quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Cartão Postal "Siempre No los Lavo, Algunas Veces Comemos Afuera" - Pedro Seguí

Cartão Postal "Siempre No los Lavo, Algunas Veces Comemos Afuera" - Pedro Seguí
Cartão postal - Humor


Este desenhista e cartunista começou a sua carreira profissional desenhando no diário “El Pampero”, mas não foi a prancheta a sua única paixão, já que também cultivou com entusiasmo o turfe e o boxe.
Em Concordia, na sua província natal de Entre Ríos — pesando apenas 44 quilos —, destacou-se como jóquei, vencendo numerosas corridas, e, mais tarde, já em Buenos Aires, dedicou-se ao boxe e representou o clube River Plate na categoria mosca.
Com o tempo, o desenho iria ocupar um lugar preponderante nas suas atividades e acabaria impondo o seu traço pessoal e virtuoso, até ser requisitado pela maior parte das publicações argentinas da época. Seus trabalhos apareceram — dentre muitas outras revistas — em “Mundo Argentino”, “Antena”, “Pobre Diablo”, “Tío Vivo”, “Media Suela” e “Tía Vicenta”.
Também foi colaborador assíduo das revistas brasileiras “Rir” e “Humor”.
No Brasil, além disso, fez desenhos humorísticos de temática futebolística para a TV Record de São Paulo.
Na exitosa revista “Rico Tipo”, de Guillermo Divito, criou vários personagens que tiveram grande repercussão, como “El Gordo Villanueva”, “El Ñato Desiderio” e “Don Bildigerno”.
Nesta publicação, também deu identidade gráfica a “Juan Mondiola”, que não nasceu como personagem, e sim como o pseudônimo com que o escritor Miguel Ángel Bavio Esquiú assinava os seus relatos picarescos.
Com o tempo, Mondiola adquiriu identidade própria, tornando-se independente do autor, e o desenho de Seguí foi determinante para que isso acontecesse, ao dar-lhe rasgos inconfundíveis de identidade: casaco cinza, chapéu preto e um lenço com um monograma.
Esta criação chegou a ter uma enorme aceitação, a tal ponto que chegou a ser o mote de uma revista, inspirou um tango e até foi levada ao cinema, em 1950, com o ator Juan José Míguez como Mondiola, direção de Manuel Romero e roteiro de Emilio Villalba Welsh e Alejandro Verbitsky. A capacidade de Seguí para captar a essência de um personagem foi descrita certeiramente na revista “Dibujantes” por Franco Panzera: “É um dos poucos casos de desenhistas cujos personagens que lhe pediram para criar, para ilustrações de diversos contos, foram tão certamente bem sucedidos, tão de acordo com a idiossincrasia modelada pelo roteirista, que a notoriedade e a rápida fama dos mesmos repartiu-se entre ambos: autor e ilustrador”. Outra das suas habilidades destacadas foi a de desenhar “garotas” muito atraentes, que competiam com as do próprio Divito.
O humorista Dardo Ruíz Díaz, na revista “Humorón”, afirmou a respeito: “Assim como se reconhecem as aves pelo voo, reconhece-se a Seguí pelas garotas”. Colaborou, também, durante muitos anos com a revista “Lúpin”, de Guillermo Guerrero, através do caubói “Johnny Retruenos” e dos pilotos de carros “Tuerkito y Gasolina”.

Cartão Postal "Papai, a Bola Está Aqui" - Pedro Seguí


Cartão Postal "Papai, a Bola está Aqui" - Pedro Seguí
Cartão Postal - Humor

Nota do blog: Que tempo maravilhoso! O mundo atual é muito sem graça...

Curva Ferroviária Elevada, Rua 110, Nova York, Estados Unidos


Curva Ferroviária Elevada, Rua 110, Nova York, Estados Unidos
Nova York - Estados Unidos
Fotografia - Cartão Postal

Banhista Arrumando os Cabelos (Baigneuse s’Arrangeant les Cheveux) - Pierre Auguste Renoir


Banhista Arrumando os Cabelos (Baigneuse s’Arrangeant les Cheveux) - Pierre Auguste Renoir
Museu Renoir de Cagnes-sur-Mer França
OST - 1890

Rua XV de Novembro, 1931, São Paulo, Brasil - Theodor Preising


Rua XV de Novembro, 1931, São Paulo, Brasil - Theodor Preising
São Paulo - SP
Acervo Coleção Pirelli/MASP
Gelatina/Prata Tonalizada - 46x30 - 1931
Fotografia - Cartão Postal


Theodor Preising, fotógrafo profissional participou da 1ª. Guerra Mundial como fotógrafo na frente de combate. Em 1920 viajou para América do Sul, morou alguns meses na Argentina e fixou residência no Brasil. No início dos anos 20 comercializou máquinas fotográficas, acessórios e cartões postais no Grande Hotel do Guarujá. Em 1923 estabeleceu-se definitivamente no Brasil com a família e no ano seguinte montou um laboratório fotográfico em São Paulo. Produziu cartões postais e álbuns fotográficos de várias cidades do Brasil como São Paulo, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Petrópolis, Salvador, Curitiba, Joinville entre outras. Em 1935 Preising foi o primeiro a introduzir no Brasil máquinas de pequeno formato como a Leica e a Contax. Em 1936 trabalhou junto com o fotógrafo Benedito Junqueira Duarte na revista São Paulo. Em 1941 naturalizou-se brasileiro. Com o início da 2ª. Guerra Mundial, Preising foi proibido de tirar fotos externas nas cidades, então passou a documentar a agricultura do país. Os fazendeiros compravam os registros fotográficos das lavouras de algodão, café, banana e trigo. Trabalhou ainda no Departamento de Imprensa e Propaganda/DIP no Rio de Janeiro e na Universidade de São Paulo. Seu arquivo de cerca de 14.000 negativos pertence ao bisneto Douglas R. Aptekmann.
Nota do blog: É uma das imagens mais icônicas da cidade de São Paulo. Existem duas versões desta imagem, sendo uma como fotografia (a desse post, note no canto inferior direito que ela foi cortada) e outra como cartão postal. Eu continuo na procura por uma imagem maior e sem corte.




