Marco da Posse, Porto Seguro, Bahia, Brasil
Porto Seguro - BA
Fotografia
O município de Porto Seguro localiza-se no litoral do
extremo sul do estado da Bahia, estando sua sede situada na margem esquerda da
desembocadura do rio Buranhém, que atravessa o município, possuindo pequeno
porto protegido por extensa linha de arrecifes. Suas terras são montanhosas,
ramificadas da Serra dos Aimorés e seu ponto mais elevado é o Monte Pascoal,
Parque Nacional Histórico. O município foi erigido em Monumento Nacional pelo
Decreto nº 72.107, de 18/04/73. A colonização da região de Porto Seguro
confunde-se com a própria história do país. Segundo a historiografia oficial, o
Monte Pascoal foi o primeiro ponto a ser avistado da costa brasileira, então
ocupado pelos Tupiniquins, e o local de desembarque, em 1500. O fato é que a
catequese dos índios e a efetiva ocupação da área começa logo depois, em torno
de 1503, quando dois franciscanos iniciam a construção da primeira igreja do
Brasil, no Outeiro da Glória (da qual já não há vestígios), possibilitando em
seu sopé o aparecimento da primitiva Aldeia de Santa Cruz. Em 1534, o primeiro
donatário da capitania, Pero de Campos Tourinho, manda fundar a Vila de N. Sra.
da Pena, atual Porto Seguro, e transferir a aldeia para a sua localização
atual, no município vizinho. Dentro da velha tradição luso-portuguesa de cidade
de dois andares, Porto Seguro ocupa juntamente com Olinda e Recife, uma posição
especial, de verdadeira bipolaridade, com dois núcleos razoavelmente afastados,
desempenhando funções complementares. No caso de Porto Seguro, a cidade alta e
o porto distavam 2 Km, estando este último protegido por quebra-mares naturais.
Os dois núcleos surgiram basicamente ao mesmo tempo, ficando na cidade alta as
funções administrativas e a habitação das classes mais abastadas, onde se
implantaram os principais edifícios religiosos e civis, situação que perdurou
até meados do século XIX. A proteção do conjunto arquitetônico da cidade alta
data de 1968 (Processo nº 800-T- 68). A cidade baixa desenvolveu-se a partir da
Pontinha, local de transposição do rio, em forma de "V", sendo
caracterizada por casas térreas, mais simples nas ruas mais internas e
possuindo maiores dimensões e requinte decorativo nas ruas que margeiam o rio e
o mar. O município possui ainda outros pontos de ocupação com tipologias
distintas, como a Ajuda, Trancoso e Vale Verde, primitivas aldeias indígenas
que se desenvolveram dentro do modelo jesuíta de vilas de catequese, com um
grande terreiro envolvido por habitações e a igreja ocupando um dos seus lados.
Já Caraíva, organiza-se em forma de "L", seguindo o litoral e às
margens do rio Caraíva. Marco do Descobrimento: era costume português, no
período das descobertas marítimas, levarem em seus navios marcos, também
conhecidos como "padrões", para demarcarem a posse dos novos
territórios conquistados. Não há registro de que Pedro Álvares Cabral o tenha
feito, sendo a implantação do marco de posse atribuída à expedição de Duarte
Coelho, em 1503, que reconheceu portos e rios e implantou vários marcos.
Situado numa praça na Cidade Alta (atual Cidade Histórica), voltada para o mar,
é constituído por um lancil de pedra lioz, com secção retangular e altura de,
aproximadamente 1,50 m. O marco de posse possui, no trecho superior, esculpidas
em faces opostas as Armas de Portugal e a Cruz de Cristo, símbolo da Ordem de
mesmo nome. Atualmente, o Marco encontra-se sobre uma plataforma, ligeiramente
elevada para distingui-lo no horizonte, envolvido por uma redoma de vidro, com
quatro rampas de acesso, cujo desenho alude à Cruz de Malta.



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