sábado, 29 de agosto de 2020

Ponte Metálica, Parque do Ibirapuera, São Paulo, Brasil


Ponte Metálica, Parque do Ibirapuera, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Em 1954, quando o Ibirapuera foi inaugurado, não havia somente edifícios projetados por Oscar Niemeyer. Um dos lugares populares do Parque Ibirapuera e muito amados pelos fotógrafos é a ponte metálica. Às vezes chamada de ponte japonesa, em função da sua curvatura, que lembra as pontes do país extremo oriental, ela se encontra onde o Córrego do Sapateiro se alarga e deságua no lago. Poucos sabem, porém, que na origem não se tratava de uma simples ponte e sim de um pavilhão suspenso sobre o lago.
No mesmo ano das comemorações do quarto centenário da cidade de São Paulo e da inauguração do seu parque com uma grande exposição, para a qual tinha sido construído, entre outros, o edifício que hoje hospeda a Bienal, a Companhia Siderúrgica Nacional encomendou ao arquiteto carioca Sérgio Bernardes – figura um pouco esquecida, ainda que importante, da arquitetura modernista brasileira – um pavilhão que exaltasse as propriedades e as possibilidades do aço na construção civil. Assim, Bernardes criou um edifício temporário, que, pela sua natureza, pudesse ser desmontado e montado em outro lugar.
O pavilhão tinha a função de “vitrine”, ou seja, de expor os produtos da Companhia Siderúrgica Nacional. Ele próprio era uma exposição do que o aço podia criar. Erguia-se sobre quatro arcos estruturais que atravessavam o Córrego do Sapateiro na embocadura do lago. Aos pares, os arcos formavam duas pontes, que desempenhavam o papel de passarela e de acesso ao pavilhão e à exposição nele contida. O teto do edifício era em forma de arco positivo, aberto para o céu, estabelecendo uma simetria com os arcos inferiores de sustentação. Duas plataformas avançavam para os dois lados do edifício a partir da base do arco do teto. Nos dias de chuva, essa estrutura dava origem a duas cascatas, que desaguavam no lago e no córrego.
Terminadas as comemorações dos quatrocentos anos da cidade, o edifício de aço foi desmontado, mas dois arcos estruturais com a sua passarela foram conservados no local. O pavilhão tinha sido apropriado pelo público como uma ponte entre as duas partes do parque separadas pelo córrego e pelo lago. Trata-se da atual ponte metálica ou “ponte japonesa” do Parque do Ibirapuera.

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