Exemplo em que dois produtos diferentes foram gerados em períodos e circuitos distintos contendo o mesmo registro da Rua 15 de Novembro em direção à Praça Antônio Prado no centro de São Paulo, realizado por volta de 1930. Temos lado a lado, um cartão postal que circulou no contexto em que a fotografia foi realizada e atualmente faz parte da coleção particular de Apparecido Jannir Salatini e a reprodução fotográfica elaborada contemporaneamente para integrar a Coleção Pirelli/MASP de Fotografia.
Comparando as duas imagens, podemos notar que o recorte adotado na reprodução incorporada pela Coleção Pirelli/MASP, em relação ao cartão postal, se expande lateralmente à direita, mas diminui na parte inferior. Não ficando visível, portanto, a marca do fotógrafo composta pelas letras CTP, provavelmente, Copyright Theodor Preising. A marca costumava ser aplicada manualmente no negativo fotográfico pelo lado da emulsão como garantia de manutenção do crédito nas reproduções. As legendas muitas vezes eram inseridas da mesma maneira ou no entorno do suporte como no cartão postal selecionado.

Aspecto da Serra, Rodovia Anchieta, Estado de São Paulo, Brasil


Aspecto da Serra, Rodovia Anchieta, Estado de São Paulo, Brasil
Estado de São Paulo - SP
Foto Postal Colombo N. 169
Fotografia - Cartão Postal

Viaduto Major Quedinho, São Paulo, Brasil






Viaduto Major Quedinho, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
N. 130
Fotografia - Cartão Postal


Reportagem de Andressa Taffarel na Folha de S. Paulo trouxe algo que é fácil constatar dando um pulo nas bancas de jornal do centro paulistano: os cartões postais à venda são geralmente dos mesmos lugares, como a Avenida Paulista e o prédio do Banespa. “Se não for óbvio, encalha”, disse o fotógrafo uruguaio Roberto Stajano à reporter. Esse foi um dos motivos por que comprei um postal antigo com o Viaduto Major Quedinho como personagem, quando o vi no Mercado Livre, por acaso, durante uma busca por imagens daquela via. É uma foto que eu não conhecia, provavelmente dos anos 1940, tirada a partir do trecho em que o viaduto passa sobre a Avenida Nove de Julho, em direção à Praça da Bandeira. A paisagem mostrada no cartão foi usada pela Sylvinha para convidar a Ione a uma viagem para São Paulo. Quem são? Não faço ideia. No verso do cartão, um texto com personagens que permanecerão anônimos para sempre: “Ione. Que este belo viaduto lhe sugira uma visita a São Paulo. Abraços de Sylvinha.” Sem data, sem sobrenome, sem endereço — o cartão deve ter seguido dentro de um envelope.
Quem for ao viaduto hoje encontrará uma paisagem razoavelmente semelhante, mas boa parte do que aparece no cartão além do Viaduto Nove de Julho (o viaduto onde passam os ônibus nas duas fotos, que é vizinho do Major Quedinho) está hoje encoberta por edifícios mais novos. Ainda é possível avistar o prédio do antigo Hotel Cambridge/Claridge (na foto antiga, o prédio mais à esquerda), o Edifício Brasilar (que na foto antiga aparece com um anúncio em seu topo), o Prédio 9 de Julho (o prédio baixinho entre ambos), o Banespinha, atual sede da Prefeitura (escondido atrás do Brasilar), e o Edifício Paulista de Seguros (que na foto de 2012 aparece ao lado do paredão amarelo, que é do Edifício Joelma). O restante dos prédios que já se destacavam no horizonte nos anos 1940 foi engolido por ainda mais prédios. O próprio Viaduto Major Quedinho não sobreviveu incólume: é visível a diferença de seu muro, cuja parte superior na esquerda da foto de 2012 encontra-se suprimida.
Hoje duvido que seja possível encontrar um cartão postal com o Viaduto Major Quedinho. E, mesmo que se o encontre, ele certamente não será usado como convite para uma visita a São Paulo. Crédito para o blog Pseudopapel.


Viaduto Boa Vista, São Paulo, Brasil





Viaduto Boa Vista, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
N. 44
Fotografia - Cartão Postal

Faculdade de Medicina, São Paulo, Brasil







Faculdade de Medicina, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Foto Postal N. 27
Fotografia - Cartão Postal

Praça Ramos de Azevedo com Edifício Alexandre Mackenzie ao Fundo, São Paulo, Brasil


Praça Ramos de Azevedo com Edifício Alexandre Mackenzie ao Fundo, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Trecho da São Paulo Railway SPR, Estado de São Paulo, Brasil - Theodor Preising


Trecho da São Paulo Railway SPR, Estado de São Paulo, Brasil - Theodor Preising
Estado de São Paulo - SP
N. 766
Fotografia - Cartão Postal

Curitiba, Paraná, Brasil - Theodor Preising

Curitiba, Paraná, Brasil - Theodor Preising
Curitiba - PR
N. 1005
Fotografia - Cartão Postal

Várzea do Carmo e Bairro do Brás, São Paulo, Brasil


Várzea do Carmo e Bairro do Brás, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Rosenhain & Meyer N. 9
Fotografia - Cartão Postal

