Vista, em São Paulo (SP), a Monark oferecia opções de bicicletas mais acessíveis que a rival – tudo que um país em crise, em plena ditadura militar, precisava.
A bicicleta Monareta chegou ao Brasil no início dos anos 60 com opções dobráveis, para adultos e crianças. Era possível desmontar sua bicicleta para transportá-la com facilidade nos carros mais espaçosos da época. Essa versatilidade fez a Monark ganhar espaço e incomodar a Caloi.
Entre os anos 70 e 80, a Monareta foi lançada nas versões Centauro, Brasil de Ouro, Águia de Ouro e Olé 70, com propostas e visuais diferentes. Sempre que a Monark apresentava um novo projeto, a versão atual era “rebaixada” para modelo de entrada no ano seguinte.
Além da versatilidade, outro ponto de destaque da Monark nessa época era a customização. As bicicletas eram oferecidas em várias combinações, e o dono ainda poderia levá-la a uma oficina para trocar o estofado do selim, mudar as cores ou instalar acessórios.
Ainda que o Brasil não tivesse envolvimento na Guerra Fria – o conflito político entre os Estados Unidos e União Soviética –, não ficou isento de suas consequências. Em 1973, os países árabes exportadores de petróleo proclamaram um embargo. Isso fez os preços da gasolina subirem em todo o mundo.
Eis que surge a necessidade de veículos menores e mais econômicos. As melhores alternativas da época eram as mobiletes, e quem largou na frente nessa briga foi a Caloi, ainda em 1973, com licença da própria marca francesa Mobylette.
Assim como Danone, Cândida e Jacuzzi, o nome Mobylette se tornou forte ao ponto da marca substituir a denominação “ciclomotor” no vocabulário dos brasileiros. Sendo assim, a Monareta AV-X também era chamada de mobilete, causando certa confusão.
A Monark foi a primeira fabricante de motocicletas do Brasil, produzindo o modelo Centrum 125cc em 1950. Entretanto, seu grande sucesso foi a mobilete Monareta AV-X, que chegou nos anos 70.
A Monareta tinha motor de 49,9 cm³ e dois tempos, capaz de desenvolver 3 cv de potência a 6.000 rpm. Ainda que o conjunto fosse extremamente rudimentar, com o atraso tecnológico em decorrência da suspensão das importações durante a ditadura, o fabricante declarava consumo de 60 km/l.
A produção da mobilete da Monark foi suspensa na metade dos anos 90, com a queda nas vendas da categoria. A fabricante seguiu produzindo bicicletas, porém sem o mesmo vigor de outrora. As mountain bikes se tornaram populares no Brasil naquela década, e a Caloi aproveitou para ampliar seu mix de vendas. Além disso, outras fabricantes, como a Sundown, ganharam espaço.
Atualmente, com a gasolina a R$ 8 em algumas regiões, as bicicletas voltaram a se popularizar nos grandes centros urbanos, com o público buscando novas opções para economizar. Neste cenário, um remake desses veículos faria sentido?
Nota do blog: Tive uma do modelo que substituiu o da imagem, a S 50, mais moderna e atualizada, mas ainda assim feia em relação ao modelo da concorrente Caloi (que era preferida da molecada, quem comprava a da Monark o fazia pelo preço, mais barato). Importante dizer que embora fosse econômica no consumo, o produto gastava essa economia de combustivel em manutenção, muitas peças eram de bicicleta, não condizentes com a durabilidade que deveriam ter em um veículo motorizado. Acredito que não devam voltar a ser produzidas pois as alternativas elétricas atualmente existentes são bem mais modernas, duráveis, limpas e econômicas. Melhor ficarmos com as memórias...
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