sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Enchente na Avenida Luiz Xavier, Curitiba, Paraná, Brasil

 


Enchente na Avenida Luiz Xavier, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia


Os antigos falam: - Depois que a procissão passou, não adianta tirar o chapéu.
A foto não está lá tão nítida, o Rio Ivo tomava conta da Avenida Luiz Xavier em um dia de forte chuva.
Do lado direito vemos a Tecelagem Imperial ainda no prédio antigo, já demolido.
O edifício ao lado da Tecelagem Imperial teve a fachada toda mudada e nem se reconhece mais.
O próximo edifício, que tem a fachada em onda, é o Edifício Heloísa, onde depois a Mesbla ocupou todos os andares.
Heloísa era o nome de uma das filhas de David Carneiro, que era o proprietário do edifício. Faleceu ainda criança. Os outros filhos eram David, Fernando e Marílita, que é mãe do Dinho Ouro Preto, cantor e compositor do Capital Inicial.
Neste prédio, lá em cima, foi construída a primeira cobertura (casa sobre um edifício) de Curitiba.
David Carneiro foi um importante ervateiro.
Ao fundo a Praça Osório.
Ao lado do edifício com fachada em onda, mais para o lado da Praça Osório, a casa antiga foi demolida e foi construído o Edifício Tijucas.
Vou chamar a atenção para duas coisas nesta foto:
- O estilo do edifício em onda e o do lado de cá, que foram mudados, eram em Art déco.
A gente houve falar em Art déco, Art noveau, Eclético e no fim não consegue distinguir direito um estilo do outro.
Mas trocando em miúdos, Art déco foi um estilo que surgiu entre as guerras (anos 1920 e 1930), é um estilo moderno e de luxo que prezava pela simplicidade e se caracterizava pelas formas geométricas. Uma arquitetura refinada porém mais limpa e funcional.
O Edifício Heloísa e o do lado são bons exemplos de arquitetura Art déco.
Já o casarão onde era a Tecelagem Imperial e o do lado de cá, na esquina da Ébano Pereira, a gente percebe que eram de outro estilo. Era Eclético. Mas porquê Eclético?
Eclético era mais rebuscado e misturava vários estilos, cheio de ornamentos, sofisticado, tinha estátuas, tinha acabamento no telhado, tinha sacada, tinha grades de ferro com desenhos, tinha janelas e portas altas, arredondadas, tinha acabamentos em alvenaria, etc.
A segunda coisa que eu ia falar é que o edifício Heloísa está hoje coberto de vidros.
Tem uma estrutura metálica presa no prédio antigo que sustenta todos esses vidros fumê.
Não é que seja feio, mas ali, junto ao Palácio Avenida e o Edifício Garcêz, não é lugar para aquela fachada envidraçada.
A arquitetura original deve estar intacta debaixo daqueles vidros. Nem precisa reformar muita coisa.
Eu adoraria que o dono retirasse aquela estrutura e o Heloísa voltasse a ter a forma original.
Mas como o prédio não é meu, o dinheiro para tirar esses vidros não sairá do meu bolso, não sei se o proprietário gosta mais do prédio como está hoje do que de como era antes, melhor aceitar a realidade, não tenho que achar nada...
Mas que tal se a prefeitura convencesse o dono e pagasse para ele retirar a estrutura metálica e os vidros? Ou, melhor ainda, que tal se a prefeitura pagasse a retirada?
Na verdade seríamos nós que pagaríamos porque o dinheiro da prefeitura viria dos nossos impostos.
Pronto, chega de sonhar... Vou lavar uma louça que a pia está cheia e ganho mais do que ficar sonhando...
O que passou, passou...
Texto de Karin R. Santos, respeitosamente adaptado para o blog por mim.

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