Lincoln Cosmopolitan 1952, Estados Unidos
Fotografia
No fim dos anos 40 chegara a hora de dar adeus aos carros do
pré-guerra, defasados em tecnologia e estilo.
A Cadillac saiu na frente em 1948, mas obteve uma resposta à
altura no ano seguinte, quando a Lincoln (divisão de luxo da Ford) apresentou
seu novo topo de linha: o Cosmopolitan.
Seu objetivo era resgatar o prestígio que a marca conquistara
com o Continental,
um dos mais belos carros de seu tempo.
Junto, o modelo de entrada Zephyr dava lugar à versão mais
simples e sem nome do Cosmopolitan, baseada nos modelos da Mercury, divisão
intermediária da Ford.
O Cosmopolitan fez jus ao nome e passou a ditar a moda em todos
os cantos do mundo.
Os para-lamas eram incorporados à carroceria e o capô
proeminente ficava levemente abaulado.
Faróis e lanternas embutidos fizeram sucesso e inspiraram
customizadores em todo o mundo.
As duas versões faziam parte de uma inteligente estratégia: o
Cosmopolitan era maior (5,59 metros), mais espaçoso e tinha acabamento melhor.
O carro de entrada era menos vistoso, mas ganhava agilidade com
10 cm a menos no entre-eixos (“só” 3,07 metros) e 22 cm no comprimento.
O rodar suave levou o Cosmopolitan à Casa Branca, transportando
o presidente Harry Truman. Foi tão bem que serviu aos sucessores Dwight D.
Eisenhower e John F. Kennedy.
Nem problemas crônicos foram capazes de abalar sua reputação,
caso do acabamento falho e da infiltração de água e poeira.
Além de conversível e limusine, havia o cupê, o sedã de dois
volumes (Sport Sedan) e o de três (Town Sedan), estes com portas suicidas.
Todos com o motor InVincible 8, de 5,5 litros. Era o maior V8
feito pela Ford.
Seus 152 cv eram imbatíveis diante do V8 5.5 da Cadillac, de
160 cv.
Por isso, o Cosmopolitan foi o primeiro americano do pós-guerra
a bater as 100 milhas por hora (160,9 km/h).
E ele disparava nas vendas: 73.507 carros em 1949, recorde que
duraria 23 anos.
Essa aptidão para alta velocidade levou-o às pistas: em 1950,
venceu as duas primeiras provas da Nascar e foi o escolhido por 16 pilotos que
estrearam na primeira Carrera Panamericana.
Em 1951 vieram alguns retoques e o Capri, versão de luxo do
cupê, promovido no ano seguinte a topo de linha, o que rebaixou o Cosmopolitan
a carro de entrada.
Resenhados em 1952, os dois passaram a vir só como sedã e cupê
hardtop, caso do Cosmopolitan das fotos dessa matéria.
O desenho dos novos Lincoln ficou repleto de detalhes e veio um
V8 5.2 de 160 cv.
Evoluído, o Cosmopolitan passou o bastão ao Capri, que levou os
quatro primeiros lugares da Panamericana de 1952 e 1953 e a dobradinha em 1954.
Naquele ano ele encerrou a carreira, mostrando que não havia
fronteiras para seu estilo, luxo e desempenho.
Em 1949, a Ford ainda não havia desenvolvido sua própria
transmissão automática, mas não poderia deixar a Lincoln em um patamar inferior
ao da Cadillac.
A solução foi inusitada e curiosa para a época: adquirir a
mesma transmissão Hydramatic da arquirrival GM.
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