Chrysler Esplanada GTX, Brasil
Fotografia
Sedãs
esportivos, como o Honda Civic Si e o Fiat Linea 1.4 T-Jet, foram exceção no
Brasil e no mundo. Versões de aparência e desempenho mais agressivo quase
sempre incorporam em cupês ou hatches. O Chevrolet Opala SS, por exemplo,
começou como sedã, mas logo cedeu o título para o recém-chegado cupê. Entre os
quatro-portas de sangue mais quente, ainda se destacaram o FNM 2000 timb e o
Chrysler Esplanada GTX.
Assim como o
Esplanada, o GTX era uma evolução do Chambord que a Simca planejava quando foi
adquirida pela Chrysler. O Esplanada ainda marcou a curta duração da
marca Chrysler como fabricante no Brasil, entre o fim da Simca, em 1967, e o estabelecimento
da Dodge, em 1969. O GTX surgiu no Salão do Automóvel de 1968, dois anos depois
do Esplanada. Era sua opção mais esportiva e cara.
No GTX, o
câmbio manual de quatro velocidades vinha com alavanca no assoalho, opcional na
versão básica. O motor Emi-Sul era o mesmo V8. O GTX trazia as molduras pretas
dos faróis, rodas cromadas exclusivas e faixas pretas decorativas. Faróis de
neblina e teto de vinil vinham como opcionais. Os bancos dianteiros eram
individuais e anatômicos, separados por um console que imitava jacarandá. Em
vez de relógio, um conta-giros. O volante Walrod, de três raios com vazados
circulares, oferecia boa pegada, apesar do aro fino. Pneus maiores fizeram o
estepe roubar espaço no porta-malas.
No teste de
QUATRO RODAS, em março de 1969, o GTX chegou a 165,19 km/h na sua melhor
passagem, mas na aceleração de 0 a 100 km/h perdeu para o Regente, versão mais
simples do Esplanada – 15,3 segundos, contra 14,7. “O volante demasiado
grande não facilita muito as manobras e sua caixa – exigindo pouco mais de
quatro voltas para fazer as rodas esterçarem de batente a batente – também não
contribui para a precisão necessária a um carro esportivo”, escreveu Expedito
Marazzi.
Outra queixa
era sobre a dureza do trambulador do câmbio, embora o escalonamento das marchas
permitisse uma direção muito mais fácil do veículo, por deixar o motor bem mais
tempo em sua faixa útil de giros, segundo avaliou Marazzi. A maciez excessiva
dos amortecedores prejudicou um pouco a estabilidade, preço a pagar em virtude
da dureza dos grandes pneus Pirelli cinturados. Na hora de parar, os freios a
tambor nas quatro rodas exigiam planejamento, pressão e fé, na expressão de
QUATRO RODAS, em sua primeira edição do especial CLÁSSICOS, de 2004.
Alexandre
Badolato, apaixonado colecionador e estudioso da Chrysler no Brasil, informa
que a produção do GTX foi de cerca de 670 carros, todos ano-modelo 1969. “Ele
vinha em quatro cores exclusivas, o vermelho Indianápolis, o azul Le Mans, o
verde Interlagos e o cobre turbina, esta a mesma cor do americano Chrysler
Turbine 1963”. O GTX foi a última palavra em carro da marca Chrysler produzido
no Brasil. Depois dele, só os Dodge.
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