Várzea do Carmo era a denominação de uma das zonas centrais da cidade de São Paulo, adjacente ao Convento do Carmo e frequentemente atingida pelas cheias do rio Tamanduateí, inicialmente conhecido como Piratininga. Em 1821, o Major de Engenheiros Pedro Arbues Moreira apresentou ao governo uma proposta de desaguamento da Várzea do Carmo, com a abertura de um canal de 40 palmos de largura. Por ser uma obra muito cara não foi executada. Durante a presidência do Padre Dr. Vicente Pires da Mota foram feitas muitas melhoras no local, entre elas a mudança no curso do rio Tamanduateí. Na administração dos presidentes João Teodoro Xavier e João Alfredo Correia de Oliveira, foram realizadas várias obras com o objetivo de preservar o local das inundações.
O saneamento integral e a recuperação da Várzea do Carmo foi um processo lento. Após a canalização do rio, que só foi concluída na segunda década do século XX, o topônimo caiu em desuso e, hoje a zona é - grosso modo - equivalente ao Parque Dom Pedro II.
Na Várzea do Carmo, em São Paulo, em 14 de abril de 1895, foi realizada uma partida de futebol entre ingleses e anglo-brasileiros, formados pelos funcionários da Companhia de Gás e da Estrada de Ferro São Paulo Railway. Essa é considerada a primeira partida de futebol do país. O amistoso terminou em 4 a 2, com vitória do São Paulo Railway.
A Companhia Mêcanica, que havia efetuado grande parte da canalização do rio Tamanduateí, recebeu a proposta da Prefeitura para realizar a urbanização da Várzea. Tratava-se de executar o projeto então elaborado para o parque. Como o Tesouro Municipal não dispunha de recursos, o prefeito Washington Luís Pereira de Sousa propôs que o serviço fosse pago com os terrenos remanescentes, que pertenciam ao Município. A Companhia Mecânica, por ser uma poderosa organização empreiteira, não achou vantajosa essa troca de terras por serviços e desistiu.
O prefeito tinha como secretário o Sr. Antônio Almeida Braga, que se propôs a conseguir os recursos necessários para a urbanização por meio de uma companhia a ser construída. Assim surgiu a Companhia da Várzea do Carmo, que tinha como presidente o Visconde de Moraes. Para o Conselho Fiscal foi nomeado o engenheiro Ricardo Severo da Fonseca e Costa, sócio do escritório de Engenharia e Construções Ramos de Azevedo. Os escritórios dessa nova Companhia ficavam no prédio do Banco Português do Brasil, na rua XV de Novembro.
Em 1921 o canal do Tamanduateí foi concluído, junto com o ajardinamento da área, atraindo multidões à procura de trabalho. Dois anos depois o serviço estava completamente terminado e teve início a venda de lotes, que eram em média de duzentos metros quadrados com sete metros de frente. Os dois maiores lotes foram adquiridos pela Prefeitura para a construção do Mercado Central (atual Mercado Municipal de São Paulo).
Com os trabalhos de urbanização do parque e canalização do rio, mudava-se o leito antigo para transformar-se na rua 25 de Março. Ali existia um movimentado porto, com grandes e rústicos armazéns. Dessa extinta atividade restou a denominação Ladeira Porto Geral. Também desapareceram os portos do Tamanduateí, denominados Beco das Barbas, na atual Ladeira Porto Geral, da Figueira, na foz do Anhangabaú; da Tabatinguera, diante da rua de mesmo nome. Já o rio estava difícil de navegar devido aos bancos de areia, entulhos e aguapés.
Antes de se tornar o Parque Dom. Pedro II, toda região era denominada Várzea do Carmo, várzea por ser uma área que se inunda pelas cheias do rio Tamanduateí e rio do Carmo, este que se encontrava próximo a igreja do Carmo, que também nomeava a ladeira e ponte ao final dela (região hoje conhecida como Avenida Rangel Pestana). O rio Tamanduateí teve por anos suas margens utilizadas para banhos, pelas lavadeiras e também para o despejo de lixos. As recorrentes enchentes se tonaram um problema para a população, pois foi responsável por trazer doenças às pessoas, por conta da insalubridade da Várzea. Com a intenção de resolver este problema, em 1810, uma vala foi construída no centro da Várzea para barrar os alagamentos.
Em 1822, ao visitar a cidade de São Paulo o botânico francês Auguste Saint-Hilaire, caracterizou a Várzea de Carmo como uma “planície sem acidentes que apresenta uma encantadora alternativa de pastagens rasteiras e de capões de mato pouco elevados […] nas partes em que há mais água, o solo é entremeado de montículos cobertos de espessos tufos de relva.” e o rio Tamanduateí como quem ia serpenteando a região com suas sete voltas. Beco das sete voltas era denominada essa pequena parte que margeava o rio. em uma das setes voltas ficava o Porto Geral, que recebeu esse nome por ser o mais movimentado dos portos do rio. Eles duraram até 1849, quando se iniciaram obras para a retificação do rio. O Beco virou uma rua, que hoje é conhecida por 25 de março.
No fim do século XIX, a obra ganhou força para ser terminada. João Theodoro, em sua gestão, com o objetivo de transformar o rio em uma reta, especialmente na região do Brás e Luz, realizou a canalização da primeira parte do rio. Ainda, Theodoro foi responsável por colocar jardins e projetar a Ilha dos Amores, o que o transformou como um dos primeiros urbanistas do país. Em 1890, além de tentar encontrar novas soluções para as enchentes que ainda atingiam a população, o poder público discutia um plano de embelezamento da Várzea do Carmo.
Para que uma decisão fosse tomada, pelo executivo paulistano, sobre a situação das enchentes, foram 30 anos de discussões e debates. Em 1910, então, foi decido erguer um parque, onde participariam a iniciativa privada, o poder público municipal e estadual. Ideia que foi aprovada em 1914 e entregue a população em 1922. Assim, deixa de existir a Várzea do Carmo e surge o Parque Dom. Pedro II que se torna um dos mais importantes espaços públicos de São Paulo, por conter grande variedade de árvores. Em 1924, considerando a ideia do poder paulistano e a importância de transformar a região, foi contemplado o Palácio das Industrias.
Com o crescimento demográfico e econômico da cidade, na década de 30, a maioria das construções dos tempos coloniais e do império foram destruídas e a cidade foi deixando de possuir característica europeia. Além disso, nesse período surge o Plano das Avenidas que mudaria totalmente a estrutura do parque.
A primeira proposta voltada para a cidade de São Paulo foi feita pelo engenheiro Prestes Maia que, ao se tornar prefeito em 1938, começou a executar seu plano. A principal característica de sua ideia era a tentativa de fazer uma cópia das metrópoles americanas, e ter uma política voltada para o transporte rodoviário.
O parque sofreu intervenções e teve sua estrutura alterado, no final dos anos 50, como a pavimentação da Avenida do Estado no trajeto do Tamanduateí, a criação de cinco viadutos e diversas outras obras. A propósito, a concepção da Avenida do Estado, foi o marco para o início da degradação do parque. A estação do metrô Pedro II, o terminal de ônibus, surgido em 1971, e outras ideias do poder público, foram de gradando e destruindo o espaço do parque, que resultou no que temos hoje: apenas um espaço de transição e não mais de interação com a cidade.

