Museu de Belas Artes de Córdoba Espanha
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A Imaculada
Conceição ou Nossa Senhora da Conceição é, segundo o dogma católico, a
concepção da Virgem Maria sem mancha (em latim, macula)
do pecado original. O dogma
diz que, desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi
preservada por Deus da falta de graça santificante que aflige a
humanidade, porque ela estava cheia de graça divina. A Igreja Católica também professa que a
Virgem Maria viveu uma vida completamente livre de pecado.
A festa da
Imaculada Conceição, comemorada em 8 de dezembro, foi inscrita no calendário litúrgico pelo Papa Sisto IV, em 28 de fevereiro de 1477.
Atualmente, a solenidade da Imaculada Conceição de Maria (8 de Dezembro)
é festa de guarda em toda a Igreja Católica, exceto em
certas dioceses ou países onde, com a prévia aprovação da Santa Sé, a sua
celebração foi suprimida ou transferida para um domingo. Festa de guarda
significa que todos os fiéis católicos devem obrigatoriamente participar na missa,
como se fosse um domingo.
A Imaculada
Conceição da Virgem Maria foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX em sua bula Ineffabilis Deus em 8 de dezembro de 1854.
A Igreja Católica considera que o dogma é apoiado pela Bíblia (por exemplo, Maria sendo cumprimentada pelo Anjo Gabriel como "cheia de graça"), bem como
pelos escritos dos padres da Igreja,
como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão. Uma vez
que Jesus tornou-se encarnado no ventre da Virgem Maria, era necessário que ela
estivesse completamente livre de pecado para poder gerar seu Filho.
Em sua Constituição Apostólica Ineffabilis Deus (8 de dezembro de 1854),
que definiu oficialmente a Imaculada Conceição como dogma, o Papa Pio IX
recorreu principalmente para a afirmação de Gênesis 3,15, onde Deus disse: "Eu Porei inimizade
entre ti e a mulher, entre sua descendência e a dela", assim, segundo esta
profecia, seria necessário uma mulher sem pecado, para dar à luz o Cristo, que
reconciliaria o homem com Deus. O verso "Tu és toda formosa, meu amor, não
há mancha em ti" (na Vulgata: "Tota pulchra es, amica mea,
et macula non est in te"), no Cântico dos Cânticos (4,7)
é usado para defender a Imaculada Conceição, outros versos incluem:
"Também
farão uma arca de madeira incorruptível; o seu comprimento será de dois
côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a
sua altura." (Êxodo 25,10-11)
"Pode o
puro [Jesus] Vir dum ser impuro? Jamais!"(Jó 14,4)
"Assim,
fiz uma arca de madeira incorruptível, e alisei duas tábuas de pedra, como
as primeiras; e subi ao monte com as duas tábuas na minha mão." (Deuteronômio 10,3)
Outras
traduções para a palavras incorruptível ("Setim" em hebraico) incluem
"acácia", "indestrutível" e "duro" para descrever
a madeira utilizada. Noé usou essa madeira porque era
considerada muito durável e "incorruptível". Maria é considerada a
Arca da Nova da Aliança (Apocalipse 11:19)
e, portanto, a Nova Arca seria igualmente "incorruptível" ou
"imaculada" (veja Mulher do Apocalipse).
Em 8 de dezembro de 1854, Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, fez a definição oficial do dogma da
Imaculada Conceição de Maria. Assim o Papa se expressou:
Em honra da
santa e indivisa Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para
exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a
autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e
Paulo, e com a nossa, declaramos, pronunciamos e definimos a doutrina que
sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição,
por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de
Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de
pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser
sólida e constantemente crida por todos os fiéis.
Entre as
igrejas cristãs, apenas a Igreja Católica Romana aceita o dogma da Imaculada
Conceição de Maria.
O dogma da
Imaculada Conceição não é aceite pelas Igreja Ortodoxas. A Igreja Ortodoxa
acredita que Maria foi uma pessoa muito devota a Deus e que levou uma vida
santa, como diziam os pais da Igreja, evitando os pecados atuais.
As Igrejas
Anglicanas possuem a mesma doutrina das Igrejas Ortodoxas.
A Igreja
Luterana e as Igrejas Reformadas também não aceitam esta doutrina católica
romana devido a diferentes interpretações do fundamento bíblico.
Os protestantes costumam criticar a crença da
"imaculada conceição de Maria", bem como outros atributos, como ela
ser eterna virgem, intercessora, ou sem pecados. Baseados na bíblia, que não
afirma explicitamente que ela não tinha pecados ou que foi concebida sem
pecados, rejeitam títulos dados a Maria, como "Senhora", e opõem-se a
prática, acusando católicos de um ato próximo de idolatria e hipocrisia,
fundamentada em tradições que não estão na bíblia.
A questão
da virgindade de Maria quando concebeu a Cristo e de que
fosse uma mulher agraciada não é questionada normalmente, mas sim os atributos
que a aproximam da autoridade divina. Os protestantes não supõem que ela tinha
de ser livre do pecado para ser escolhida (1. Porque todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus". Epístola aos Romanos capítulo
3, versículo 23) (2. como também Cristo não nasceu num berço
de ouro, mas numa manjedoura), não aceitando com convicção mais do que o que
está nos textos bíblicos, não criando nem aceitando dogmas extrabíblicos
aceitos tradicionalmente por católicos. A questão é razão de divisão entre
igrejas chamadas "evangélicas" e católicas.

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