Ponte Metálica, Parque do Ibirapuera, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Em 1954, quando o Ibirapuera foi inaugurado, não havia
somente edifícios projetados por Oscar Niemeyer. Um dos lugares populares do
Parque Ibirapuera e muito amados pelos fotógrafos é a ponte metálica. Às vezes
chamada de ponte japonesa, em função da sua curvatura, que lembra as pontes do
país extremo oriental, ela se encontra onde o Córrego do Sapateiro se alarga e
deságua no lago. Poucos sabem, porém, que na origem não se tratava de uma
simples ponte e sim de um pavilhão suspenso sobre o lago.
No mesmo ano das comemorações do quarto centenário da
cidade de São Paulo e da inauguração do seu parque com uma grande exposição,
para a qual tinha sido construído, entre outros, o edifício que hoje hospeda a
Bienal, a Companhia Siderúrgica Nacional encomendou ao arquiteto carioca Sérgio
Bernardes – figura um pouco esquecida, ainda que importante, da arquitetura
modernista brasileira – um pavilhão que exaltasse as propriedades e as
possibilidades do aço na construção civil. Assim, Bernardes criou um edifício
temporário, que, pela sua natureza, pudesse ser desmontado e montado em outro
lugar.
O pavilhão tinha a função de “vitrine”, ou seja, de expor
os produtos da Companhia Siderúrgica Nacional. Ele próprio era uma exposição do
que o aço podia criar. Erguia-se sobre quatro arcos estruturais que
atravessavam o Córrego do Sapateiro na embocadura do lago. Aos pares, os arcos
formavam duas pontes, que desempenhavam o papel de passarela e de acesso ao
pavilhão e à exposição nele contida. O teto do edifício era em forma de arco
positivo, aberto para o céu, estabelecendo uma simetria com os arcos inferiores
de sustentação. Duas plataformas avançavam para os dois lados do edifício a
partir da base do arco do teto. Nos dias de chuva, essa estrutura dava origem a
duas cascatas, que desaguavam no lago e no córrego.
Terminadas as comemorações dos quatrocentos anos da
cidade, o edifício de aço foi desmontado, mas dois arcos estruturais com a sua
passarela foram conservados no local. O pavilhão tinha sido apropriado pelo
público como uma ponte entre as duas partes do parque separadas pelo córrego e
pelo lago. Trata-se da atual ponte metálica ou “ponte japonesa” do Parque do
Ibirapuera.
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