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segunda-feira, 29 de agosto de 2022
Cervejaria Bopp, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Cervejaria Bopp, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Fotografia - Cartão Postal
Fundado em 29 de maio de 2003, o Shopping Total está comemorando 19 anos de atividades. O complexo de antigos e novos prédios compõe, hoje, um mix de mais de 570 lojas, sediando um dos principais empreendimentos comerciais da capital gaúcha. Depois que a Cervejaria Brahma encerrou, ali, sua produção, em agosto de 2000, o imóvel histórico foi adquirido pela empresa Óleos Vegetais Taquarussu Ltda., de propriedade dos empresários Bastos Ribeiro, sendo, em seguida, alugado à Porto Shop S/A, com sede em Curitiba (PR), até o ano de 2030. Vale a pena aproveitar a data e refrescar a memória sobre esse importante conjunto arquitetônico.
O início foi com a chegada, em 1825, do imigrante alemão Leonardo Bopp, aos 37 anos, ao nosso Estado. Encaminhado para a Colônia de São Leopoldo, instalou-se no distrito de Estância Velha e, ali, num pequeno sítio, cultivou a terra e construiu um moinho de farinha de trigo. O espaço se tornou conhecido como Bopploch – o Buraco dos Bopp. Na década de 1930, o colono deu lugar ao empreendedor: fundou um curtume e abriu uma fábrica onde passou a manufaturar calçados. Em seguida, estabeleceu-se com uma loja. Em 1832, aos 44 anos, casou-se com Elizabeth Bohrer, também imigrante alemã, com quem teve 10 filhos. Em 27 de abril de 1847, nascia em Estância Velha o sexto filho do casal, Carlos Bopp, que viria a ser o fundador da Cervejaria Bopp em Porto Alegre.
Carlos Bopp casou-se com Maria Luiza Haertel, filha de Guilherme Haertel, um cervejeiro de Pelotas, e tiveram cinco filhos: Carlos Bopp Filho (1871), Alberto Estevão Bopp (1873), Augusta Bopp (1876), Arthur Bopp (1878) e Otilia Bopp (1880). Antes de dedicar-se à indústria cervejeira, Carlos Bopp se estabeleceu em Porto Alegre com uma pequena fábrica de vidros e de latarias de estanho, na antiga Rua do Comércio, atualmente a Rua Uruguai. Ele teria confeccionado uma pequena caldeira, pouco mais que um tacho, a pedido de um cliente que nunca voltou para buscar a encomenda. Então, sua esposa lhe convenceu a aproveitar o utensílio para iniciar a fabricação de cerveja.
A experiência parece ter dado certo, pois apreendeu a fabricação da cerveja com o cunhado Theodor Augusto Fayet, marido de sua irmã Guilhermina, e os segredos da cevada, do lúpulo e do arroz com o sogro Guilherme Haertel. Iniciou-se no ramo cervejeiro produzindo “150 garrafas em um velho tacho”. Esse é o mito da origem da Fábrica de Cerveja de Carlos Bopp, fundada em 1881, na Rua Voluntários da Pátria. Depois, existiu uma segunda sede, que funcionou na última década do século 19, antes de ser instalada no imponente edifício da Rua Cristóvão Colombo, projetado por Theo Wiedersphan, em 1911.
Na segunda metade do século 19, já existiam em Porto Alegre algo em torno de 15 a 20 fábricas de cerveja. Para enfrentar a concorrência, em 1924, houve a fusão das cervejarias Bopp Irmãos, Ritter e Becker-Sassen. Com seus prédios e equipamentos industriais, passaram a integrar o capital da empresa Bopp, Sassen, Ritter e Cia. Ltda. – Cervejaria Continental.
Em 1911, foi inaugurado o primeiro dos edifícios que comporiam o conjunto da Cervejaria Bopp Irmãos, depois Cervejaria Continental, preservado até os dias de hoje. Após a fusão das três cervejarias, a Continental dominou o mercado gaúcho. Nessa época, a Companhia Cervejaria Brahma dominava o mercado nacional. Suas origens remontam ao ano de 1888, quando o imigrante suíço Joseph Villiger começou a fabricar cerveja em sua própria casa, no Rio de Janeiro.
Em 1945, a Brahma voltou sua atenção para o mercado gaúcho, adquirindo a fábrica de cerveja de Irmãos Leonardelli & Cia., em Caxias do Sul. Foi em 1946, porém, que a empresa deu um grande salto para conquistar o mercado da cerveja do Rio Grande do Sul, fazendo a fusão com a Cervejaria Continental.
A Brahma, em 1988, trocou a sede da Avenida Cristóvão Colombo, por suas novas instalações, em Viamão, abrindo caminho, assim, para uma nova ocupação daquele nobre espaço urbano.
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