Vista Aérea, Maputo, Moçambique
Maputo - Moçambique
Fotografia
Maputo é a capital e a maior cidade de Moçambique.
É também o principal centro financeiro, corporativo e mercantil do
país. Localiza-se na margem ocidental da baía
de Maputo, no extremo sul do país, perto da fronteira com a África do Sul e,
da fronteira com o Essuatíni e,
por conseguinte, da tripla
fronteira dos três países.
Fundada no século XVI, serviu como o principal entreposto
português naquele ponto do oceano
Índico, graças à sua baía privilegiada, tornando-se, em 1898, a capital da
colônia; até 13 de março de 1976, a cidade era denominada "Lourenço
Marques" em homenagem ao explorador português homônimo.
A cidade constitui administrativamente um município com
um governo eleito e tem também, desde 1980, o estatuto de província. Não deve
ser confundida com a província de Maputo, que ocupa a parte mais meridional do
território moçambicano, excetuando a cidade de Maputo.
O município tem uma área de cerca de 300 quilômetros
quadrados e uma população de 1 088 449 (Censo de 2017) A sua área
metropolitana, que inclui o município da Matola e os distritos de Boane e
Marracuene, tem uma população de 3 158 465 habitantes.
Foi fundada em 1782, na forma de uma feitoria com
o nome de Lourenço Marques. A 9 de dezembro de 1876, foi
elevada a vila e, em 10 de novembro de 1887, a cidade, por meio de um Decreto do Rei de Portugal (formalmente
intitulado Decreto Régio). A cidade passou a designar-se Maputo depois da
independência nacional, uma decisão anunciada pelo então presidente Samora
Machel num comício a 3 de fevereiro de 1976 e formalizada em 13
de março. O nome provém do Rio Maputo,
que marca parte da fronteira sul do país e que, durante a guerra pela independência de
Moçambique, adquirira grande ressonância através do slogan "Viva
Moçambique unido do Rovuma ao Maputo" (o Rovuma é o
rio que forma a fronteira com a Tanzânia,
a norte). Com a independência, a cidade sofreu um imenso afluxo populacional,
devido à guerra civil travada no interior do país (1976-1992) e à falta de
infraestruturas nas zonas rurais. O natural crescimento demográfico faria também
com que a cidade se transformasse muito ao longo dos anos 1980 e 1990.
Para além destas duas designações, a cidade e a sua área
também foram conhecidas por outros nomes, tais como Baía da Lagoa, Xilunguíne ou Chilunguíne (local
onde se fala a língua portuguesa), Mafumo, Camfumo ou Campfumo (do clã dos M'pfumo,
o reino mais importante que existia nesta região), Delagoa e Delagoa
Bay, sendo esta designação mais conhecida internacionalmente pelo menos até aos
primeiros anos do século XX.
Entre 1980 e 1988, a cidade de Maputo incluiu a cidade da
Matola, formando o Grande Maputo, com uma área de 633 quilômetros
quadrados.
Na margem norte do Estuário do Espírito Santo Estuário
da Baía de Maputo, em uma entrada para o oceano
Índico, a cidade de Lourenço Marques foi fundada e nomeada em homenagem ao
navegador português que, com Antônio Caldeira, foi enviado
em 1544 pelo governador de Moçambique em uma viagem de exploração. As
fortalezas e feitorias que os portugueses estabeleceram,
abandonaram e reocuparam na margem norte do rio tinham todas o nome de
"Lourenço Marques". A cidade desenvolveu-se em torno de uma fortaleza
portuguesa concluída em 1787, mas o atual assentamento europeu data de cerca de
1850, visto que o anterior foi totalmente destruído pelos nativos.
Em 1871, a povoação era descrita como um lugar pobre e
com ruas estreitas, mas a crescente importância de Transvaal levou
a um maior interesse do Império Português. Uma comissão foi enviada pelo
governo português em 1876 para drenar a terra pantanosa perto
do assentamento e construir um hospital e uma igreja. Cidade desde 1887,
Lourenço Marques passou a substituir a Ilha de Moçambique como capital de Moçambique em
1898. Em 1895, a construção de uma ferrovia para Pretória,
na África do Sul, causou um aumento populacional.
No início do século XX, com um porto bem equipado,
com píeres, cais, armazéns de
desembarque e guindastes elétricos, o que permitia que grandes
navios pudessem descarregar cargas diretamente para o transporte ferroviário, a
cidade de Lourenço Marques desenvolveu-se sob domínio português e alcançou
grande importância como uma cidade cosmopolita.
Com o crescimento contínuo da população da cidade e de
sua economia em expansão centrada no porto, a partir de 1940 o governo de
Portugal construiu uma rede de escolas primárias e secundárias, escolas industriais e comerciais,
bem como a primeira universidade na região, a Universidade de Lourenço Marques,
inaugurada em 1962. As comunidades de portugueses, islâmicos (incluindo ismaelitas),
indianos (inclusive do Estado Português da Índia) e chineses (incluindo macaenses)
conseguiram alcançar grande prosperidade através do desenvolvimento de setores
industriais e comerciais da cidade. No entanto, a maioria da população africana
nativa não conseguia se desenvolver economicamente. Antes da independência de
Moçambique em 1975, milhares de turistas da África do Sul e da Rodésia (atual Zimbábue)
frequentavam a cidade e suas praias, hotéis, restaurantes, casinos e bordéis. A Frente
de Libertação de Moçambique, ou FRELIMO, formada na Tanzânia em
1962 e liderada por Eduardo
Mondlane, lutou pela independência do domínio português. A Guerra de Independência de
Moçambique durou mais de 10 anos, terminando apenas em 1974, quando o
regime do Estado Novo foi derrubado em Lisboa por um
golpe militar de esquerda - a Revolução dos Cravos. O novo governo português
então concedeu independência a todos os territórios ultramarinos portugueses.
