Capricórnio Um 1977 - Capricorn One
Estados Unidos / Reino Unido - 123 minutos
Poster do filme
Charles Brubaker é o astronauta que lidera a primeira missão tripulada da NASA para Marte. Segundos antes do lançamento, toda a tripulação é retirada da cápsula e o foguete deixa a Terra com sua cápsula vazia, apesar da raiva de Brubaker. O chefe do programa explica que o sistema de suporte de vida estava com defeito e que a NASA não podia permitir que isso manchasse a missão. Então, ele conta aos astronautas que o plano da NASA é fingir o pouso em Marte, mantendo os astronautas em uma base aérea remota até que a missão termine. Após o desaparecimento de Elliot Whitter, um dos controladores da missão, seu amigo e também jornalista investigativo Robert Caulfield começa a suspeitar que existe algo errado com esta missão.
Apesar de ser retratada como vilã no filme, a NASA forneceu assistência técnica, incluindo espaçonaves, conjuntos e veículos.
Um dos pilotos dublês, Frank Tallman, que pilotou o avião biplano Stearman, alegou que este filme foi o mais perigoso que ele já havia voado e que a sequência aérea com os dois helicópteros foi a mais complexa e perigosa já feita em um filme até então.
A sequência do carro desgovernado foi tão bem sucedida que acabou sendo usada em outros filmes e programas de TV, como por exemplo, nos seriados “Duro na Queda” (The Fall Guy) de 1981 e “Esquadrão Classe A” (The A-Team) de 1983.
Telly Savalas que atuou no papel de um piloto no filme, morria de medo de voar e todas as suas cenas neste filme foram feitas no mesmo dia.
Jerry Goldsmith compôs a trilha sonora de Capricórnio Um (1977) e Jornada nas Estrelas: Insurreição (1998). Se você ouvir a trilha sonora de “Insurreição” por volta dos 3min30 aos 3min45, você ouvirá o tema de “Capricórnio Um”.
A história do filme foi inspirada em teorias da conspiração em torno das viagens das missões Apollo para a Lua.
Capricórnio Um (do original em inglês: Capricorn One) é um filme norte-americano de 1978 do gênero suspense dirigido Peter Hyams. O filme fala sobre uma fictícia conspiração que envolve uma farsa sobre um pouso espacial feito pela NASA em Marte.
O longa foi produzido pela ITC Entertainment e foi estrelado por Elliott Gould, James Brolin, Sam Waterston e O.J. Simpson, com os três últimos nos papéis dos astronautas. Foi distribuído pela Warner Bros. Pictures nos Estados Unidos e pela extinta Brascontinental no Brasil.
Em meio à corrida espacial durante a Guerra Fria os americanos tentam o lançamento de um foguete tripulado rumo ao planeta Marte e lançam a missão Capricórnio Um. No dia da decolagem da espaçonave a tripulação da Capricórnio Um Charles Brubaker, Peter Willis e John Walker é removida sumariamente do veículo e levada para uma base abandonada no deserto; o lançamento da nave prossegue dentro do prazo, mas sem os astronautas, enquanto o público que assistia sua decolagem não percebe que a espaçonave está vazia. Na base, os astronautas são informados pelo oficial da NASA James Kelloway que o governo dos Estados Unidos não teria investido o suficiente para fornecer um veículo mais seguro aos tripulantes e que a nave iria explodir no ar matando os três cosmonautas; eles são orientados a ajudar a falsificar uma filmagem para a televisão simulando o voo e o pouso em Marte. Inicialmente eles se recusam, mas Kelloway ameaça suas famílias se eles não cooperarem.
Os astronautas permanecem em cativeiro durante meses enquanto o tempo da missão decorre, eles são filmados pousando em Marte dentro de um estúdio localizado na própria base. A conspiração é conhecida apenas por alguns oficiais até que o técnico de alerta Elliot Whitter percebe que o controle de solo está recebendo as transmissões de televisão da tripulação mais rápido que a própria telemetriada espaçonave. Whitter relata suas preocupações a seus supervisores, incluindo Kelloway, mas é informado falsamente que isso se deve a uma estação de trabalho defeituosa. Ele desaparece misteriosamente antes de terminar de compartilhar suas preocupações com o seu amigo jornalista Robert Caulfield. Após o desaparecimento de Whitter, Caulfield descobre que todas as evidências da vida dele também foram apagadas e Robert começa a investigar a missão, sobrevivendo a vários atentados contra sua vida no processo.
