Volkswagen Gol Copa, Brasil
Fotografia
Apresentada em
1982, a versão Copa foi uma tentativa (bem-sucedida) da VW de finalmente
emplacar o Gol. Lançado dois anos antes para substituir o Fusca, o Gol demorou a
cair no gosto da torcida, apesar de estável e bonito. A explicação estava na
mecânica aquém da esportividade sugerida pela suspensão bem-acertada e pelo
design.
Impulsionado
por um anêmico motor 1.3 refrigerado a ar (similar ao do Fusca), ele demorou
30,27 segundos no teste da QUATRO RODAS da época, para ir a 100 km/h, e não
passou dos 124 km/h de máxima, graças a um coeficiente de arrasto aerodinâmico
que também comprometia o consumo.
Com a chegada
em 1981 do motor 1.6 de dupla carburação, tudo mudava para melhor: o Gol era
capaz de chegar a adequados 138 km/h. Para surpresa geral, até o consumo
melhorou, subindo de 12,38 km/l para 13,04 km/l.
Mas nada se
comparava à maior elasticidade do motor: ele levava ótimos (para a época) 18,21
segundos para ir a 100 km/h e retomava de 40 a 100 km/h em 25,71, números
melhores que os do Passat LS com seu moderno motor 1.5 a água.
Além disso, o
comportamento dinâmico era favorecido pelo uso dos pneus radiais, servofreio e
barra estabilizadora dianteira, tudo como equipamento de série.
Era tanta
disposição que o Gol Copa merecia ter ido para a Espanha ao lado de Sócrates,
Cerezo e Falcão: os pneus radiais pareciam ainda mais largos sobre suas belas
rodas de alumínio. Além dos faróis auxiliares, havia a inscrição “Copa” nas
laterais e no vidro traseiro.
O volante de
quatro raios era o do Passat TS, com quatro botões da buzina e o brasão de
Wolfsburg. Por dentro, um útil conta-giros e um charme que marcaria a versão: a
manopla do câmbio imitando bola de futebol. Enquanto o Brasil chorava a derrota
para a Itália, 3.000 unidades do Gol Copa deixaram a fábrica, todas na cor azul
metálico.
Depois o Gol
Copa só entraria em campo em 1994, e nem de longe ostentava a pompa do
original. Ele tinha volante, aerofólio, faróis de longo alcance e lanternas
fumê do Gol GTi. Os espelhos eram na carroceria, um belo tom metálico
denominado Azul Celeste.
Tinha ainda
bancos revestidos com um sofisticado tecido cinza e encostos de cabeça vazados,
típico dos esportivos da época. O conta-giros também estava de volta, mas o
campeão pisou na bola: os únicos opcionais eram as travas e vidros elétricos –
nada de direção hidráulica, ar-condicionado e rodas de liga.
Outra decepção
era o motor 1.6 refrigerado a água, abaixo da expectativa para um hatch bom de
curva apoiado em largos pneus 185/60 R14. Era a despedida da primeira geração
do Gol: a segunda viria logo depois da Copa, em setembro.
Ao todo, 6.000
carros ganharam as ruas para festejar a conquista do tetra nos EUA. “Ele não é
um carro exatamente potente, mas sua dirigibilidade é típica dos VW,
extremamente agradável mesmo para os padrões atuais”, diz o arquiteto Thiago
Telhado, dono do exemplar das fotos.
A série
especial Copa foi reeditada na quarta geração do Gol em 2006, mas toda
descaracterizada do propósito original. Com quatro portas, duas opções de
motorização (1.0 e 1.6) e cinco cores para a carroceria, em nada lembrou os
veteranos da primeira geração, que vestiam orgulhosos o tradicional uniforme
azul da seleção brasileira.





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