domingo, 22 de dezembro de 2019

Descanso do Tropeiro (Descanso do Tropeiro) - Carlo de Servi







Descanso do Tropeiro (Descanso do Tropeiro) - Carlo de Servi
Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil
OST 


Na região sul do Brasil, tropeiro era o condutor de tropas de muares da cidade de Viamão até Sorocaba.
Essas tropas abasteciam o ciclo do ouro em Minas Gerais no século XVIII. Essa atividade foi responsável pela fundação de inúmeras cidades nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Os locais de descanso dos tropeiros eram conhecidos como pouso. Estes pousos foram criando com o passar dos anos uma estrutura que contribuiu para o surgimento de vilas e posteriormente cidades.
Cada comitiva era dividida em lotes de sete animais, cada um aos cuidados de um homem que os controlava através de gritos e assobios. Cada animal carregava cerca de 120 quilogramas e chegava a percorrer até 3000 quilômetros.
Antes das estradas de ferro, e muito antes dos caminhões, o comércio de mercadorias era feito por tropeiros nas regiões onde não havia alternativas de navegação marítima ou fluvial para sua distribuição.
As regiões interioranas, distantes do litoral, dependeram durante muito tempo desse meio de transporte por mulas.
Desde fins do século XVII, as lavras mineiras, por exemplo, exigiram a formação de grupos de mercadores no comércio interiorano.
Inicialmente chamados de homens do caminho, tratantes ou viandantes, os tropeiros passaram a ser fundamentais no comércio de escravos, alimentos e ferramentas dos mineiros.
Longe de serem comerciantes especializados, os tropeiros compravam e vendiam de tudo um pouco: escravos, ferramentas, vestimentas etc.
A existência do tropeirismo estava intimamente relacionada ao ir e vir pelos caminhos e estradas, com destaque para a Estrada real - via pela qual o ouro mineiro chegou ao porto do Rio de Janeiro e seguiu para Portugal.
O constante movimento, o ir e vir das tropas, não só viabilizou o comércio como também se tornou elemento chave na reprodução econômica do tropeirismo.
Os tropeiros transportavam uma grande variedade de mercadorias como açúcar mascavo, aguardente, vinagre, vinho, azeite, bacalhau, peixe seco, queijo, manteiga, biscoito, passas, noz, farinha, gengibre, sabão, fruta seca, chouriço, salame, tecido, alfaias, marmelada, coco, carne seca, algodão, sal, vidro para janela etc.

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