Avenida Niemeyer, Rio de Janeiro, Brasil


Avenida Niemeyer, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal

Comitiva do Prefeito Paulo de Frontin Trafega Pela Avenida Niemeyer, 1919, Rio de Janeiro, Brasil - Augusto Malta



Comitiva do Prefeito Paulo de Frontin Trafega Pela Avenida Niemeyer, 1919, Rio de Janeiro, Brasil - Augusto Malta
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia 

Avenida Niemeyer, Rio de Janeiro, Brasil


Avenida Niemeyer, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
TP N. 522
Fotografia - Cartão Postal


Cheia de charme e glamour, mesmo aos 100. A Avenida Niemeyer que se torna centenária hoje já nasceu com vocação para provocar fascínio. Mal veio ao mundo e já se enfeitou, com um novo viaduto, em homenagem ao Rei Alberto, da Bélgica. Jovem na paisagem da cidade, viu os pilotos mais radicais se arriscarem em suas curvas. Ganhou admiradores famosos, como o arquiteto Le Corbusier, que a chamou de uma das mais belas do planeta. Atraiu ricos e pobres. Virou atração turística, literalmente, de parar o trânsito. Vivenciou namoros. Foi abalada por tragédias, como a recente queda de um trecho da Ciclovia Tim Maia. Mas continua encantando, até quem já explorou quase todos os seus detalhes.
— Sempre descubro uma paisagem que nunca tinha percebido, sejam ângulos da Pedra da Gávea ou das Ilhas Cagarras. Nos dias ensolarados, é mais deslumbrante ainda: céu e mar se confundem no horizonte — afirma Suze Carla de Araújo, gerente de marketing que trabalha diante de uma janela para a Niemeyer.
— Todos os dias caminho pela avenida. Acho o Viaduto Rei Alberto uma das construções mais bonitas do Rio, todo em pedra minuciosamente encaixada — destaca o arquiteto Arnaldo de Niemeyer Wright, que mora num dos recantos da via, com vista para a Praia de São Conrado.
E olha que ele fala com autoridade de quem tem antepassados que conceberam essa senhora avenida. Arnaldo é bisneto do comendador Conrado Jacob Niemeyer, que bancou a ideia de ligar o Leblon a São Conrado — onde era dono de terras —, e neto do engenheiro militar Álvaro Niemeyer. Foram os dois que concretizaram planos que já vinham em gestação desde 1881, quando a Companhia Viação Férrea Sapucaí escavou, na encosta do Morro Dois Irmãos, 800 metros do que seria uma ferrovia do Rio até Angra dos Reis.
Uma primeira tentativa, contudo, que não vingou, assim como outra, de 1913, empreendida por Charles Armstrong, diretor do Colégio Anglo-Brasileiro, que já previa ali uma avenida litorânea. A iniciativa dos Niemeyer, sim, prosperou, e a via foi entregue à cidade em 20 de outubro de 1916, uma estrada de terra ainda, que seria pavimentada três anos mais tarde, pelo prefeito Paulo de Frontin.
O Viaduto Rei Alberto também é desse período, mais precisamente 1920, mas acabaria sendo mais conhecido com outro nome: “Gruta da Imprensa”. É que a bonita Niemeyer disputava a atenção dos flashes, parte do Circuito da Gávea, corrida que, entre 1933 e 1954, chegou a reunir 300 mil espectadores para ver destemidos pilotos voarem baixo nas famosas baratinhas. Na sinuosa avenida, eles beiravam precipícios. Um deles no viaduto, onde os fotógrafos se postavam.
— Se hoje, com o trânsito lento, já acho a avenida perigosa, imagina numa corrida de carros — surpreende-se Ana de Souza, moradora do Vidigal, enquanto aponta os riscos atuais da via: — É difícil atravessá-la. É comum ônibus tirarem um fino de ciclistas e pedestres no caminho.
No passado, no entanto, a Niemeyer ainda era endereço para poucos. O crescimento de Ipanema e Leblon, na metade do século passado, impulsionou a expansão da Favela do Vidigal. E, nos anos 1960, no número 550, surgiu a que ficou conhecida como Rua dos Artistas. Um condomínio, na verdade, que virou lar de ícones da época, como Elis Regina e Juca Chaves.
A via entrava, definitivamente, para a alta sociedade. O lugar onde ficava a casa de Álvaro Niemeyer, em 1971, virou o Motel VIPs, idealizado pelo empresário Ignácio Loyola, que resolveu aproveitar a fama de “namoródromo” que tinha aquele canto da cidade. Já em 1974, era a vez de a primeira cadeia internacional de hotéis desembarcar no Rio, o Sheraton, e se estabelecer na Niemeyer, ao lado da Praia do Vidigal. Estava dada a cara que a avenida manteria até pouco tempo atrás, como um microcosmo da beleza e do caos, da mistura de requinte e pobreza.
— Um hotel de luxo com uma favela ao fundo, à beira-mar! Isso é impressionante — observava o turista americano Joe Daniel, perto do Mirante do Leblon, na terça-feira passada.
Nesse cenário, algumas propostas tentaram repaginar a via. A primeira plástica foi planejada em 1994, para duplicá-la até o Vidigal. Em 1998, o prefeito Luiz Paulo Conde também pensou alargá-la, com pistas projetadas acima do mar, integradas a um novo túnel entre a Avenida Delfim Moreira, no Leblon, e o Vidigal. Nova proposta foi estudada em 2010, no pacote de obras olímpicas. Nada feito.
Para os Jogos, a via foi recapeada. Em vez das novas pistas, foi construída a Ciclovia Tim Maia, inaugurada em janeiro de 2016 e interditada três meses depois, após o desabamento de um trecho que deixou duas pessoas mortas. Por determinação da Justiça, está fechada até hoje e, segundo a Fundação Geo-Rio, sem previsão para ser liberada. Independentemente de reabrir mais segura ou não, um fato já está consumado com a nova ciclovia.
— Ela tirou parte da vista do mar de quem passa de carro pela avenida. É uma pena — reclama Ana Loyola, neta de Ignácio Loyola, que hoje administra o motel fundado pelo avô.
Já a avenida, garante a prefeitura, é estável, mesmo que centenária. É bem verdade que precisa de cuidados constantes, e vigilância também, devido à encosta escarpada acima das pistas. Os perigos incluem pedras que podem despencar, além do lançamento de esgoto no costão. Problemas, no entanto, mais controlados hoje do que no passado, afirma a Geo-Rio.
O próprio Oscar Niemeyer, certa vez, esclareceu: não, a Avenida Niemeyer não era uma homenagem a ele, mas a um parente antigo, por parte de pai. Trata-se do comendador Conrado Jacob Niemeyer, que custeou a abertura da estrada — caminho para suas terras em São Conrado e parte da Barra da Tijuca —, doada em seguida à cidade. Do outro lado do Morro Dois Irmãos, em 1903 ele já tinha construído a Igreja de São Conrado, que mais tarde daria nome ao bairro. Em seu tempo, era um visionário, por certo, mas nem podia imaginar que por ali se abriria caminho para a expansão da cidade rumo a uma área, na época, quase inabitada.
— Ele é parte de um tempo em que as pessoas mais ricas faziam obras para a população, o que hoje é inimaginável — diz seu bisneto, Arnaldo de Niemeyer Wright.
Hoje, são mais de 36 mil veículos por dia trafegando no trecho próximo ao Sheraton Grand Rio. Do antigo Hotel Leblon, com fachada restaurada, ao Hotel Nacional, em revitalização, em São Conrado, o trânsito pesado dura quase o dia inteiro. E, mesmo após 100 anos, a via, bela e sinuosa, continua fundamental para o fluxo entre as zonas Sul e Oeste do Rio, apesar de a maior parte do tráfego, hoje, se concentrar na Autoestrada Lagoa-Barra.

