domingo, 30 de agosto de 2020

Bairro Botafogo, Vista do Alto da Igreja Matriz, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil


Bairro Botafogo, Vista do Alto da Igreja Matriz, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, Brasil
Santa Rita do Passa Quatro - SP
Fotografia


Atualmente quando se projeta um novo loteamento, já vem acompanhado do futuro nome do novo bairro. Antigamente era diferente, a cidade ia crescendo e somente depois qualificavam um trecho com um nome particular. O atual Botafogo é um exemplo disso. 
Primeiramente aquela região da cidade de Santa Rita era conhecida como ”saída da cidade”, “descida da cadeia” ou ainda “saída do Porto”. O centro desse bairro era e ainda é cortado pela Avenida Severino Meirelles, tendo no passado algumas pequenas ruas quase desabitadas, como a atual Rua Tiradentes e Rua Capitão Barnabé da Costa Correa (antiga Rua do Sapo). Há mais de setenta anos o Asilo São Vicente de Paulo (atual Lar São Vicente de Paulo) já era referência.
O atual nome Botafogo foi popularizado há mais de sessenta anos com um acontecimento que poderia ser trágico, mas felizmente acabou sem maiores proporções. 
Dois pequenos riachos que cortam a cidade tem sua confluência um pouco abaixo da Santa Casa, onde se transforma (naquela época transformava) num riozinho onde se pescavam lambaris e peixe sapo nas ocas ou locas de seus barrancos e ainda era possível, em alguns pontos, transformá-los em piscinas improvisadas. Foi por causa dessas “piscinas” que o nome “Botafogo” ganhou popularidade.
Nesse bairro ainda sem nome oficial, residiam várias tradicionais famílias de imigrantes italianos, como De Toni, Carniato, Lorencetti, Vergna, Otaviano, Comin, Delsin, Del Bel, Zago, Pais, Arioli e tantas outras. 
Assim, como era comum na época, uns cinco ou seis garotos, entre dez e treze anos, de algumas dessas famílias, construíram no riacho uma dessas piscinas a qual frequentavam periodicamente. Certo dia, lá pelos idos de 1949 ou 1950, esses garotos depois de tomarem seu banho nas águas correntes do riacho avistaram um enorme cacho de marimbondo no galho de uma árvore e resolveram fazer uma tocha na ponta de um bambu e queimá-lo. Não somente queimaram o cacho como as labaredas que caíram no chão deram origem a um incêndio, começando pelas folhas de bambu, queimando todo o bambuzal, e ultrapassando as cercas, iam queimando os pastos da vizinhança. 
A fumaça podia ser vista há muitos quilômetros de distância.
Quanto aos autores do desastre, os “delinquentes juvenis”, naquele tempo chamado de “pestinhas”, evadiram-se do local, refugiando-se “santamente” em suas casas, não dando a cara na rua por um bom tempo.
Agora que entra a origem do Botafogo. Como ninguém é um túmulo para guardar segredos, aos poucos foram identificados pelos outros garotos, os quais quando encontravam com um dos autores, diziam em tom de gozação: “Botafogo!”
As pessoas que não sabiam do caso, perguntavam: “Porque estão te chamando de Botafogo?” A resposta era: “É porque moro lá no Botafogo (aqui se encaixava o fato do grande incêndio)”.
Por um bom tempo essas crianças amargaram o tom de gozação: “Botafogo!” 
Depois desse acontecimento esse lugar se eternizou como “Botafogo!”
Faziam parte dessa "gangue": Os irmãos Leonildo e Armando Carniato, Ludovico Vergna, Leonel Lorencetti (Léo) e outros que permaneceram no anonimato.

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