domingo, 15 de dezembro de 2019

Lincoln Cosmopolitan 1952, Estados Unidos





Lincoln Cosmopolitan 1952, Estados Unidos
Fotografia


No fim dos anos 40 chegara a hora de dar adeus aos carros do pré-guerra, defasados em tecnologia e estilo.
A Cadillac saiu na frente em 1948, mas obteve uma resposta à altura no ano seguinte, quando a Lincoln (divisão de luxo da Ford) apresentou seu novo topo de linha: o Cosmopolitan.
Seu objetivo era resgatar o prestígio que a marca conquistara com o Continental, um dos mais belos carros de seu tempo.
Junto, o modelo de entrada Zephyr dava lugar à versão mais simples e sem nome do Cosmopolitan, baseada nos modelos da Mercury, divisão intermediária da Ford.
O Cosmopolitan fez jus ao nome e passou a ditar a moda em todos os cantos do mundo.
Os para-lamas eram incorporados à carroceria e o capô proeminente ficava levemente abaulado.
Faróis e lanternas embutidos fizeram sucesso e inspiraram customizadores em todo o mundo.
As duas versões faziam parte de uma inteligente estratégia: o Cosmopolitan era maior (5,59 metros), mais espaçoso e tinha acabamento melhor.
O carro de entrada era menos vistoso, mas ganhava agilidade com 10 cm a menos no entre-eixos (“só” 3,07 metros) e 22 cm no comprimento.
O rodar suave levou o Cosmopolitan à Casa Branca, transportando o presidente Harry Truman. Foi tão bem que serviu aos sucessores Dwight D. Eisenhower e John F. Kennedy.
Nem problemas crônicos foram capazes de abalar sua reputação, caso do acabamento falho e da infiltração de água e poeira.
Além de conversível e limusine, havia o cupê, o sedã de dois volumes (Sport Sedan) e o de três (Town Sedan), estes com portas suicidas.
Todos com o motor InVincible 8, de 5,5 litros. Era o maior V8 feito pela Ford.
Seus 152 cv eram imbatíveis diante do V8 5.5 da Cadillac, de 160 cv.
Por isso, o Cosmopolitan foi o primeiro americano do pós-guerra a bater as 100 milhas por hora (160,9 km/h).
E ele disparava nas vendas: 73.507 carros em 1949, recorde que duraria 23 anos.
Essa aptidão para alta velocidade levou-o às pistas: em 1950, venceu as duas primeiras provas da Nascar e foi o escolhido por 16 pilotos que estrearam na primeira Carrera Panamericana.
Em 1951 vieram alguns retoques e o Capri, versão de luxo do cupê, promovido no ano seguinte a topo de linha, o que rebaixou o Cosmopolitan a carro de entrada.
Resenhados em 1952, os dois passaram a vir só como sedã e cupê hardtop, caso do Cosmopolitan das fotos dessa matéria.
O desenho dos novos Lincoln ficou repleto de detalhes e veio um V8 5.2 de 160 cv.
Evoluído, o Cosmopolitan passou o bastão ao Capri, que levou os quatro primeiros lugares da Panamericana de 1952 e 1953 e a dobradinha em 1954.
Naquele ano ele encerrou a carreira, mostrando que não havia fronteiras para seu estilo, luxo e desempenho.
Em 1949, a Ford ainda não havia desenvolvido sua própria transmissão automática, mas não poderia deixar a Lincoln em um patamar inferior ao da Cadillac.
A solução foi inusitada e curiosa para a época: adquirir a mesma transmissão Hydramatic da arquirrival GM.

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