Avenida Niemeyer, Rio de Janeiro, Brasil


Avenida Niemeyer, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia 


A rodovia de grandes curvas e vista privilegiada tem muitos anos de história e memórias curiosas. A Avenida Niemeyer percorre muito das características e das belezas da Cidade Maravilhosa.
Em 1881, um primeiro projeto foi criado. A ideia era construir uma estrada de ferro, para passar trens ou bondes, que ligaria a Zona Sul à Barra da Tijuca e da Barra um novo caminho para Santa Cruz que terminaria em Angra dos Reis. No entanto, a ideia da Companhia Viação Férrea Sapucaí não foi adiante por dificuldades para realizar a obra.
Anos depois, 1910, a ideia foi retomada. Mas dessa vez, a intenção era construir uma estrada menor e para a passagem de carros. O projeto era do professor Charles Wicksteed Armstrong, diretor do Colégio Anglo-Brasileiro. Mais uma vez não foi adiante e as obras novamente foram paralisadas.
No ano 1915, o projeto andou de fato. O engenheiro Conrado Jacob Niemeyer assumiu e bancou a obra e no ano seguinte, em 1916, o trajeto que liga Zona Sul à Barra da Tijuca, passando por São Conrado e beirando o mar ficou pronto e foi inaugurado.
Anos depois, em uma das curvas da Avenida Niemeyer, foi construído um viaduto nomeado Rei Alberto, em homenagem ao monarca belga.
Nos anos 1930, aconteciam na Niemeyer as famosas corridas de “baratinhas”. O evento automobilístico, chamado Grande Prêmio do Rio de Janeiro, mobilizava muitas pessoas que ficavam à beira da pista vendo os carros passar em alta velocidade.
Essas corridas, que deixaram de acontecer, definitivamente, em 1942, ajudaram a colocar o Rio de Janeiro no cenário automobilístico mundial. Atualmente, a Avenida tem outro tipo de corrida. A pé, atletas passam pela via na disputa da Maratona do Rio de Janeiro.
A Avenida Niemeyer simboliza muito o Rio de Janeiro. Nela podemos ver os contrastes da cidade. Vemos mansões de luxo e favelas, tudo isso banhado pelo mar, ali, tão perto” afirma o sociólogo Júlio Souza.

Avenida Niemeyer, 1921-1930, Rio de Janeiro, Brasil


Avenida Niemeyer, 1921-1930, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Photo Lopes N. 125
Fotografia - Cartão Postal


Avenida Niemeyer é uma via de ligação da cidade do Rio de Janeiro. Constitui-se como uma das mais importantes avenidas da Zona Sul, ligando o bairro do Leblon a São Conrado, beirando um costão de pedra e o Oceano Atlântico.
Nela, está localizado o Hotel Sheraton, na altura da favela do Vidigal. O homem que a tirou do papel foi o engenheiro militar Conrado Jacob de Niemeyer, fundador do Clube de Engenharia. Tudo começou em 1891. Era para ser uma estrada de ferro, mas avançou apenas 800 metros. Cortar a rocha era um desafio. Depois, já em 1913, a obra seguiu mais 400 metros em direção a São Conrado.
Três anos depois, em 1916, o engenheiro Conrado Jacob Niemeyer bancou e terminou a construção – pouco mais de cinco quilômetros, ainda em chão de terra e sem muretas de proteção, mas que permitiram a expansão do Rio com mais conforto, para além do Dois Irmãos. O carioca seguia caminho, sempre à beira-mar, rumo a São Conrado e à Barra da Tijuca.
Em tempos antigos, havia corridas de "baratinhas", quando a Avenida Niemeyer era um trecho do clássico Circuito da Gávea.
Depois de uma festa, no dia 24 de julho de 1977, o corpo da jovem Claudia Lessin Rodrigues foi encontrado no costão da Avenida Niemeyer. A tragédia causou grande impacto: ela teria sido morta no apartamento de Michel Frank, no Leblon. Com a ajuda do cabeleireiro George Khour, Frank tentou ocultar o corpo.
A Niemeyer corre riscos constantes de fechamento por deslizamento de barreiras, durante chuvas.

Avenida Niemeyer, Rio de Janeiro, Brasil


Avenida Niemeyer, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal

Praça Antônio Prado, Antigo Largo do Rosário, 1916, São Paulo, Brasil

Praça Antônio Prado, Antigo Largo do Rosário, 1916, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil

Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil
Poços de Caldas - MG
Fotografia - Cartão Postal

Panorama do Rio de Janeiro, Brasil


Panorama do Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia

Instrução Corânica (Koranic Instruction) - Osman Hamdi Bey

Instrução Corânica (Koranic Instruction) - Osman Hamdi Bey
Coleção privada
OST - 80x60 - 1890

Maças Refletindo (Reflecting Apples) - Michael Naples


Maças Refletindo (Reflecting Apples) - Michael Naples
Coleção privada
OST - 20x40

Cerejas Transbordando (Overflow) - Michael Naples

Cerejas Transbordando (Overflow) - Michael Naples
Coleção privada
OST - 15x15

Montagem de Locomotiva / Vagão na Oficina da Estrada de Ferro Sorocabana EFS, 1934, Sorocaba, São Paulo, Brasil - Theodor Preising

Montagem de Locomotiva / Vagão na Oficina da Estrada de Ferro Sorocabana EFS, 1934, Sorocaba, São Paulo, Brasil  - Theodor Preising
Sorocaba - SP
Fotografia - Cartão Postal

Vista de Ouro Preto, Aproximadamente 1875, Minas Gerais, Brasil

Vista de Ouro Preto, Aproximadamente 1875, Minas Gerais, Brasil
Ouro Preto - MG
Fotografia

Museu da Inconfidência, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil



Museu da Inconfidência, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
Ouro Preto - MG
Fotografia




Museu da Inconfidência é um museu histórico e artístico que ocupa a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica e mais quatro prédios auxiliares na cidade de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais. O museu é dedicado à preservação da memória da Inconfidência Mineira e também oferece um rico painel da sociedade e cultura mineiras no período do ciclo do ouro e dos diamantes no século XVIII, incluindo obras de Manuel da Costa Ataíde e Aleijadinho. Localiza-se na praça Tiradentes, em frente ao monumento a Joaquim José da Silva Xavier, o mais famoso ativista da Inconfidência.
O Museu da Inconfidência teve seu embrião original na decisão de Getúlio Vargas, em 1936, de resgatar os despojos dos heróis da Inconfidência Mineira então sepultados na África, para onde tinham sido degredados. Esta decisão se inseriu em um movimento maior de recuperação da memória do período colonial brasileiro e de seus monumentos, sendo que nesta mesma época foi criado o órgão nacional de defesa do patrimônio histórico e artístico brasileiro, o IPHAN.
Foi incumbido da missão de descobrir o local do sepultamento e repatriar os restos mortais dos conjuradores Augusto de Lima Júnior, que antes do fim do mesmo ano de 1936 desembarcava no Rio de Janeiro com o resultado de suas buscas. As urnas foram depositadas no Arquivo Histórico Nacional, onde permaneceram por um bom tempo à espera de um local definitivo. Este surgiu na antiga Casa da Câmara e Cadeia da cidade, quando foi construída uma penitenciária em Belo Horizonte, para onde o cárcere municipal foi transferido, desocupando o prédio histórico. Getúlio Vargas e sua comitiva então se deslocaram a Ouro Preto para fazer a entrega oficial das relíquias dos heróis à sua cidade de origem, mas como o edifício precisava de uma restauração e adaptação, elas foram provisoriamente deixadas, entre grandes solenidades, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, a dita Matriz de Antônio Dias, onde permaneceram por quatro anos.
Terminada a reforma na Casa da Câmara, que incluiu a supressão de acréscimos espúrios e a recuperação do aspecto original do edifício já bastante desfigurado, o Panteão foi inaugurado com o traslado dos restos mortais do grupo em 21 de abril de 1942, na comemoração do 150º aniversário da decretação da sentença condenatória dos inconfidentes. Também foi instalado numa sala contígua o túmulo de Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, a célebre Marília, musa de Tomás Antônio Gonzaga, e o cenotáfio de Bárbara Heliodora da Silveira, esposa e incentivadora de Alvarenga Peixoto. Entretanto o museu propriamente dito só foi inaugurado em 11 de agosto de 1944, no bicentenário de Tomás Antônio Gonzaga, e sua organização foi saudada na época como avançada para o tipo de museologia praticada no Brasil de então.
As primeiras peças foram coletadas em várias cidades e vilas da região, especialmente de Mariana, Getúlio Vargas ordenou a doação ao museu do 7º volume dos Autos da Devassa e das traves da forca de Tiradentes que estavam no Rio, e foi adquirida a grande coleção de arte colonial de Vicente Raccioppi, e com o passar dos anos o acervo foi sendo ampliado com aquisições variadas, incluindo a transferência de grande coleção documental em depósito em outras instituições nacionais e regionais e a grande biblioteca de Tarquínio de Oliveira, com mais de 12 mil volumes e que incluía muitas obras raras.
Depois do período inicial, quando a instituição gozou de grande prestígio e publicava um Anuário reputado pela qualidade de seus artigos, a queda de Getúlio transformou o panorama político nacional, e por causa de sua associação com antigo regime, o museu entrou em uma fase de decadência. O quadro de funcionários foi reduzido a um mínimo, o prédio histórico começou a decair sem receber manutenção, o acervo sofreu, o Anuário foi suspenso e todo o segundo andar teve de ser fechado à visitação. A situação só mudaria com a chegada de Delso Renault, enviado pelo IPHAN, realizando a recuperação do prédio, o restauro de numerosas peças de mobiliário, reabriu o segundo piso e instituiu a cobrança de ingressos como forma de obtenção de alguma renda. A administração seguinte conseguiu manter o ritmo ascendente, e hoje o Museu da Inconfidência voltou a figurar com destaque no rol dos museus nacionais, tendo inclusive incorporado mais quatro prédios como anexos e modernizado todos os seus equipamentos e sistema museográfico. Em 2013, o museu teve 142,5 mil visitantes.
A Casa da Câmara e Cadeia de Ouro Preto é um dos mais importantes remanescentes da arquitetura colonial do barroco tardio no Brasil, erguido pelo governador Luís da Cunha Meneses com um projeto de José Fernandes Pinto Alpoim na década de 1780, num período em que as riquezas das minas começavam a se esgotar e os desmandos do governador geravam críticas. O projeto original atendia às necessidades deste tipo de edifício, com salas de arsenal, campanário para convocação do povo, um cárcere, uma enfermaria, um oratório, uma cozinha e um açougue, além das salas administrativas. Traços do neoclassicismo que começava a surgir também são perceptíveis no frontão e na colunata da fachada.
Seu aspecto externo é imponente e de grande elegância, com uma fachada simétrica de dois pisos com elementos destacados em cantaria, e um corpo construído sobre um pódio elevado. A escadaria da frente, com uma fonte em pedra lavrada, conduz à entrada principal, com duas portas inseridas em um pórtico com colunas jônicas que se eleva até o pavimento superior, onde é coroado por um frontão triangular com o brasão real em relevo inscrito, e que continua para cima na torre sineira, onde há um relógio. As aberturas são todas semelhantes, com molduras em pedra e arremate em arco, embora no piso superior tenham sacadas com gradis de ferro trabalhado. Acima do conjunto corre uma balaustrada, com estátuas decorativas nas extremidades. Essas estátuas, são a Justiça, vista no canto à direita da foto acima, representada com espada na mão direita e balança na esquerda; a Coragem, representada com um cálice na mão direita, a Temperança, situada no canto do fundo na Coragem, representada por uma mulher com um freio de animal na mão direita e ao lado desta para o lado da igreja do Carmo, no fundo também, a Força, representada por um homem com uma coluna.
Modernamente o Museu da Inconfidência está organizado nos seguintes setores:
Casa de Câmara e Cadeia, com a exposição permanente e o Panteão dos Inconfidentes.
Anexo I, com a reserva técnica, o auditório, uma sala para exposições temporárias e salas de apoio.
Anexo II, com o setor de museologia, os laboratórios de conservação e restauro e o setor de documentação e pesquisa.
Anexo III, a Casa do Pilar, com os arquivos judiciário, histórico e musicológico, e um setor de pesquisa.
Casa da Baronesa, onde funciona o Museu-Escola.