A República Popular de Moçambique foi
proclamada em 25 de junho de 1975, em conformidade com o Acordo
de Lusaka, assinado em setembro de 1974. Um desfile e um banquete de
Estado concluiu as festividades da independência na capital, que era esperada
para ser renomeada para "Can Phumo", ou "Lugar de Phumo ",
um chefe tsonga que
morava na região, antes do navegador português Lourenço Marques visitar o local pela
primeira vez em 1545 e dar seu nome a ele. No entanto, após a independência, o
nome da cidade foi alterado (em fevereiro de 1976) para Maputo. O nome de
Maputo supostamente tem sua origem no rio Maputo.
Em 1975, ainda no Governo de transição de Samora
Machel e, em Lourenco Marques, de Alberto Massavanhane, as estátuas de heróis
portugueses foram removidas e a maior parte foi armazenada na fortaleza.
Soldados negros com fuzis soviéticos substituíram os soldados do Exército Português (brancos e negros) com
armas ocidentais por toda a cidade. As ruas de Maputo, originalmente nomeadas
em homenagem a heróis portugueses ou a datas importantes da história de Portugal, tiveram seus nomes
mudados para línguas africanas e passaram a homenagear figuras revolucionárias
ou nomes históricos pré-coloniais.
Após a Revolução dos Cravos, em Lisboa, mais de
250 mil portugueses saíram de Moçambique praticamente
durante a noite, deixando economia e administração do país completamente
incontroláveis. Com o êxodo de portugueses treinados, o país recém-independente
não teve tempo para alocar recursos para manter a sua infraestrutura até então
bem desenvolvida.
Além disso, políticas stalinistas autoritárias
e o planejamento central burocrático deixaram Moçambique em uma condição
extremamente precária desde o eu início, e assim a economia despencou. A FRELIMO, agora o
partido do governo, pediu ajuda para os governos comunistas da União Soviética e Alemanha
Oriental. Até o início dos anos 1980, o país estava falido. O dinheiro era
inútil e lojas estavam vazias. Logo após a independência, o país foi assolado,
de 1977 a 1992, por uma guerra civil longa e violenta entre a
FRELIMO e a RENAMO.
Este conflito interrompeu a estabilidade econômica e política da cidade. Desde
o acordo de paz assinado em 1992, o país voltou a seus níveis de estabilidade
política pré-independência.
Maputo não é só a capital política de Moçambique, mas
ocupa também uma posição central em termos de infraestrutura, atividade
econômica, educação e saúde. A cidade concentra a maior parte dos serviços e
sedes dos grandes grupos econômicos e empresas, públicas e privadas.
Apesar de concentrar apenas 5,4% da população do país,
Maputo é responsável por 20,2% do PIB de Moçambique.
Os setores de comércio, transporte e comunicações e indústria manufatureira são
os mais significativos, contribuindo, respectivamente, com 29,6%, 29,5% e 12,4%
da produção nacional, de acordo com o Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano
(PNUD, 2006).
Os principais produtos agrícolas do município de Maputo
são: alface, couve, abóbora, alho, cebola, batata doce, mandioca, repolho, tomate, cenoura, feijão, milho, amendoim, beterraba e pimento.
As principais indústrias do município são a indústria química e a de alimentos. Outras indústrias incluem
a indústria discográfica, metalúrgica e de móveis.
Maputo tem sido sempre o centro das atenções durante os
seus anos de formação e este forte espírito artístico foi responsável por
atrair alguns dos arquitetos mais avançados do mundo na virada do século XX. A
cidade é o lar de obras de construção atribuídas a Pancho
Guedes, Herbert Baker e Thomas Honney, entre outros. Os
primeiros esforços de arquitetura em torno da cidade teve como foco projetos
europeus clássicos, como a Estação Central (CFM) projetado pelos arquitetos
Alfredo Augusto Lisboa de Lima, Mário Veiga e Ferreira da Costa e construída
entre 1913 e 1916 (às vezes confundido com o trabalho de Gustave
Eiffel) e do Hotel Polana, desenhado por Herbert Baker.
À medida que os anos 1960 e 1970 se aproximavam, Maputo
foi mais uma vez no centro de uma nova onda de influências arquitetônicas de
cunho mais popular, por Pancho Guedes. Os desenhos dos anos 1960 e 1970 foram
caracterizados por movimentos modernistas de estruturas limpas, retas e
funcionais. No entanto, os arquitetos proeminentes, como Pancho Guedes,
fundiram isso com esquemas de arte locais dando a edifícios da cidade um tema
moçambicano único. Como resultado, a maioria das propriedades erguidas durante
o segundo boom da construção assumiram estas sugestões de
denominação.

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