terça-feira, 2 de julho de 2019

Volkswagen Apollo GLS, Brasil







Volkswagen Apollo GLS, Brasil
Fotografia

Seu nome era o do deus grego da beleza e também da nave espacial americana que aterrissou na Lua. No entanto, quando o Volkswagen Apollo surgiu em 1990 nas versões GL e GLS, seu voo era bem mais modesto.
Pela primeira vez no Brasil, um carro de uma marca passava a ser oferecido por outra com modificações apenas pontuais. Era o primeiro fruto claramente perceptível da joint-venture Autolatina, formada por Ford e VW em 1986.
Até então, o máximo a que se chegou foi o motor 1.8 VW incorporado ao Ford Escort. O Apollo era a versão Volks do recém-lançado Ford Verona e supria a falta do Passat.
Se o Verona dispunha de motores 1.6 e 1.8, o Apollo oferecia apenas o segundo, com o câmbio mais curto do Escort XR3. Os amortecedores do VW eram mais rígidos.
“As diferenças não são grandes, mas suficientes para serem notadas ao volante – seja na retomada de velocidade, em que o Apollo é mais vibrante (19,8 segundos no 40 a 100 km/h contra 26,3 do Verona, o que se traduz em ultrapassagens mais rápidas e, consequentemente, seguras), seja no consumo em cidade, com o modelo da VW rodando quase meio quilômetro a menos por litro de gasolina (8,67 km/l contra 9,06)”, dizia QUATRO RODAS em junho de 1990.
A pintura do Apollo era sempre metálica. A grade era um pouco diferente, os vidros traziam moldura cinza, os retrovisores vinham na cor do carro e ainda havia lanternas fumê e aerofólio.
Painel e volante traziam desenhos próprios, a iluminação dos instrumentos era laranja e o relógio digital integrado. Quase todos os opcionais do Verona eram de série no Apollo GLS, como rodas de alumínio, ajuste lombar dos bancos, vidros elétricos, apoios de cabeça traseiros, aquecimento e rádio. Mas seu preço era 20% maior.
Em julho de 1990, a revista comparou o GLS ao Verona GLX e o Chevrolet Monza SL/E, líder do segmento. Mesmo com o 2.0 do Monza, o Apollo andou mais. As críticas iam para a posição do volante, sem regulagem de altura, os vidros elétricos que só funcionavam com a chave ligada e a manutenção cara.
Com para-choques pretos (no GLS, pintados) e calotas, o GL não tinha ar-condicionado nem como opcional e faltava-lhe conta-giros e relógio digital. Os vidros eram verdes, o para-brisa, degradê e os faróis, halógenos no pacote mais completo, que custava quase tanto quanto um Santana CL 2000. Em novembro, o GL recebe direção hidráulica e, em 1993, o Apollo cede espaço ao Logus, após 53.130 carros fabricados.
O assistente comercial paulistano Luis Antonio Zanatta é o proprietário do GLS 1992 fotografado, adquirido de um senhor que o manteve parado por mais de cinco anos. “Garimpei em sebos revistas de época para ele ficar como vinha de fábrica”, diz.
Mais tarde, viriam os gêmeos Santana/Versailles e Logus/Verona (segunda geração), com suas leves diferenças, que seguiriam a mesma rota aberta quando a alma Ford aterrissou na VW como Apollo.

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