Geely EC7 1.8 GS, China
Fotografia
Se depender do design, o mais novo modelo chinês do
mercado, que chega este mês às lojas, poderá ter carreira promissora no Brasil.
O Geely EC7, mostrado nesta página, não é ousado com um Hyundai Elantra, por
exemplo. Pelo contrário, tem estilo clássico. Mas por onde passa ele consegue
magnetizar olhares. No dia em que levamos o EC7 para a pista de testes, fomos
fotografados três vezes por motoristas com celulares em punho. O sedã chama
atenção pelos detalhes cromados, na grade dianteira e nas maçanetas, pelo vinco
ascendente na lateral e pela traseira que lembra a do Mercedes Classe S da
geração anterior.
Mas o sucesso de um sedã não se mede só pelo design. A
fábrica definiu o preço do Geely EC7 em 49 900 reais, o que o encaixa
perfeitamente na faixa de carros como Chevrolet Cobalt e Nissan Versa, sedãs de
porte médio com preços e acabamento de compactos. Apesar de oferecer um visual
externo bacana, o desenho interno não é tão atraente. O plástico predomina na
cabine e o revestimento dos bancos, que imita couro, parece curvim. Mas há
detalhes interessantes, como o acabamento preto brilhante no console e o tecido
nas laterais das portas. Na soleira o EC7 tem o nome Emgrand, que é a marca que
identifica os automóveis de luxo da Geely. Para tentar passar por um modelo
luxuoso, no entanto, falta refinamento.
O Geely chega em única versão 1.8 GS já com ar-condicionado,
rodas de alumínio, sensor de ré e central multimídia, entre outros recursos. Na
segurança, além dos obrigatórios ABS e duplo airbag, traz itens ainda raros em
nosso mercado, como cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes
e sistema Isofix de fixação de cadeirinhas. O EC7 vendido no Brasil, que é
produzido no Uruguai desde 2012, não passou por testes de colisão feitos por
institutos locais. Mas na avaliação do europeu Euro NCAP, em 2011, ele se saiu
bem, conseguindo quatro estrelas como pontuação final. Porém não pense que ele
já compartilha a tecnologia da Volvo, que pertence à Geely: o sedã nasceu antes
de a marca chinesa comprar a sueca.
O espaço é próprio de sedã médio, com conforto para
todos, inclusive os três ocupantes de trás. O destaque é o porta-malas, com
670 litros de capacidade (ampliável com o rebatimento do banco traseiro
bipartido). Pena que a posição de dirigir é ruim. O volante é ligeiramente
desalinhado para o centro e fica distante do motorista – uma vez ajustado o
banco, uma pessoa que tenha cerca de 1,75 metro fica com o braços esticados. O
volante conta com regulagem em altura, mas sem ajuste em profundidade, o que
resolveria o problema da distância.
Segundo a Geely, o EC7 passou por várias mudanças para
rodar no Brasil. Além das alterações para usar a gasolina brasileira, a central
eletrônica foi recalibrada para dar mais vigor ao motor. O 1.8 16V tem comando
de válvulas variável e entrega 130 cv a 6100 rpm e 17,2 mkgf a 4400 rpm. O fato
de não ser flex pesa contra um modelo que se apoia no custo-benefício, mas o
EC7 se defendeu bem nos testes, com aceleração de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos
e médias de consumo de 10,4, km/l na cidade e 15,2 na estrada. No dia a dia, o
desempenho é satisfatório, com a ajuda do câmbio de cinco marchas bem
escalonado. Na frenagem, a 80 km/h precisou de 27 metros até parar, menos que
Cobalt (28,9) e Versa (32).
A fábrica diz que dedicou atenção especial ao isolamento
acústico, colocando uma manta sob o painel e reforços nas guarnições das
portas, mas o nível de ruído interno continua elevado, passando dos 70 dB(A) em
algumas situações, como mostram nossas medições. Não foram feitos ajustes na
suspensão porque, segundo a engenharia, o conjunto é suficientemente robusto
para nossas condições de uso. De fato, embora um pouco solta nos movimentos
laterais, a suspensão parece que dá conta do recado. Já a direção é leve demais
e imprecisa, característica reconhecida pela fábrica.
Com três anos de garantia, o EC7 começa a ser
comercializado em 15 concessionárias plenas (ponto de venda e oficina) em oito
estados do país (Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do
Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo) e, para assegurar qualidade
no atendimento, montou uma loja padrão em Itu (SP), onde dará treinamento à
rede. Afinal, não basta apenas fazer um carro bonito.
O EC7 é bonito e espaçoso, mas a direção é imprecisa e a
posição de dirigir se mostrou ruim. Para fazer frente aos modelos de marcas com
mais tradição no mercado, ele precisa ter preço mais atraente.
Nota do blog: Cópia descarada dos Mercedes...







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