sábado, 11 de setembro de 2021

Chevrolet Opala SS, Brasil








 

Chevrolet Opala SS, Brasil
Fotografia


Novidade em 1971, o Opala SS tornou-se um dos modelos mais venerados do folclore automotivo nacional. O sedã familiar de quatro portas abandonou o banco dianteiro inteiriço e o câmbio de três marchas com alavanca na coluna de direção para adotar uma configuração esportiva típica: bancos individuais e câmbio de quatro marchas com alavanca no assoalho.
Por trás do volante com três raios de aço inox e aro imitando madeira, foi instalado um conta-giros, muito útil para monitorar a rotação do novo motor seis-cilindros com 4,1 litros e 140 cv de potência. Com ele, o SS acelerava de 0 a 100 km/h na casa dos 12 segundos e beirava os 170 km/h. Sua dirigibilidade era favorecida por freios dianteiros a disco e barra estabilizadora na suspensão traseira.
A esportividade era realçada pelas faixas pretas na carroceria e pelas rodas mais largas. Seu desempenho só não era melhor que o do Dodge Charger, mas ainda assim ele cativou o engenheiro Colin Chapman e o melhor piloto da equipe Lotus na época, um certo Emerson Fittipaldi.
Também fez sucesso nas pistas: o piloto Pedro Victor de Lamare foi bicampeão em 1971 e 1972 na Divisão 3 de Turismo, primeiro com o SS sedã e em seguida com o SS cupê, de 1972. A carroceria hardtop e o teto fastback formaram uma combinação perfeita com a linha de cintura sinuosa denominada “garrafa de Coca-Cola”.
A suspensão dianteira com braços duplos sobrepostos e a traseira com eixo rígido tinham um acerto tipicamente americano: um rodar suave e confortável, com tendência ao subesterço causada pela grande concentração de massa sobre o eixo dianteiro.
Essa tendência era facilmente corrigida com a aplicação moderada do acelerador – mas moderada mesmo, pois bastava um pouco mais de motor para a situação se inverter rapidamente: a traseira leve exigia uma tocada refinada para que os finos pneus 7,35 14 não perdessem tração.
Em pisos molhados o sobresterço era uma constante, mesmo com o diferencial de deslizamento limitado.
A primeira revisão de estilo do SS ocorreu no modelo 1973 com uma nova grade dianteira e piscas dianteiros ao lado dos faróis. A rejuvenescida foi essencial para enfrentar seu novo concorrente: o Maverick GT e seu V8 de 5 litros e 197 cv.
Mesmo mais pesado, o esportivo da Ford acelerava de 0 a 100 km/h em 11,6 segundos e chegava aos 175 km/h. Para fazer frente à concorrência, o SS 1974 passou a contar com a opção de ar-condicionado e câmbio automático.
Seguindo a reestilização da linha Opala, o SS 1975 adotou lanternas circulares e opção de direção hidráulica. A decoração externa do SS4 e do SS6 era bem semelhante, com uma faixa seccionada sobre a linha de cintura.
Foi só em 1976 que o SS consolidou sua imagem entre o consumidor brasileiro: homologado dois anos antes, o motor 250-S era finalmente oferecido ao público. Desenvolvido pelo engenheiro Roberto Beccardi, o seis cilindros trazia comando de válvulas mais agressivo com tuchos sólidos, taxa de compressão mais alta e carburador de corpo duplo para chegar aos 171 cv.
Imbatível na relação peso/potência, o SS6 beirava os 190 km/h, superando o Dodge Charger R/T nas acelerações e percorrendo a arrancada de 0 a 1.000 metros mais rápido que o Maverick GT. Para 1977 o SS6 recebeu freios a disco ventilado nas rodas dianteiras, com novas rodas para acomodar as pinças maiores.
Em 1978, a versão SS foi estendida à perua Caravan e já não havia distinção no acabamento externo entre o SS4 e o SS6. O último dos SS é o modelo 1980, reestilizado com faróis e lanternas retangulares e opção de rodas de alumínio. Curiosamente há registro de duas unidades produzidas no modelo 1981.
Entusiastas da versão contabilizam pouco mais de 1.500 Opala SS ainda em circulação. Destes, aproximadamente 220 unidades foram originalmente equipadas com o motor de seis cilindros, raridade que alavancou o valor do Opala SS no mercado de clássicos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário