Mercado Público de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil
Florianópolis - SC
N. 830
Fotografia - Cartão Postal
O Mercado
Público Municipal de Florianópolis é um centro de comércio e edifício
público histórico de Florianópolis, capital do
estado de Santa
Catarina, Brasil.
O prédio é composto de duas alas – norte e sul – separadas por um vão central.
No local acontece um variado comércio, principalmente de vestuário, alimentos, utensílios
diversos e artesanato.
Além disso, é um importante ponto de encontro e lazer da cidade, tanto para moradores
quanto para turistas.
O Mercado
Público tem sua origem em barracas e quitandas construídas pelo
governo da Capitania de Santa Catarina, provavelmente no fim do século XVIII. Estas
barracas e quitandas eram alugadas por pequenos comerciantes. O aluguel era
recebido primeiramente pelo governo da capitania, e após a Independência
do Brasil, pelo governo da província de Santa Catarina.
O Mercado
Público era o local onde os pequenos comerciantes da ilha
de Santa Catarina, e litoral próximo (São
José da Terra Firme e São
Miguel da Terra Firme), vendiam peixe, carne de sol, feijão, arroz,
mandioca, hortaliças, drogas
do sertão, comidas preparadas na hora, dentre outros produtos.
As pessoas que
vendiam produtos eram em sua maioria escravos de ganho, forros e brancos pobres. Os principais frequentadores do
comércio eram escravos, forros, marinheiros, militares, viajantes e a população
local, em geral.
Em 1838, o
governo da província autorizou a construção de uma Praça de Mercado, que
deveria ficar entre as ruas Livramento e Ouvidor, em um local de terreno de
marinha, fora do Largo da Matriz.
Dois grupos
políticos locais entraram em disputa pela escolha do local que o Mercado
Público deveria ser construído. Por um lado, os grandes comerciantes locais
queriam que as barracas continuassem no Largo da Matriz. O motivo era que a
localização das barracas e quitandas atraia clientes para suas lojas, que
ficavam na rua do comércio, atual Conselheiro Mafra. A
maioria destes grandes comerciantes tinhas familiares em todas as irmandades
religiosas encontradas na Ilha
de Santa Catarina.
O outro grupo
político era formado por pessoas que moravam em outros lugares da Ilha, de
outras províncias, ou mesmo de outros países. Muitos pertenciam a loja maçônica
Concordia, e a Sociedade Patriótica, ambas fundadas por Jerônimo
Coelho em Desterro.
Estes desejavam instalar as barracas e quitandas fora do perímetro urbano,
próximo a ponto do vinagre.
Em 1845, a
visita de Dom Pedro
II e do Bispo
do Rio de Janeiro levou a Câmara de Desterro a
aprovar a mudança de lugar das barracas e quitandas. O centro urbano foi
higienizado, e as barraquinhas foram removidas para as proximidades do Largo
Santa Bárbara, junto à Ponte do Vinagre, fora do perímetro urbano.
Os grandes
comerciantes desejavam que as barracas e quitandas voltassem para o Largo da
Matriz, enquanto os maçônicos e a Sociedade Patriótica desejavam que
continuassem perto da ponte do vinagre.
Esta disputa,
por fim, deu origem ao Partido
Conservador catarinense, dos grandes comerciantes locais, e
o Partido
Liberal catarinense, que pertencia principalmente aos maçônicos
e aos grupos associados na Sociedade Patriótica.
Por fim, o
primeiro prédio do Mercado Público foi construído em 1851, situava-se ao sul do
Largo da Matriz,, junto ao mar. Em 5 de fevereiro de 1899, o prédio foi transferido para a
localização atual, na época também à beira-mar, possuindo apenas uma ala.
A segunda ala
só veio a ser entregue em 24 de janeiro de 1931, construída sobre um aterro, assim como as
pontes de ligação e o vão central. O conjunto arquitetônico tem a sua
configuração atual desde 1932, com
a reinauguração da primeira ala. Atualmente, devido à construção de uma grande
aterro na Baía Sul,
o edifício encontra-se longe do mar.
Em 19 de agosto de 2005, uma fritadeira elétrica com óleo vegetal deu
início à queima de toda a ala norte do Mercado Público de Florianópolis.
Os bombeiros foram
acionados e em cinco minutos estavam no local, mas não foi possível salvar a
ala, que foi reformada por um consórcio entre a prefeitura e o governo do
estado e está em uso novamente.
O mercado já
havia sofrido um incêndio em 6 de junho de 1988, ocasionado por um vazamento de gás,
durante um processo de reforma.
O Mercado
Público já passou por diversas reformas, sendo as últimas a que se seguiu ao
incêndio, em 2005; a reforma do telhado da Ala Sul, ao custo de 1,3 milhão de
reais, iniciada em 2011; e a reforma da Ala Norte, ao custo de 8,7 milhões.
Parte do telhado reformado de 2011 a 2013 ruiu durante as obras de 2014,
levadas a cabo pela mesma empresa, a JK Engenharia.
Após o fim das
reformas, uma cobertura no vão central foi colocada em 2016, após um concurso
nacional. Devido as características históricas, o concurso exigia que a nova
estrutura não encostasse nas paredes do Mercado. Isso acaba fazendo com que a
chuva ainda atrapalhe quem passa pelo local, o que era um dos motivos pelo qual
a cobertura foi colocada. Essa situação e algumas mudanças no projeto - como a
lona que era para ser translúcida, mas acabou sendo branca por causa do calor -
tornaram a nova coberta polêmica entre especialistas e moradores, que divergem
opiniões sobre ela.

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