Galeota Real, Galeota de Dom João VI, Marinha Brasileira, 1899, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
A Galeota
Real, também denominada como Galeota de D. João VI, é uma pequena galé, um tipo de embarcação
movido a remos.
Inspirada
na Galeota
Grande e na Saveira Dourada, que atendiam a Família
Real Portuguesa em Lisboa, a Galeota Real foi
construída em 1808 por determinação
do conde da
Ponte, nos estaleiros do Arsenal da Capitania
da Bahia em Salvador, para o serviço
particular do Príncipe Regente, no contexto da transferência da corte portuguesa para
o Brasil (1808-1821).
Foi
transportada para o Rio
de Janeiro no ano seguinte (1809). Em 28 de Março, foram mandados
receber, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, 23
"algarves" (remadores reais, naturais da província do Algarve), que tinham vindo
em um dos navios da esquadra, para serem empregados no serviço da galeota, sob
as ordens do patrão-mor do Arsenal. Estes homens envergavam um uniforme especial, em
que se destacavam capacetes de prata.
Na Corte,
atendeu aos deslocamentos da Família Real pela baía
de Guanabara, tendo recebido a Princesa D. Leopoldina e,
posteriormente conduzido a Família Real à embarcação que a transportou de volta
a Portugal, em 25 de abril de 1821.
Sem similar
no continente americano, foi
utilizada até aos primeiros governos da República
Velha. Entre outros personagens, transportou o então Presidente da
República Argentina, Dr. Julio
Argentino Roca (vide fotografia do post), quando de sua visita ao Rio de Janeiro (1899) e o Presidente eleito da República
Argentina, Dr. Roque
Sáenz Peña e sua comitiva em visita ao Brasil (1910). Realizou a sua última viagem em Setembro
de 1920, no desembarque
da família
real da Bélgica, que chegou ao Rio de Janeiro a bordo do Encouraçado
São Paulo.
À época da
gestão do Almirante Protógenes Pereira Guimarães à frente do Ministério da
Marinha (1931-1935), foi formulada uma proposta de serrá-la ao meio e remeter
uma das metades para o Museu
Histórico Nacional.
Após muitos
anos conservada no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, quando da criação
do Espaço Cultural da Marinha, no centro histórico do Rio, foi
previsto um espaço próprio para a sua exposição, onde, restaurada e inscrita
num módulo temático, se constitui em uma das principais atrações permanentes.
Com casco
de madeiras nobres,
tem 24 metros de comprimento, tendo sido
propelida primitivamente por 22 remos (onze em cada bordo),
posteriormente aumentados para 30. Na popa, possui um camarote forrado de veludo, ricamente decorado,
e, na proa, a carranca de um dragão, símbolo da Casa de
Bragança.
Modelo sem
similar em toda a América, esteve em uso até os primeiros governos
republicanos.
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