sábado, 27 de agosto de 2022

A Novela "Roque Santeiro” e a Censura - Artigo

 






A Novela "Roque Santeiro” e a Censura - Artigo
Artigo


As telenovelas foram alvos da censura dos governos militares (1964-1985) em várias ocasiões. Um dos casos mais conhecidos ocorreu com a novela “Roque Santeiro”, de Dias Gomes.
Anteriormente intitulada “A Fabulosa Estória de Roque Santeiro e de Sua Fogosa Viúva, a Que Era Sem Nunca Ter Sido”, a telenovela “Roque Santeiro” é tanto um símbolo da censura durante a Ditadura Militar quanto da reabertura política do país.
Oficialmente, a obra passou por duas análises da Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), órgão responsável pela censura no país. A primeira foi em 1975, quando sua exibição foi proibida às vésperas da estreia no horário das 20h. Como podemos ver no parecer publicado neste post, a proibição se devia à presença de “ofensa à moral, à ordem pública e aos bons costumes, bem como achincalhe à igreja”, além de contínuas “cenas amorosas”. Tais aspectos eram considerados “intoleráveis” pelos censores para a faixa das 20h. A emissora decidiu pela não exibição, mesmo após às 22h, pois com os cortes os capítulos teriam duração máxima de 15 minutos.
Na segunda análise, em 1985, sua exibição foi aprovada com cortes impostos pelo órgão. No entanto, por conta do contexto de reabertura política do país e diante das críticas à censura tecidas por Dias Gomes, foi permitida a exibição integral dos capítulos restantes da trama.
Foi pela DCDP que diversas manifestações artísticas e culturais foram vetadas e adaptadas durante a Ditadura Militar, de telenovelas a letras musicais. Atualmente, a documentação da DCDP está sob a guarda do Arquivo Nacional e pode ser consultada on-line, no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (Sian).

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