Ao retornar à Terra, a espaçonave vazia explode devido a um defeito no escudo térmico durante a reentrada; como James previu, os astronautas teriam morrido devido ao seu mau funcionamento acarretado pela falta de verbas do governo. Os astronautas são retirados da base depois de meses confinados e embarcam em um avião a caminho da localização da queda do foguete previamente planejada para que a tripulação secretamente fosse colocada de volta na espaçonave e assim "retornar" à Terra, mas no meio da viagem o avião dá meia volta e retorna para a base. Os astronautas são ordenados a aguardarem em uma sala e rapidamente percebem que algo deu errado com o processo de reentrada e que os funcionários nunca podem liberá-los, porque isso iria expor a farsa ao mundo, uma vez que eles agora são dados como mortos. Eles conseguem escapar da sala desparafusando a porta trancada e fogem em um jato, que fica sem combustível algum tempo depois da decolagem. Forçados a aterrissarem, os três homens estão perdidos no meio de um deserto. Percebendo que as chances de expor a verdade estão aumentando uma vez que estão livres os astronautas decidem se separar, rumando cada um em três direções diferentes.
Kelloway envia dois helicópteros para procurá-los; Willis e Walker são encontrados primeiro (seus destinos não são revelados no filme), enquanto Brubaker foge de ser capturado se escondendo em uma caverna de um cânion; após esperar os helicópteros irem embora, Brubaker encontra um posto de gasolina abandonado. Enquanto isso, a investigação de Caulfield o leva a questionar a esposa de Brubaker depois de rever uma conversa entre os astronautas e suas cônjuges que foi ao ar na televisão ao vivo, onde Brubaker mencionou as férias anteriores da família em Yosemite que pareceu confundir Kay Brubaker na hora da transmissão. Ela diz a Caulfield que as férias que Brubaker havia dito foram na verdade em uma cidade chamada Flat Rock, onde um filme estava sendo rodado. Naquelas férias, Charles Brubaker dissera à esposa que, com efeitos especiais e magia cinematográfica suficientes, tudo poderia poderia parecer real. Robert Caulfield percebe que aquela mensagem dita por Charles na transmissão poderia servir como uma "indireta" para sua esposa de que a missão não era o que parecia ser. Quando Robert começa a aprofundar mais suas investigações ele é preso por agentes federais que encontram um pouco de cocaína em seu apartamento, que foi posta ali por outra pessoa para prender o repórter. Caulfield é liberado depois que seu chefe paga sua fiança, mas é demitido de seu emprego.
Outra repórter do jornal onde Caulfield trabalhava lhe conta sobre a base militar e ele resolve ir até lá, achando-a abandonada. Olhando em volta, ele encontra um colar dado a Brubaker por sua esposa e conclui que os astronautas estavam ali. Com a ajuda do piloto Albain, ele procura os astronautas pelo deserto e acha Brubaker no posto de gasolina abandonado mas cercado pelos helicópteros da NASA. Charles é resgatado por Caulfield e Albain antes dos agentes da NASA o capturarem, mas eles são perseguidos pelos helicópteros no deserto; após algum tempo, os helicópteros se chocam contra a parede de um dos cânions do deserto depois que Albain os cega com spray de colheita de seu avião.
Após escaparem, Caulfield e Brubaker vão até o funeral em memória dos astronautas; Charles Brubaker é visto pelas pessoas, inclusive por sua esposa Kay e pelo oficial James Kelloway, expondo a conspiração.
Peter Hyams começou a pensar em um filme sobre teoria da conspiração enquanto trabalhava nas transmissões televisivas das missões Apollo para o canal americano CBS. Mais tarde, ele refletiu sobre o pouso na Apollo 11: "Houve um evento de enorme importância que quase não teve testemunhas. E a única verificação que temos veio de uma câmera de TV."
Mais tarde ele elaborou:
Sempre que havia algo nas notícias sobre um ônibus espacial eles cortavam para um estúdio em St. Louis, onde havia uma simulação do que estava acontecendo. Eu cresci na geração em que meus pais acreditavam basicamente que, se fosse no jornal, era verdade. Isso acabou sendo besteira. Minha geração foi criada para acreditar que a televisão era verdade, e isso também era besteira. Então eu estava assistindo a essas simulações e me perguntei o que aconteceria se alguém falsificasse uma história inteira.
Hyams se tornou um escritor e diretor de televisão de sucesso e começou a escrever o roteiro de Capricórnio Um em meados da década de 1970. O fracasso de Peeper prejudicou sua carreira, mas Hyams e seu amigo produtor Paul Lazarus, conseguiram o apoio de Lew Grade, chefe da produtora ITC Entertainment, que concordou com um orçamento de US$ 4,8 milhões. O escândalo de Watergate ocorrido do início até meados da década de 1970 também ajudou a premissa do filme se tornar mais plausível.
Para ficar dentro do orçamento a cooperação da NASA era necessária. Lazarus já havia conseguido uma experiência depois de ser um dos produtores de Futureworld em 1976. Os cineastas conseguiram, assim, obter diversos equipamentos governamentais espaciais apesar do retrato negativo que a agência espacial americana teria no filme, incluindo um protótipo do módulo lunar.
