sábado, 20 de agosto de 2022

Usina Hidrelétrica de Rasgão, Pirapora, São Paulo, Brasil


 

Usina Hidrelétrica de Rasgão, Pirapora, São Paulo, Brasil
Pirapora - SP
Fotografia


A Usina Hidrelétrica Rasgão, do tipo fio d'água, localiza-se no rio Tietê, município de Pirapora do Bom Jesus, estado de São Paulo. Em 1924 e 1925, a São Paulo Tramway, Light and Power Company Ltd. enfrentou grave crise de desabastecimento de energia, agravada por prolongada seca. Neste período, registrou-se uma das mais sérias estiagens da história de São Paulo, reduzindo em cerca de 40% a vazão do rio Tietê e do rio Sorocaba, utilizados na produção de energia elétrica para a capital paulista e áreas próximas. A restrição à oferta de energia levou o governo municipal, a pedido da empresa, a decretar o racionamento do consumo a partir de fevereiro de 1925. Para superar esta deficiência no suprimento de energia, a empresa, além de ampliar ao limite máximo a capacidade das unidades geradoras já existentes, deu início à construção de novas usinas hidrelétricas. A primeira nova usina construída pela São Paulo Tramway, Light and Power Company Ltd., na década de 1920, foi a Usina Hidrelétrica Rasgão, em desnível existente no rio Tietê, já apontado como ideal para instalação de aproveitamento hidrelétrico desde 1911, a partir de estudo coordenado por Walter Charnley. O local escolhido, conhecido por Rasgão, era assim denominado porque ali, em meados do século XVIII, o Cap. Fernão Paes de Barros, proprietário daquelas terras, onde o rio Tietê formava corredeira, havia construído desvio para a água do leito original do rio, possibilitando a garimpagem de ouro de aluvião. O projeto não teve sucesso e estas terras acabaram sendo adquiridas pela São Paulo Tramway, Light and Power Company Ltd. em 1904. Supervisionadas pelo Eng. Asa Billings, as obras da usina tiveram início em outubro de 1924 e foram concluídas em setembro de 1925, em prazo recorde de onze meses. Foram transportadas, ao longo do processo de montagem da usina, segundo o Eng. J. M. Bell, 5.000 toneladas de material. O projeto da casa de máquinas e a aquisição de materiais para a construção da usina foram feitos pelo Escritório Técnico Ramos de Azevedo. O Eng. M. J. Martinez veio de Barcelona, Espanha, trazendo rascunhos com o dimensionamento da usina, para que o Escritório Técnico Ramos de Azevedo pudesse desenvolver o projeto adequadamente. Em 6 de setembro de 1925, a primeira unidade da usina começou a operar em caráter experimental. Nesta ocasião, grave acidente envolvendo operário e engenheiro atrasou o início do funcionamento da segunda unidade, que só entrou em operação em 6 de novembro de 1925. A usina passou a operar com dois grupos geradores, compostos de turbinas S. Morgan Smith, tipo Francis, eixo vertical, e geradores General Electric com 7.200 kW de potência cada, totalizando capacidade instalada de 14.400 kW, com fornecimento de energia elétrica ao município de São Paulo. Em 1958, relatórios técnicos apontaram sinais de infiltrações no canal adutor, provenientes da concretagem incompleta realizada na época da inauguração. O funcionamento da usina ficou, então, definitivamente comprometido e, em 1961, ela foi desativada. Em 1981, foi incorporada ao acervo da Eletropaulo - Eletricidade de São Paulo S.A. (Eletropaulo), nova razão social do Grupo Light no estado de São Paulo. Em 1989, foi implementada grande reforma na usina, que incluiu mudança nos edifícios de apoio e na casa de máquinas e recuperação dos equipamentos eletromecânicos e do canal adutor, reintegrando a usina ao seu sistema gerador, com potência de 22.000 kW. Em dezembro de 1997, passou ao controle da Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. (Emae), empresa resultante da cisão da concessionária anterior.

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