quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Palácio Campos Elíseos Residência Presidencial / Palácio dos Campos Elíseos, São Paulo, Brasil


Palácio Campos Elíseos Residência Presidencial / Palácio dos Campos Elíseos, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
N. 29
Fotografia - Cartão Postal



O Palácio dos Campos Elíseos (antigo "Palacete Elias Chaves"), situado na Avenida Rio Branco, zona central de São Paulo, foi projetado pelo arquiteto alemão Matheus Häusler, iniciado em 1890 e finalizado em 1899 para ser a residência do cafeicultor e político Elias Antônio Pacheco e Chaves.
O imóvel, dividido em quatro pisos e 4.000 metros quadrados, foi inspirado no Castelo de Écouen, na França. Sua construção utilizou inovações tecnológicas trazidas da Europa e a maioria dos materiais que o compõem foram importados: espelhos de Veneza, maçanetas de porcelana de Sévres, terracotas da Itália, fechaduras e dobradiças dos Estados Unidos. O palacete foi denominado "Palácio dos Campos Elísios" em 1915, quando tornou-se a sede do Governo e a residência oficial do governador do Estado de São Paulo. Foi quando as grades que circundavam o prédio deram lugar a muros altos, que escondem o prédio dos pedestres.
Em 1967, devido a um incêndio ocorrido, tanto a sede do governo, como a residência do governador, transferiram-se para o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. Desde então o palacete passou por restaurações. A restauração da parte externa teve início em março de 2008 e foi concluída em 2010. O palácio foi tombado no ano de 1977 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT).
No fim do século XIX, o cafeicultor Elias Antônio Pacheco e Chaves encomendou a construção de um Palacete para ser sua residência na então região dos Campos Elíseos, bairro que se tornava, na época, a fronteira da elite paulistana. O nome Campos Elíseos faz referência ao bairro parisiense Champs-Élysées. De 1890 a 1899, a construção do Palacete foi projetada pelo mestre de obras e arquiteto Matheus Häusler, que também trabalhou na construção do Viaduto do Chá.
O Palácio dos Campos Elísios é um dos mais belos e luxuosos edifícios da cidade de São Paulo, oriundo da farta fortuna cafeeira do fim do século XIX.
Elias Pacheco Chaves foi um dos homens que mais ostentou o luxo na cidade de São Paulo. Em 1903, o cafeicultor faleceu e deixou o então Palacete que levava seu nome com a viúva e os filhos, que residiram lá até 1911, ano em que foi vendido ao Estado. Assim que foi adquirido pelo Estado, a construção residência de Elias Chaves passou a ser chamado de Palácio dos Campos Elíseos. A partir de 1912, o Palácio começou a servir de residência para as figuras políticas do mais alto escalão. O primeiro a morar no local foi o Presidente-Conselheiro Rodrigues Alves. Até o ano de 1924, no governo de Carlos de Campos, todos os governadores do Estado residiram no Palácio. Na Revolução de 1924, os revolucionários ocuparam a residência do governo por cerca de vinte dias, o palácio sofreu inúmeros bombardeios, que se repetiram em 1932 na revolta contra o Estado Novo. Em 1930, a vitória do movimento desalojou o Júlio Prestes e Heitor Penteado, líderes do governo na época.
Passaram pelo Palácio dos Campos Elíseos nomes como Washington Luís, Jânio Quadros e Ademar de Barros. A residência dos líderes políticos foi cenário principal de vários movimentos e momentos que marcaram a história da comunidade paulistana.
Na década de 1960, a mudança da residência dos políticos para o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, resultou no abandono do Palácio dos Campos Elíseos que passou a abrigar algumas secretarias estaduais. No mesmo período, o Governo especulava demolir a construção, mas órgãos como o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e o Instituto Histórico e Geográfico Guarujá-Bertioga, solicitaram a preservação do Palácio. No entanto, um incêndio acidental no telhado da construção, em 1967, destruiu grande parte do que era o símbolo da política paulistana.
Depois do incêndio, algumas reformas foram feitas para reconstruir o Palácio que, a partir de então, passou a ter pouca utilidade. Serviu por um tempo para abrigar secretarias do Estado de São Paulo. Na década de 1970, a construção foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT).