O filme foi originalmente programado para estrear nos Estados Unidos em fevereiro de 1978, mas as boas exibições testes de Superman fizeram com que sua estreia fosse adiada para para junho. Capricorn One se tornou o filme independente mais bem sucedido daquele ano.
Um clássico dos filmes sobre conspirações. Talvez, o pai de todas as teorias conspiratórias sobre o programa espacial norte-americano. O filme “Capricórnio Um” (1977), escrito e dirigido por Peter Hyams, se insere em uma tendência de filmes dos anos 1970 estranhamente perturbadores. Muitos críticos reconhecem que essa década foi a era de ouro do Cinema com filmes cujas narrativas são dominadas por atmosferas paranoicas e esquizofrênicas. Um filme que inspirou todas as futuras teorias conspiratórias e que tornou crível a possibilidade de que o pouso na Lua jamais tivesse ocorrido. Além do diretor Peter Hyams oferecer uma ótima oportunidade para se discutir a importância fetichista que damos às imagens na cultura contemporânea.
Embora a indústria do entretenimento norte-americano alimente essas atmosferas desde o pânico em massa criado pela transmissão radiofônica de Guerra dos Mundos de 1938, o gênero fílmico noir nas décadas de 1930-40 e a paranoia anti-comunista simbolizada por filmes sci fi de marcianos invadindo a Terra e corpos humanos nos anos 1950, foi na década de 1970 que a paranoia alcançou sua maturidade crítica: não só apontou que havia algo de errado na sociedade mas começou a sugerir o que estava por trás dela.
“Capricórnio Um” parte de uma questão que estará por trás de todas as teorias das conspirações até hoje: e se o maior evento da história recente jamais tivesse acontecido? Essa era a pergunta nos anúncios promocionais do filme em 1978 onde víamos uma foto com astronautas do lado de fora de uma espaçonave em uma paisagem marciana fake, rodeados por câmeras e spots de um estúdio hollywoodiano.
O filme inicia com os últimos minutos que antecedem o lançamento do foguete “Capricórnio Um” que conduzirá três astronautas (performados por James Brolin, Sam Waterson e O. J. Simpson) para o primeiro pouso tripulado em solo marciano. Faltando poucos minutos para o final da contagem regressiva, os astronautas são secretamente retirados do interior da cápsula e levados para longe dali, para um hangar abandonado no meio de um deserto, enquanto o foguete é lançado em direção à Marte sem a tripulação.
Em uma sala isolada o cientista-chefe da missão espacial explica aos estupefatos astronautas o que estava ocorrendo: por um problema técnico encontrado a poucos meses do lançamento, o projeto “Capricórnio Um” seria um fracasso, o que faria o presidente dos EUA cortar as verbas do projeto espacial norte-americano. Executivos da NASA associados a um senador corrupto com visíveis interesses financeiros elaboraram um plano: simular a alunissagem em Marte em um estúdio especialmente construído naquele hangar abandonado.
Combinando o apelo aos instintos patrióticos dos astronautas com ameaças veladas às suas famílias, eles são convencidos a colaborar com a farsa. Transmissões de rádio e TV ao vivo são simuladas, assim como a telemetria e monitoramento dos dados vitais dos astronautas que chegam aos consoles da sala de controle da NASA.
Tudo parece que vai dar certo até um repórter investigativo chamado Robert Caulfield (Elliot Gould) pressentir algo de errado: seu amigo, um operador da sala de controle da NASA, desaparece misteriosamente depois de revelar em off para ele a inconsistência dos dados que recebia de Marte – os sinais pareciam que estavam vindo da própria Terra.
Caulfield é um repórter alcoólatra e sem credibilidade. Ninguém leva a sério suas suspeitas, porém ele percebe algo de estranho em uma última transmissão de TV de Marte, quando um dos astronautas parece dizer uma mensagem cifrada para sua esposa, sobre passar de novo férias com os filhos. Caulfield vê os filmes caseiros da família do astronauta sobre as últimas férias passadas em uma localidade chamada Flat Rock. Lá a família assistiu às filmagens de um Western. O filho fala maravilhado sobre a produção cinematográfica: “como pode a tecnologia tornar algo falso em uma imagem tão real?”, diz.
É a pista para Caulfield aprofundar as investigações. Enquanto isso, a simulação da viagem espacial se torna mortalmente sinistra: os astronautas são tidos como mortos na reentrada da atmosfera terrestre por um defeito no escudo térmico. É a deixa para que os agentes da CIA matem os astronautas no hangar numa evidente “queima de arquivo”. Agora os astronautas terão que lutar pelas suas vidas não mais em uma inóspita paisagem marciana, mas em um perigoso deserto terrestre fugindo de helicópteros negros e enfrentando cascavéis, escorpiões e a desidratação.
A narrativa construída por Peter Hyams foi tão bem feita que imediatamente inspirou toda uma geração a adotar a teoria de que o pouso na Lua foi na verdade uma farsa.





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