Blog destinado a divulgar fotografias, pinturas, propagandas, cartões postais, cartazes, filmes, mapas, história, cultura, textos, opiniões, memórias, monumentos, estátuas, objetos, livros, carros, quadrinhos, humor, etc.
segunda-feira, 14 de outubro de 2019
Edifício Joseph Gire, Prédio do Jornal "A Noite", Rio de Janeiro, Brasil
Edifício Joseph Gire, Prédio do Jornal "A Noite", Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
O Edifício Joseph Gire, mais conhecido como "A Noite", é um arranha-céu localizado na Praça Mauá, no centro do Rio de Janeiro, no Brasil. Construído nos finais da década de 1920, é considerado um marco arquitetônico do país, sendo, na época de sua inauguração, o maior arranha-céu da América Latina e "o mais alto edifício do mundo construído em concreto armado".
O edifício foi levantado numa das extremidades da Avenida Central (hoje Avenida Rio Branco), na Praça Mauá, próximo ao Porto do Rio de Janeiro. O local havia sido ocupado anteriormente pelo Liceu Literário Português, que se mudou para o Largo da Carioca, onde ainda se encontra.
Os responsáveis pelo projeto arquitetônico foram o arquiteto francês Joseph Gire (também responsável pelo Hotel Copacabana Palace) e o arquiteto brasileiro Elisário Bahiana. Foi construído entre 1927 e 1929 utilizando a nova tecnologia do concreto armado, dando grande impulso à engenharia praticada no Brasil de então. Os cálculos estruturais foram realizados pelo engenheiro Emílio Henrique Baumgart, mais tarde responsável pelo Ministério da Educação e Cultura. Com 22 andares e uma altura de 102 metros, foi o mais alto da América Latina na década de 1930 até ser ultrapassado pelo Edifício Martinelli, inaugurado em 1934. Tanto as fachadas como as áreas internas comuns revelam influências do estilo art déco, ainda que o interior tenha sido descaracterizado por reformas modernas.
O edifício foi inicialmente sede do jornal vespertino "A Noite". Servia também de mirante que oferecia uma vista privilegiada da cidade e da Baía da Guanabara. A partir de 1937, já sem o jornal, sediou a Rádio Nacional, de grande popularidade graças aos programas de auditório e novelas de rádio. Pelo auditório da rádio passaram grandes cantores como Sílvio Caldas, Francisco Alves e Orlando Silva, além do arranjador Radamés Gnattali. Foi também sede de empresas e restaurantes, um deles no terraço.
Com o tempo, a zona circundante d'A Noite e o próprio edifício entraram em decadência, mas há planos para um restauro. Antigamente era sede do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), hoje, no entanto, o INPI se encontra alocado em dois outros prédios próximos.
Além da relevância cultural, por ter abrigado a Rádio Nacional no auge da Era do Rádio, o edifício "A Noite" foi um marco arquitetônico e urbanístico. Em termos formais, o edifício aproximava-se dos modelos de arranha-céus norte-americanos como os que compunham a paisagem de Chicago, muito longe os modelos europeus até então favorecidos no Brasil. Na zona da Praça Mauá, o "A Noite" era tão alto que uma composição urbanística harmônica com os edifícios circundantes era impossível. A partir da construção do edifício "A Noite" começou o processo de verticalização da cidade, que continuou durante décadas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)


Nenhum comentário:
Postar um comentário