quinta-feira, 11 de julho de 2019

Edifício Martinelli, São Paulo, Brasil

Edifício Martinelli, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia



A concorrência para a execução da obra foi realizada em 1924. Com apenas sete anos de formados na Escola Politécnica de São Paulo, venceram os engenheiros José de Campos Amaral e Raul Silveira Simões. Os trabalhos de fundação foram extremamente dificultosos: o terreno na ladeira da São João apresentava um desnível de 9 metros entre as ruas São Bento e Líbero Badaró. A fundação por sapatas seria executada 7 metros abaixo do nível do solo da Libero Badaró, exigindo portanto, um altíssimo volume de escavação. A água brotava do terreno como se ali houvesse uma nascente. A quantidade de madeira empregada no escoramento foi de tal monta que tornou até difícil encontrar material suficiente. Isso levou a dupla de engenheiros a quase falência — Martinelli foi implacável e sem qualquer ajuda financeira, exigiu o cumprimento do contrato estabelecido.
Quando os problemas já estavam solucionados, Martinelli cancelou o contrato e resolveu tocar a obra quando a construção atingia o nível da rua São Bento. Seu sobrinho, Italo Martinelli, recém-formado na Escola de Engenharia Mackenzie, assumiu a responsabilidade da empreitada, o sonho do tio excêntrico. Em 1928, de forma repentina, Martinelli decidiu ampliar a quantidade de andares para ficar mais próximo do céu — de 14 para 20 a partir da rua São Bento e 23 a partir da Libero Badaró. Encomendou uma revisão no projeto (assinada pelo engenheiro José de Freitas), e entrou na prefeitura com o pedido de substituição de plantas. O resto, a história conta.

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