domingo, 21 de julho de 2019

O Sepulcro Indiano 1959 - Das Indische Grabmal












O Sepulcro Indiano 1959 - Das Indische Grabmal
Alemanha / França / Itália - 102 minutos
Poster do filme


Após escaparem das garras de Maharajah Chandra, o arquiteto Harold Berger (Paul Hubschmid) e a dançarina Seetha (Debra Paget) são recapturados no deserto quase mortos. O Maharajah magoado por ter sido traído pelo seu amigo (Harold) e sua amada (Seetha) decidiu contratar o arquiteto Walter Rhodes (Claus Holm), que também é colega, amigo e esposo da irmã de Beger (Irene Rhodes / Sabine Bethmann), para construir uma enorme tumba para enterrar a mulher que o traiu…

Ao mesmo tempo o irmão de Chandra (Príncipe Ramigani / René Deltgen), movido pela inveja, com o apoio de monges e nobres descontentes com o governo de Chandra, conspiram tomar o Palácio de Eschanapur. O casal apaixonado será colocado de frente com vários perigos para separá-los…

Continuação do ótimo O Tigre da Índia (1959) e terceira versão cinematográfica da obra de Thea von HarbouO Sepulcro Indiano é aquele tipo de filme que facilmente nos enche os olhos com sua beleza, mas consegue, em igual medida, nos fazer revirá-los a cada grupo de cenas, tamanhas são as facilidades e conveniências às quais o roteiro se permite. Tudo isso para narrar a conclusão de uma história de amor improvável (e tornada impossível) entre um arquiteto alemão e uma belíssima dançarina hindu, interpretada por Debra Paget.

O drama segue a mesma linha de argumento deixada no primeiro longa. O narrador faz uma retomada breve dos acontecimentos da obra anterior e dá rapidamente o tom de emboscada e caça a um inimigo, estando, de um lado, o Marajá Chandra (Walther Reyer), lutando contra seus demônios e procurando infligir em Seetha e Harald (Paul Hubschmid) uma punição que o faça se ver livre da vergonha da rejeição e, inconscientemente, que sublime o desejo guardado pela dançaria do templo. Existe uma tensão erótica na obra, que se estrutura na prática como um estranho triângulo amoroso, mas o roteiro se esparrama por tantos lados possíveis que o espectador não consegue aproveitar bem as sugestões mais instigantes do enredo.

Até poderíamos citar a sequência em que Seetha é colocada sob julgamento da deusa e, diante de uma grande imagem, precisa dançar e “encantar” uma serpente, sem ser picada. O figurino minúsculo utilizado por Debra Paget expõe ainda mais a sua beleza e faz de sua presença ali o grande destaque. Mas se compararmos este momento com uma mesma cena de dança do primeiro filme, constatamos que, exceto a beleza da atriz, todas as outras coisas estão muito abaixo em qualidade. A coreografia, a direção e a montagem parecem assinadas por uma equipe criativa completamente diferente e tudo se torna ainda mais problemático quando vemos os fios que seguram a serpente aparecerem o tempo inteiro nas filmagens, com direito a um incompreensível e horrendo close da dançarina diante do animal mortal e os fios ali mostrados abertamente para quem quisesse ver.

À história de amor mistura-se uma intriga palaciana com um golpe de Estado sendo preparado pelo príncipe Ramigani (René Deltgen), o ambicioso irmão do Marajá. Talvez fosse possível aproveitar esse bloco da fita se esses eventos tivessem uma construção mais escrupulosa, algo que não ocorre. A questão é que nem a montagem ajuda a organizar esses eventos e, constantemente, passamos para cenas de amor, cenas de um arquiteto reclamando, cenas da irmã de Harald agindo de maneira estúpida, cenas dos tormentos do Marajá, da prisão de Seetha, da construção de uma tumba… Existem muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo e elas não estão bem conectadas ao longo da obra, o que faz do resultado final uma bagunça que só ganha mesmo algum destaque pela esplêndida fotografia, direção de arte e figurinos. A trilha sonora também tem bons momentos, mas não ao longo de toda a projeção.

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