sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Fiat 1200 1961, Itália







 

Fiat 1200, Itália
Fotografia


Passada a recuperação da Segunda Guerra, a partir do fim dos anos 50 a Itália viveu uma ebulição social e cultural. Alguns dos filmes mais comentados do mundo vinham de lá. Sua música popular fazia sucesso além de suas fronteiras.
Pequenos, charmosos e espertos, seus carros nem precisavam dos V8 e rabos de peixe americanos para entrar nesse clima e arrebatar corações. Se a Giulietta retratava essa fase entre os Alfa Romeo, a Fiat – maior marca italiana – deu sua contribuição com os 1200 Cabriolet e Coupé.
Desenhados pela Pininfarina, eles estrearam no Salão de Genebra, em 1959. O Cabriolet exibia linhas modernas, retas e discretas, além de um motor 1.2 de 52 cv e câmbio de quatro marchas. Mais raro, o Coupé era comercializado pela própria Pininfarina. Logo em seguida era apresentada a versão 1500 trabalhada pela preparadora Osca, com 67 cv.
Em 1961, ele ganhou um “S” no nome e, um ano depois, viria o 1600 S, com motor 1.6 de 90 cv, reconhecível pela tomada de ar no capô no lado do motorista. No Salão de Genebra de 1963, a versão 1200 já não era mais oferecida. A grade do 1500 ficava mais larga, sendo que no 1600 S ela embutia faróis suplementares, e ambos perdiam a tomada de ar no capô.
O 1200 Coupé 1961 das fotos tem uma peculiaridade: é uma versão vendida sob licença pela NSU-Fiat, joint venture da NSU alemã com a marca italiana. Em 1963, essa versão de carroceria deixaria de ser igual à do modelo italiano e ganhava desenho próprio, chamando-se Neckar 1500 TS. Pela pesquisa do restaurador Ricardo Oppi, que trabalhou no carro, só este cupê e mais três conversíveis vieram ao Brasil.
O espaço interno do 1200 Coupé é justo, a cabeça fica junto ao teto e as colunas finas privilegiam a visibilidade. O banco traseiro é meramente decorativo. Dirige-se o 1200 com as pernas esticadas. De fácil alcance, o câmbio possui engates um pouco longos, porém precisos.
Apesar da baixa cilindrada, o motor sobe rápido de giro. Com curso pequeno e biela longa, ele desloca o torque máximo para rotações mais altas, produzindo um ronco encorpado. O carburador de duplo corpo progressivo traz um segundo estágio mecânico. Uma quinta marcha faz falta. A suspensão dura e o baixo centro de gravidade ajudam nas curvas, mas os tambores nas quatro rodas não respondem à altura de quanto o carro anda.
Na Itália, o Cabriolet e o Coupé lançados em 1959 duraram até 1966, encerrando uma produção estimada em 43000 unidades. No auge da boemia da célebre e charmosa Via Veneto – em volta dessa área se passa o filme A Doce Vida, de Fellini –, nenhum outro Fiat combinou mais com o espírito de seu tempo que os 1200 Cabriolet e Coupé e suas evoluções.

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