São Paulo - SP
Fotografia
Nas antigas
cidades portuguesas e por extensão nas suas colônias, predominava o costume
medieval do Rossio. As Câmaras das vilas e povoados quando elevados à categoria
de cidade, recebiam, do Rei no caso de Portugal ou do
Governador Geral no caso do Brasil, uma data de sesmaria de meia légua ao
redor da casa da Câmara, da Sé, do Pelourinho, ou de outro ponto que servisse à
demarcação do centro da comunidade. No caso de São Paulo, o Marco Zero, ficava
instalado no Largo da Sé, próximo de onde está hoje o monumento construído em
1934. Estas terras passavam a pertencer à cidade e cabia à Câmara distribuí-las
entre os que pretendiam se instalar, para negócios ou moradia.
Até mais ou
menos o final do século 19, o Marco de Meia Légua que assinalava os limites do
Rossio da cidade era bem conhecido. Na direção leste ficava na altura da rua
Catumbi, próximo a atual Av. Celso Garcia, no Belenzinho. Na direção sul, o
marco ficava na atual rua França Pinto, na Vila Mariana. Na direção sudeste, na
atual rua Silva Bueno. No norte, em lugar incerto, próximo à rua Voluntários da
Pátria.
Do marco mais
conhecido no século 19, o do Belenzinho, não existe mais sinal conhecido,
embora ele esteja registrado nas plantas antigas da cidade. Mas no Ipiranga e
na Vila Mariana um pedestre atento pode ver na calçada antigos marcos de pedra
ou cimento que assinalam os limites da jurisdição da Câmara Municipal de São
Paulo estabelecidos em 25 de março de 1724. Na rua Silva Bueno fica o que está
melhor conservado. Cercado por correntes na calçada é confundido pelos
transeuntes como uma antiga lápide de algum túmulo esquecido. Não é. Ele
assinala o limite antigo da cidade. Parece de fato um túmulo, mas é um registro
sobrevivente da história da cidade.
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