Chevrolet Vectra, Primeira Geração, Brasil
Fotografia
Aclamado por
público e crítica, o Chevrolet Monza foi tão bem-sucedido que até hoje tem uma
legião de fãs. Derivado do Opel Ascona alemão, reinou entre os sedãs médios por
dez anos. Sua fiel clientela exigiu um sucessor à altura: o Vectra.
Igualmente
projetado pela Opel, o Vectra foi apresentado ao mundo no Salão de Paris de
1988. Com versões de quatro e cinco portas, superava o Ascona em todas as
medidas, sendo intermediário entre Kadett e Omega. Comum aos três era a
preocupação com a aerodinâmica: seu coeficiente de arrasto era de apenas 0,29.
Contribuíam o
capô baixo, os vidros rentes à carroceria e a traseira alta, resultado de 1.500
horas em túnel de vento. O monobloco foi desenvolvido com
supercomputadores, que analisavam a deformação em testes virtuais de impacto.
Competia com os melhores: Audi 80, BMW Série 3, Ford Sierra, Mercedes-Benz 190,
Peugeot 405 e VW Passat.
Com um currículo
tão expressivo, ninguém se surpreendeu quando os primeiros protótipos começaram
a rodar pelo Brasil. Nem a revitalização do Monza foi capaz de arrefecer os
ânimos da torcida, que só se deu por satisfeita quando os primeiros Vectras
brasileiros ultrapassaram os portões da fábrica em São Caetano do Sul (SP), em
setembro de 1993.
O índice de
nacionalização era só de 60% das peças, várias importadas da Alemanha e
Inglaterra, incluindo partes da carroceria. Apesar de menor que o Omega,
oferecia conforto similar: ótimo espaço interno e um porta-malas de 388 litros,
com acesso pelo habitáculo através do encosto rebatível do banco traseiro.
Versão de
entrada, o Vectra GLS tomava o lugar do Monza mais caro, o Classic. O motor de
2 litros e oito válvulas era mantido, mas agora com injeção multiponto Bosch
Motronic e 116 cv. O câmbio de relações longas favorecia o consumo sem
comprometer o desempenho: 0 a 100 km/h em 11,42 segundos, máxima de 187,1 km/h
e consumo médio de 11,48 km/l.
Direção
hidráulica, ar-condicionado, trio elétrico, barras de proteção nas portas,
freio a disco nas quatro rodas e regulagem de altura para banco do motorista e
coluna de direção eram de série. Completo para a época, oferecia só dois
opcionais: toca-fitas e computador de bordo.
Mais luxuoso,
o Vectra CD trazia os itens do GLS, mais ABS, toca-fitas, regulagem elétrica
dos faróis, faróis de neblina e para-choques na cor da carroceria. Além do
computador de bordo, trazia dois opcionais interessantes: teto solar elétrico e
câmbio automático eletrônico de quatro marchas (contra três do Monza).
As duas
versões ofereciam qualidades para satisfazer entusiastas do Monza e superar os
rivais VW Santana e Ford Versailles. Mas, nos números, todos ficavam atrás do Fiat
Tempra 16V, que estabeleceu o novo padrão de
desempenho do segmento, com 0 a 100 km/h de 9,85 segundos e máxima de 195,5
km/h.
Ciente disso,
a GM solicitou à Opel que adequasse o Vectra GSi às condições brasileiras. Além
das 16 válvulas, o motor trazia injeção Bosch Motronic sequencial, pistões
forjados, comandos de válvulas ocos (mais leves), cárter de alumínio, admissão
com duas borboletas, resfriador de óleo e coletor de escape em inox.
Com 150 cv (75
cv/litro, a mais alta potência específica por vários anos) tornou-se o mais
rápido dos nacionais: o GSi ia de 0 a 100 km/h em 9,22 segundos e chegava a
207, 7 km/h. Isso só seria quebrado com o Tempra Turbo (sobrealimentado) e o
Omega 4.1 (mais que o dobro da cilindrada).
A segunda
geração deu as caras em março de 1996 e continuou dividindo o mercado com o
Monza, que sairia de cena apenas em outubro do mesmo ano, provando que mais
difícil do que criar um automóvel de sucesso é desenvolver seu sucessor.




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