Crystal Palace, Sydenham, Londres, Inglaterra
Londres - Inglaterra
Litografia
Em 1º de maio de 1851, foi inaugurada a Exposição
Universal de Londres, primeira grande exposição universal realizada no século
XIX. Designada oficialmente como “The Great Exhibition of the Works of Industry
of all Nations”, a grande exposição das obras da indústria de todas as nações
estendeu-se até outubro daquele ano.
Uma exposição universal era um inventário das regiões do
mundo e do conhecimento humano, contemplava o ‘novo’ e também o ‘exótico’.
Participar da exposição era como existir sobre a face da Terra; percorrê-la era
como dar uma volta ao mundo.
A Exposição Universal de Londres recebeu mais de seis
milhões de visitantes, contou com a participação de 25 países e mais de 13 mil
expositores. Estes exibiam produtos nacionais especialmente selecionados, que
eram julgados por categorias. A premiação ou a simples participação de um
produto na Exposição eram “méritos” que atestavam sua qualidade, sua distinção
em relação aos similares disponíveis no mercado, méritos destacados nos
anúncios publicitários da época.
“Bazar do mundo”, “centro da fraternidade universal”,
“exposição cosmopolita da indústria”, “grande marco na estrada da civilização”
foram algumas expressões usadas na imprensa para se referir à Exposição, onde
era dado ao visitante o contato com os produtos que exemplificavam as
maravilhas da arte, ciência e tecnologia.
A Exposição Universal pode ser vista de diversas formas.
Como símbolo do poderio da Inglaterra vitoriana, vitrine onde se projetou sua
imagem como potência industrial moderna, civilizada e sofisticada. Como
exposição das inovações tecnológicas relacionadas às inúmeras atividades
humanas, que possibilitou o intercâmbio de informações e o estabelecimento de
redes comerciais e laços econômicos entre as nações. Ou ainda como um mapa em
que tais nações, em diferentes estágios de desenvolvimento industrial, tinham
seu lugar marcado segundo a ordem capitalista e eurocêntrica.
Pedro de Alcântara Lisboa, um brasileiro sócio efetivo da
Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, declarou que a Exposição Universal
de Londres devia ser assinalada como um marco na história das relações
internacionais. “Fechadas as portas de Jano” (isto é, em tempos de paz), as
nações exibiam armas e munições para um novo combate, excitadas por um novo
gênero de pólvora, a concorrência. (O Auxiliador da Indústria Nacional,
setembro de 1851). Incumbido de fazer uma análise da Exposição, elaborou
relatórios sobre as inovações apresentadas pelos países industrializados,
assinalando o que seria proveitoso e adaptável ao Brasil.
Para abrigar a Exposição Universal, foi construído no
Hyde Park (Londres) um edifício arrojado, inteiramente feito de ferro, vidro e
madeira, que ficou conhecido como Palácio de Cristal. Uma das mais importantes
construções do século XIX, símbolo da arquitetura do ferro e do vidro, sinônimo
de modernidade, o edifício foi projetado por Joseph Paxton. Os primeiros
esboços, conservados no Victoria and Albert Museum (Londres), datam de 1850. O
emprego de elementos padronizados pré-fabricados, produzidos em série,
possibilitou a construção do edifício em apenas alguns meses.
A litogravura “The Crystal Palace at Sydenham” apresenta
uma vista externa do Palácio de Cristal em Sydenham, Londres.
Após o término da Exposição Universal, o edifício
construído em Hyde Park foi desmontado e começou a ser reconstruído em Sydenham
em 5 de agosto de 1852. Muito maior do que o primeiro, tinha cinco andares em
vez de três e, devido ao comprimento adicional, foram acrescentados dois
transeptos para equilibrar o edifício. Em 10 de junho de 1854, foi reaberto ao
público em uma cerimônia que contou novamente com a presença da rainha Vitória.
Em 30 de novembro de 1936, o edifício foi destruído por
um incêndio, após 82 anos de atividades. Atualmente existem organizações como a
Crystal Palace Foundation e o Crystal Palace Museum empenhadas em manter viva a
memória do Palácio de Cristal.
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