Porto Alegre - RS
Fotografia - Cartão Postal
Nota do blog: Já demolido.
À beira do
Guaíba, no século XIX, ficava a chamada “Doca de Frutas”. Por muito tempo, era
ali que as embarcações atracavam para venda direta de mantimentos. No século
seguinte, a Doca foi aterrada para surgir o Cais do Porto. Em 1939, o
prefeito Loureiro da Silva, famoso por investir em obras na cidade, inaugurava
o Mercado Livre, que seria o lar dos hortifrutigranjeiros. O prédio grande, ao
estilo art decó, bem ventilado, com pé direito alto e amplas janelas, surgiu
com o objetivo de abrigar bancas de frutas e verduras. Passou a complementar,
assim, as atividades do Mercado Público Central, seu ilustre vizinho. Clientes
circulavam pelos dois prédios, separados apenas pela Av. Júlio de Castilhos.
Produtos agrícolas do entorno de Porto Alegre eram vendidos frescos, inclusive
abastecendo restaurantes e carroceiros, assim como revendedores, que enchiam a
Julio na madrugada – a Ceasa-RS só seria inaugurada em 1974. Além de clientes,
os dois mercados dividiam trabalhadores: muitos daqueles que fariam história no
Mercado Público começaram trabalhando no Mercado Livre.
A história foi
interrompida nos anos 1970, durante a administração do prefeito Thompson Flores
– o mesmo que ameaçou demolir o Mercado Público para a construção de uma via. O
prédio do Mercado Livre, que ocupava um quarteirão, foi posto abaixo para a
abertura da linha da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb),
visando a mobilidade e conexão com a região metropolitana. Não foram poucos os
que lamentaram o ocorrido, prevendo o mesmo destino ao MP. O que talvez até
tenha estimulado ainda mais o engajamento de mercadeiros, jornalistas e
frequentadores na defesa do Mercadão.
As bancas de
frutas do Mercado Livre foram transferidas por um período para a Praça Rui
Barbosa, atual Centro Popular de Compras, o Camelódromo. Já o espaço em frente
ao Mercado Público passou a abrigar a entrada subterrânea da Estação Mercado e
serviu por um tempo como estacionamento, até ser transformado em Praça
Revolução Farroupilha. Hoje, abriga o painel de Danúbio Gonçalves, “Epopeia
Rio-grandense, Missioneira e Farroupilha”.
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