sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Lancia Fulvia Sport Zagato 1967, Itália

 













Lancia Fulvia Sport Zagato 1967, Itália
Fotografia


A Lancia é um dos fabricantes mais antigos do mundo, com boa parte dos seus 115 anos dedicados aos avanços tecnológicos. Entre os seus pioneirismos estão o sistema elétrico (1913), a estrutura monobloco, o motor V4 (1922), o câmbio de cinco marchas (1948) e o motor V6 (1950).
Um de seus modelos mais renomados é o Fulvia, apresentado na forma de sedã, em 1963. Obra-prima do engenheiro Antonio Fessa, o Fulvia Berlina se destacava pelo compacto V4 equipado com um único cabeçote de alumínio, solução técnica possível devido ao pequeno ângulo entre as bancadas dos cilindros.
Dois anos depois, surgiu o Fulvia Coupé, menor distância entre eixos e estilo inspirado nas lanchas Riva. A partir dele foi desenvolvido o Fulvia Sport, com uma carroceria mais leve e aerodinâmica desenvolvida pela encarroçadora Zagato na comuna de Rho, nas imediações de Milão.
Era produzida artesanalmente em Peraluman 25, uma exótica liga de alumínio e magnésio. As linhas definidas pelo projetista Ercole Spada eram marcadas pelo teto em queda suave, indispensável para redução do arrasto aerodinâmico.
Projetado por Ettore Zaccone Mina, o V4 de 1.216 cc do Fulvia Sport era alimentado por dois carburadores Solex 32 PHH horizontais. Seus 80 cv eram direcionados às rodas dianteiras por um câmbio manual de quatro marchas e o trem de força se apoiava sobre um sofisticado subchassi, bem como a suspensão dianteira por braços duplos sobrepostos e mola semielíptica transversal.
A velocidade máxima de 169 km/h era substancialmente superior à do Fulvia Coupé em razão da melhor aerodinâmica e a aceleração de 0 a 100 km/h, realizada em pouco mais de 13 s. O sofisticado sistema de freios a disco nas quatro rodas contrastava com a simplicidade da suspensão traseira, com eixo rígido, barra Panhard e molas semielípticas.
A cilindrada aumentou para 1.298 cc em 1966, dando origem ao Fulvia Sport 1.3: a potência subiu para 87 cv e pouco tempo depois a carroceria começou a ser produzida em aço, ficando o Peraluman restrito a capô, portas e tampa de acesso ao estepe.
Em 1968, surge o Fulvia Sport 1.3 S com 92 cv devido à taxa de compressão mais alta e carburadores Solex 35 PHH. Tecnicamente mais refinado, o Fulvia Sport manteve-se longe dos ralis. Mas cerca de 27 unidades foram preparadas entre 1967 e 1969, obtendo vitórias significativas nas 24 Horas de Daytona e nas 12 Horas de Sebring.
O sucesso nas competições não teve reflexo na situação financeira da Lancia, que foi adquirida pela Fiat em 1969. Sob nova direção, chegou a segunda geração do Fulvia Sport em 1970.
O Fulvia Sport 1.3 S é o novo modelo de entrada, com câmbio de cinco marchas, suspensão redimensionada, relação final de transmissão mais longa, pneus mais largos e alternador no lugar do dínamo. Todos os painéis da carroceria passam a ser produzidos em aço e a traseira recebeu lanternas do Peugeot 204.
Acima estava o Fulvia Sport 1600, impulsionado pelo mesmo motor do lendário Fulvia Coupé Rallye 1600 HF. Era o mais veloz de todos os Fulvia, com 115 cv capazes de levá-lo aos 190 km/h.
Entre os opcionais estavam as belas rodas de alumínio Campagnolo ou Cromodora. Apenas 800 unidades foram produzidas. A produção do Fulvia Sport foi encerrada em 1972, totalizando pouco mais de 7.000 unidades.
O legado de Vincenzo Lancia continuou presente em esportivos como o Stratos e o Delta Integrale, mas anda esquecido fora da Itália. As últimas notícias indicam que o grupo Stellantis tem planos de resgatar o prestígio da marca.

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