Cacique Tibiriçá e Neto (Cacique Tibiriçá e Neto) - José Wasth Rodrigues


Cacique Tibiriçá e Neto (Cacique Tibiriçá e Neto) - José Wasth Rodrigues
Museu Paulista São Paulo Brasil
OST - 231x145 - Aproximadamente 1932


Rei do povo indígena guaianá, ele tornou-se a peça-chave da fundação de São Paulo e da posterior colonização dos bandeirantes paulistas nos sertões da América do Sul.
Tibiriçá que quer dizer "maioral" ou "vigilante", habitava o planalto paulista na época da chegada dos vicentinos que fundaram o que é hoje a cidade de São Paulo. Naquele tempo, havia um cacique em cada aldeia, porém, o que diferenciava os guaianases de outros índios brasileiros é que, acima dos caciques, havia um "cacique maior" (semelhante aos incas), nesse caso, era Tibiriçá o cacique rei.
Tibiriçá tornou-se cristão e foi batizado pelos padres jesuítas José de Anchieta e Leonardo Nunes, ganhando o nome cristão de "Martim Afonso", em homenagem ao fundador de São Vicente. Tornou-se aliado dos europeus e grande amigo do explorador português João Ramalho (patriarca dos Bandeirantes) que se casou com a filha mais velha de Tibiriçá, a índia Bartira, que era uma espécie de princesa (princesa Isabel era seu nome católico), pois era herdeira do trono de Tibiriçá. O seu casamento com João Ramalho, representou a continuidade da "monarquia" dos guaianases, e nessa união tivemos origem do povo paulista, originado da união matrimonial e familiar entre os guaianases e os europeus.
Em 1554, Tibiriçá uniu-se a Manuel da Nóbrega e José de Anchieta na fundação de São Paulo, estabelecendo seu povo na área onde hoje está instalado o Mosteiro de São Bento, no centro da capital.
Tibiriçá era irmão de Piquerobi e de Caiubi, índios que se salientaram durante a colonização portuguesa em terras paulistas: o primeiro, como inimigo dos europeus; e o segundo, como grande colaborador dos europeus. Tibiriçá teve muitos filhos com a sua mulher Potira, teve Ítalo, Ará, Pirijá, Aratá, Toruí, Bartira e Maria da Grã.
A atual rua de São Bento era, por esse motivo, chamada, primitivamente, Martim Afonso (nome em que fora batizado o cacique). Graças à sua influência, os jesuítas puderam agrupar as primeiras cabanas de neófitos nas proximidades do colégio. Tibiriçá deu aos jesuítas a maior prova de fidelidade no dia 9 de julho de 1562, quando, levantando a bandeira e uma espada de pau pintada e enfeitada de diversas cores, repeliu, com bravura os ataques inimigos à vila de São Paulo, efetuado pelos índios tupis e carijós chefiados por seu sobrinho (filho de Piquerobi) Jaguaranho, no ataque conhecido como o "Cerco de Piratininga". Durante o combate, Tibiriçá matou seu irmão Piquerobi e seu sobrinho Jaguaranho, garantindo assim a existência da cidade de São Paulo.
Podemos chamar Tibiriçá, Bartira e João Ramalho como os patriarcas dos Bandeirantes, pois logo após casar-se com Bartira, João Ramalho fundou a "dinastia de mamelucos" (filhos de índios com europeus) que, no século XVII, teve lugar de destaque nos desbravamentos nos sertões, tal dinastia era conhecida como "Bandeiras", sendo eles os "bandeirantes" homens brancos, índios e caboclos que viriam a desbravar mais de 60% do atual território brasileiro.
Tibiriçá teve muitos descendentes, em 1580, Susana Dias, sua neta e o bisneto André Fernandes, fundou uma fazenda à beira do Rio Tietê, a oeste da vila de São Paulo, próximo à cachoeira denominada pelos indígenas de "Parnaíba": hoje, é a cidade de Santana de Parnaíba, que viria a ser o "Berço dos Bandeirantes". São muitos os descendentes de Tibiriçá no Brasil, através de suas filhas e seus descendentes bandeirantes.
A atual rainha Sílvia da Suécia é uma de seus inúmeros descendentes.
Tibiriçá morreu em 25 de dezembro de 1562 e seus restos mortais estão guardados na cripta da Catedral da Sé no centro de São Paulo.
Sendo assim, Tibiriçá, juntamente com sua filha Bartira, e seu esposo João Ramalho, são considerados os patriarcas dos paulistas e “fundadores da paulistanidade".

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Sr. Cabeça de Batata (Mr. Potato Head) - Michael Naples


Sr. Cabeça de Batata (Mr. Potato Head) - Michael Naples
Coleção privada
OST - 15x15



