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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022
Hotel Bella Vista, Maceió, Alagoas, Brasil
Hotel Bella Vista, Maceió, Alagoas, Brasil
Maceió - AL
Fotografia - Cartão Postal
O Hotel Bella Vista foi inaugurado às 13 horas do dia 21 de junho de 1923. No local onde foi construído funcionou o antigo Hotel Universal e depois o Hotel Petrópolis, na antiga Boca de Maceió, que abrangia uma área que hoje está ocupada pela Rua do Comércio (trecho que foi Rua da Ladeira e Ladeira do Palácio), Praça dos Palmares e a Rua Barão de Anadia.
Na inauguração, com presença do governador Fernandes Lima e de outras autoridades, foi oferecido um banquete. As músicas ficaram por conta das bandas da Polícia Militar, do 20º Batalhão de Caçadores e da Orquestra do Cinema Floriano.
O prédio foi projetado para ser a residência do penedense Arsênio Fortes, um comerciante bem-sucedido em Maceió.
Durante a construção, seu proprietário resolveu utilizar o palacete como hotel e organizou uma firma, a Sociedade Anônima Bela Vista Palácio Hotel.
O novo projeto foi do arquiteto alemão Guilherme Jâgerfeld e tinha três andares, com 30 metros de altura, ocupando uma área de 1.400 m2. Dispunha de 40 quartos e cinco terraços mosaicados e artísticas balaustradas.
Um detalhe: a frente do hotel sempre foi voltada para a Ladeira do Palácio, da mesma forma que o Hotel Petrópolis, aquele que se orgulhava de não ter mosquitos.
No livro Memórias, Discursos, Artigos e Rimas, de A. C. Simões, há uma referência a existência de um “elevador-gaiola” no hotel, e a informação que este teria sido o primeiro edifício de Maceió a utilizar tal recurso.
Possuía energia elétrica fornecida por um gerador a gás. A água consumida no hotel era própria, retirada por bomba elétrica de um poço tubular artesiano de 46 metros de profundidade.
Bráulio Leite Júnior, no seu livro Outras histórias de Maceió, revelou que o embaixador português e escritor dramaturgo Júlio Dantas hospedou-se no Bella Vista em 1924 e deixou o seguinte comentário: “Tenho a impressão de que estou numa terra de príncipes, pois este hotel é um dos mais bonitos do Brasil”.
Revelando a sua importância para a cidade e para a sociedade local, no dia 11 de junho de 1924, no salão do restaurante do Hotel Bella Vista, o dr. Homero Galvão, representando a Associação Comercial, fez a saudação ao governador Costa Rego, que estava sendo empossado.
Dois anos depois de inaugurado, no dia 31 de março de 1925, o hotel fechou as portas, só reabrindo no dia 15 de março de 1926. Voltou a fechar no dia 15 de março de 1928.
Em 1929 foi à leilão. Arrematado pela empresa de seguros Aliança da Bahia, passou a ser administrado por Romeu dos Santos e depois foi negociado com Adib Robay, quando passou a se chamar Bella Vista Palace Hotel.
Segundo Roland Benamor, que morou com seu pai por muitos anos no hotel, Adib Robay era um turco que tinha o costume de ir dormir às 17h e acordar às 4h da manhã para que os viajantes não deixassem o hotel sem pagar a conta.
Benamor informou ainda que Adib, “apesar de ter sido dono de três hotéis em Maceió, ficou pobre e os antigos viajantes que se hospedavam no Bella Vista se cotizaram para que ele pudesse voltar para a Turquia“.
O Bella Vista fechou as portas definitivamente no início dos anos 60 e começou a ser demolido no final daquela década. Suas ruínas só foram retiradas em 1969 para dar lugar ao prédio do INAMPS, atual INSS, que foi inaugurado em 1974.
O economista Eduardo Lima lembra quando começou a retirada dos escombros em 1969. Segundo ele, “foram comprados pelo comerciante Murilo Nogueira, dono da loja A Tartaruga. Os restos do Bella Vista serviram de aterro do mangue onde hoje é o mercado (antiga CEASA)”.
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