Fábrica da Karmann Ghia, Anos 70, São Bernardo do Campo, São Paulo, Brasil
São Bernardo do Campo - SP
Fotografia
A Karmann Ghia, responsável pela produção de alguns
dos carros mais desejados na história da indústria automotiva brasileira,
teve sua falência decretada em Novembro de 2016.
O pedido de falência foi feito pelo Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, motivados pelo abandono da fábrica pelos atuais
proprietários, que deixaram cerca de 300 funcionários sem salários e outros 300
que haviam sido demitidos sem os direitos da rescisão de contrato. Para
impedir a retirada do maquinário por credores da Karmann Ghia, um grupo de
trabalhadores ficou acampado nos portões da fábrica na Via Anchieta.
A Karmann-Ghia vinha passando por dificuldades
financeiras desde 2008, quando a família Karmann deixou o negócio. Desde então
a fábrica foi vendida outras quatro vezes e se encontrava em uma disputa
judicial entre o proprietário anterior e o atual. Nos últimos anos a principal
cliente da Karmann Ghia era a Fiat, que comprava entre 60% e 70% dos
componentes ali produzidos. Contudo, com a crise e a queda na produção de
veículos, os pedidos foram reduzidos e a fábrica paulista não conseguiu
manter seu funcionamento.
Fundada em 1960 em São Bernardo do Campo, a Karmann Ghia
produziu entre 1961 e 1974 as duas gerações do esportivo da Volkswagen que
levava seu nome, o Karmann Ghia e o Karmann Ghia TC. Após o encerramento da
produção dos Volkswagen, a Karmann Ghia continuou fabricando componentes para
outras fábricas e montadoras.
Nos anos 1980 e 1990 ela fabricou o Escort XR3
Conversível em uma operação conjunta com a Ford, da mesma forma que fizera com
o VW Karmann Ghia. Além do Escort a Karmann Ghia também produzia trailers e
motorhomes, entre eles a famosa Kombi Safari. Após o encerramento da produção
do XR3, a Karmann passou a produzir o Land Rover Defender entre 1998 e 2005.
Desde então a fabricante se mantinha apenas com a
produção de peças e componentes. Em 2013 a fabricante passou a ser controlada
pelo grupo ILP Industrial, que planejava produzir uma versão retrô do Karmann Ghia.
Para escolher o visual do novo esportivo foi feito um concurso de design entre
universitários, que premiou o vencedor com R$ 100.000.
A fabricante tentou encontrar parceiros
para produzir o esportivo e até chegou a comprar novas prensas para
fabricar sua carroceria, mas o projeto não foi adiante.
Com a falência decretada e a fábrica abandonada pelos
proprietários, a massa falida será gerenciada por um administrador nomeado pela
Justiça, que terá como prioridade o pagamento dos créditos trabalhistas.
Enquanto isso, o prédio será lacrado pela justiça e, em breve, o belo logotipo
que decora a fachada do imponente prédio às margens da rodovia Anchieta deverá
ser removido, marcando o fim da Karmann Ghia.



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