Uma batata com acessórios. Muita coisa poderia ser mais animada do que isso. Poderia se não estivéssemos falando do Mr. Potato Head (conhecido no Brasil como o popular Senhor Cabeça de Batata). Afinal, ele é uma das celebridades mais populares e queridas na infância de qualquer criança, e se tornou um ícone cultural. Mr. Potato Head, o tubérculo mais famoso do mundo, por mais de meio século instiga a imaginação de milhões de crianças, e também de marmanjos, com a possibilidade de criar feições infinitas e engraçadas, encarnando nos últimos anos personagens famosos como Indiana Jones, Chewbacca e Darth Vader. 
A história de um dos brinquedos mais famosos e populares do mundo começou com George Lerner, um inventor nova-iorquino do bairro do Brooklyn, que quando criança transformava batatas, que sua mãe plantava na horta da humilde fazenda em que morava, em bonecas para sua irmã mais nova. Ele usava várias frutas e vegetais (uvas viravam olhos e cenouras se transformavam em narizes) para criar as feições faciais. O inventor desenvolveu o produto em 1949, e originalmente o brinquedo viria como brinde de uma marca de cereais, sendo necessário adquirir suas peças separadamente para montá-lo. Porém, em 1951, George visitou os irmãos Henry e Merrill Hassenfeld, fundadores da empresa Hasbro em 1923, e mostrou-lhes uma caixa com narizes, olhos, orelhas, óculos, bigodes, cabelos e um cachimbo. E explicou: “Espete isto em frutos ou vegetais para criar personagens divertidos”. Qualquer fruto servia, mas as batatas pareciam ser as melhores. Merril, um dos irmãos, adorou a ideia.
Foi então que a Hasbro adquiriu os direitos do produto por US$ 5.000, mais royalties de 5% para cada kit vendido, e lançou o brinquedo no mercado no dia 1 de maio de 1952 por meros 98 centavos de dólar (imagem abaixo). O primeiro kit do brinquedo não vinha acompanhado de uma cabeça, mas apenas das peças (dois pares de olhos, quatro narizes, duas orelhas, duas bocas, dois pés, duas mãos, três chapéus, um bigode, um cachimbo, um óculos e oito peças de cabelos) e um tronco para apoiá-la – a cabeça deveria ser customizada pelo próprio consumidor, que para isso poderia utilizar qualquer vegetal possível ou disponível para a tarefa. O Mr. Potato Head, como o produto foi batizado, se tornou o primeiro brinquedo a ter um comercial veiculado na televisão no dia 30 de abril de 1952 com o slogan “Meet Mr. Potato Head, the most wonderful friend a boy or girl could have!” (“Conheça o Sr. Cabeça de Batata, o amigo mais fantástico que um menino ou menina poderia ter!”, em tradução livre), e em seu primeiro ano de comercialização amealhou US$ 4 milhões, vendendo mais de um milhão de unidades.
No ano seguinte, o boneco ganhou dois irmãos, Brother Spud e Sister Yam. Ainda nesta década outros acessórios foram introduzidos como carros, animais de estimação, trailers e um kit de cozinha. Em 1964, os vegetais utilizados como cabeça para o brinquedo passaram a ser desnecessários, para alegrias de milhões de famílias. Uma peça plástica com o formato de uma batata (mesmo) passou a integrar os kits do boneco. Ainda nesta década, os Tooty Fruity Friends foram adicionados ao universo do personagem. Entre os novos amigos estavam Pete the Pepper (um pimentão), Oscar the Orange (uma laranja), Cooky the Cucumber (um pepino) e Katie Carriot (uma cenoura). Outros amigos menos nutritivos também foram adicionados a turma na mesma época. Eram os Picnic Pals, que contavam com Willy Burger (um hambúrguer), Frenchy Fry (uma batata-frita) e Frankie Frank (uma salsicha). Essa linha ganhou alguns itens diferenciados, como olhos da cor de mostarda e ketchup, além de rostinhos de cebolas e de picles.
Em 1973, a cabeça aumentou de tamanho e tomou o lugar do tronco sobre o qual era apoiada. Em 1983, a metamorfose se completou, e o Sr. Cabeça de Batata finalmente adotou o formato pelo qual ficou mais conhecido - ganhando o espaço interno vazio, onde se guardam os acessórios. Na década de 1990 o brinquedo já não desfrutava de tanta popularidade como nos anos anteriores. Com as vendas em queda, parecia fadado ao ostracismo ou uma relíquia na lembrança de adultos que se divertiram muito em suas infâncias com o brinquedo. Porém, uma jogada de mestre ou de marketing da Hasbro colocou novamente o brinquedo em seu devido lugar. Mr. Potato Head voltou a fazer parte nas listas de presentes das crianças (e adultos), devido a sua inclusão como personagem do primeiro filme de TOY STORY em 1995, onde o brinquedo fazia parte do elenco principal da trama. Em pouco tempo, o brinquedo que estava meio esquecido no enorme portfólio da Hasbro teve suas vendas aumentadas em 800%.
A partir de então, a empresa parece ter finalmente acordado para as infinitas possibilidades que seu brinquedo permite, e passou a lançar versões ainda mais atraentes para o público - tanto o nostálgico, cujo interesse pelo boneco foi renovado, quanto para a nova legião de fãs conquistada. De repente Mr. Potato Head, o tubérculo mais famoso do mundo, começou a encarnar personagens famosos como Homem-Aranha, Darth Vader, Indiana Jones (bem fiel ao original, com direito a chapéu, jaqueta, laço e até a um ídolo batatal de ouro), Optimus Prime (do filme Transformer) e até Papai-Noel.
Com isso, a enorme popularidade reconquistada de Mr. Potato Head atraiu inúmeras empresas que licenciaram o famoso personagem em uma infinidade de produtos como jogos eletrônicos, cartões, roupas e acessórios. Essa enorme popularidade não foi conquistada de graça: ele já foi porta-voz de uma convenção contra o tabaco em 1987 (onde entregou seu cachimbo), garoto-propaganda das batatas fritas da rede Burger King, é membro do Hall da Fama dos Brinquedos, ganhou um desenho só seu no canal Fox Kids e teve até uma tirinha desenhada por Jim Davis, o mesmo criador de Garfield. Além disso, o personagem invadiu o mundo digital com o lançamento do Mr. Potato Head Create and Play, um aplicativo que permite ao usuário brincar com o personagem que aparece apenas como uma batata, que deve ser preenchida com olhos, nariz, boca, orelhas, braços, pernas e acessórios (são mais de 200 looks diferentes). Mais recentemente, o boneco ganhou um novo visual, agora possui mais orifícios para os acessórios e está um pouco mais magro.
Hoje em dia Mr. Potato Head, um dos brinquedos mais lúdicos da história, é comercializado pela Hasbro em mais de 150 países ao redor do mundo, incluindo a linha tradicional, os personagens licenciados e kits sazonais para comemorar datas especiais. 



Praça José de Alencar e Theatro, Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil

Praça José de Alencar e Theatro, Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil
Corumbá - MS
Fotografia - Cartão Postal

Inauguração da estátua "The Queen of Time", 1931, Selfridges, Oxford Street, Londres, Inglaterra


Inauguração da estátua "The Queen of Time", 1931, Selfridges, Oxford Street, Londres, Inglaterra
Londres - Inglaterra
Estátua


In the days before mobile phones it was common practice to arrange a rendezvous beneath some well-known clock and in October 1931 Selfridges unveiled what one writer called ‘London’s newest meeting place’. Other commentators hailed it as ‘one of the sights of London’ and a ‘horological masterpiece’. Nowadays most Oxford Street shoppers barely notice it.
Several reputable websites claim the clock was created as early as 1908 but even the first (the eastern) part of the building wasn’t completed until 1909 and at that time Harry Gordon Selfridge envisaged an entirely different central feature, with a large dome crowning the storefront.
The western and (ultimately domeless) central sections both had to wait until after the First World War, opening in 1920 and 1926 respectively, by which time the architect Albert D Millar had conceived the idea of a clock and sculpture grouping.
The statue of the Queen of Time standing on the prow of the Ship of Commerce and attended by nymphs was the work of Gilbert Bayes, a leading exponent of the New Sculpture movement, which influenced Alfred Gilbert’s statue of Eros in Piccadilly Circus.
Bayes at first planned to create his 11-foot-tall queen in terracotta but he eventually chose to use bronze, decorated with gilding, blue faience and Doulton stoneware.