No dia 17 de Outubro de 1967 um incêndio atingiu o Palácio, que ainda abrigava o então governador Abreu Sodré e a família. O fogo deu início no telhado, por volta das 19h40, durando 15 minutos, e destruiu grande parte da construção. O palácio estava no final de uma reforma que durou nove meses. Todos que estavam no prédio foram retirados sem ferimentos, o governador estava despachando no Palácio dos Bandeirantes. A então primeira-dama, Maria Sodré, ficou responsável por salvar algumas obras de arte que decoravam o Palácio. Depois do incidente, houve algumas reformas para reconstrução de parte da construção destruída.
No ano de 2004, o Governo do estado de São Paulo anunciou um projeto que restauraria o Palácio para que se tornasse um Centro Cultural contendo parte da história da cidade. No entanto, o projeto foi adiado por falta de verbas.
Em 2008, o governador José Serra anunciou que retomaria o projeto de restauração do Palácio dos Campos Elísios, com a ideia de fazer uma extensão do Palácio dos Bandeirantes, mas mais uma vez nada foi concluído. A fachada foi reconstruída nesse período com um valor de custo avaliado em cerca de 3,65 milhões de reais.
Em 2013, teve início a obra de restauro pelo governo estadual com término previsto para 2015 e com a abertura do museu prevista para 2016, mas a obra foi concluída somente em 2017. Assim, o Palácio passou por obras de recuperação, requalificação e restauro e os investimentos alcançaram 20 milhões. Além disso, de acordo com exigências legais, o espaço recebeu adequações relativas à acessibilidade e segurança.
Hoje sua arquitetura renascentista se esconde atrás dos portões e muros de 2 metros de altura na região da Cracolândia, ao lado do terminal de ônibus Princesa Isabel. Acredita-se que com a conclusão do Projeto de Restauração do Palácio Campos Elíseos, além de passar a ser um museu cultural onde contará sua própria história, este também servirá para contribuir para a revitalização da região.
Projeto do arquiteto alemão Matheus Häusler, a construção de 4.000 metros quadrados foi inspirada na arquitetura do Castelo d'Écouen, na França e decorada pelo italiano Cláudio Rossi. Dividido em quatro andares, o edifício era composto por um porão, térreo, o primeiro andar e por fim, um sótão. O Palácio foi construído sob uma nova arquitetura de paredes, feitas de tijolos. Madeira também foi um material bastante usado nos telhados e nas escadas no interior do Palácio. Grande parte dos materiais para a obra foi importada de regiões da Europa como Itália e França e também dos Estados Unidos. Cristais de Veneza, porcelana de Sèvres e ferragens em bronze dos Estados Unidos são alguns dos materiais importados. Foram usadas, também, marcenaria e serralheria brasileiras.
A construção possuía muitos espelhos venezianos, imponentes lustres Baccarat e maçanetas de porcelana, materiais estes importados também de vários países da Europa e dos Estados Unidos.
O Palácio dos Campos Elíseos foi protagonista de momentos importantes para história paulistana e brasileira como a Revolução de 1924 e a de 1932, passou pelo inconstante período político da Era Vargas e Estado Novo, além de acomodar de 1912 até a década de 1960, as figuras políticas mais importantes da cidade de São Paulo. Em 1970, foi dado início aos pedidos e processo de tombamento da construção, que havia acabado de ter parte destruída por um incêndio. Em janeiro de 1970, uma carta da Secretária de Cultura, Esportes e Turismo solicitava ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) o tombamento do Palácio dos Campos Elísios.
Na ocasião, um acordo com a Secretaria Executiva deveria ser estabelecido, uma vez que havia uma comissão estudando o destino do Palácio que estava em processo de restauração. O CONDEPHAAT intermediou cartas com Secretários Executivos nas quais o órgão alegava ser desnecessário aguardar até o término dos estudos já que era concreto que o Palácio ficaria por abrigar algumas secretarias. Em 1973, em negociação com o CONDEPHAAT, o Conselho Deliberativo decidiu por aguardar os resultados dos estudos feitos pelo Grupo Executivo de Cultura (GEOCEC). Em 06 de dezembro de 1976, foi concluído que o Palácio seria legalmente tombado como monumento histórico e arquitetônico. O Conselho Deliberativo decidiu, em ata, nos termos do consenso do Colegiado, pelo tombamento do Palácio dos Campos Elísios como tombamento que foi concluído no começo de 1977.

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