sábado, 12 de outubro de 2019

Relógios Públicos De Nichile, São Paulo / Santos / Guarujá, Estado de São Paulo, Brasil


 São Paulo - Praça Antônio Prado - O único ainda existente.


São Paulo - Praça da Sé.


São Paulo - Largo do Arouche.


São Paulo - Estação do Brás.


São Paulo - Largo de São Bento - O relógio da foto não é o Nichile. Em alguns casos Nichile substituiu o relógio existente no local por outro com espaços para publicidade (o relógio da foto, provavelmente, foi o substituído). Continuamos na busca por uma foto.


São Paulo - Praça Ramos de Azevedo.


Santos - Bairro do Gonzaga.


Guarujá - Praia de Pitangueiras - A foto, que não o mostra por inteiro, é da construção/instalação. Até o presente momento não encontrei fotos dele por inteiro. Tal fato, provavelmente, deve-se ao ambiente de praia danificar os mecanismos do relógio, o que fez com que tivesse vida curta no local. Continuamos na busca por uma foto.



Relógios Públicos De Nichile, São Paulo / Santos / Guarujá, Estado de São Paulo, Brasil
Artigo


Os relógios públicos De Nichile foram um conjunto de relógios públicos instalados nas cidades de São Paulo, Santos e Guarujá, que tinham espaços para propaganda presentes na própria estrutura dos postes que sustentavam os relógios. Tratavam-se de seis exemplares localizados em logradouros da cidade de São Paulo, bem como dois outros instalados nas cidades de Santos e Guarujá (um em cada cidade), totalizando oito relógios. Deles restou apenas o exemplar da Praça Antônio Prado, no centro da cidade de São Paulo, tombado pelo seu valor histórico no ano de 1992. 
O exemplar da Praça Antônio Prado, desde a morte de Octávio de Nichile em 1986, tem sua manutenção a cargo de seu filho. 
Os relógios foram construídos pela empresa Relógios Michellini.
A ideia de Octávio de Nichile, idealizador dos relógios, era de utilizar os instrumentos como espaço para propaganda, uma inovação para a época. O jornal "A Gazeta", de 04/10/1930, destacava a inovação e novidade que estava para chegar à cidade. A matéria citava vários pontos curiosos, especialmente a dificuldade da população em conseguir se orientar com os relógios imprecisos existentes pela cidade, além do descritivo do projeto de Nichile.
Vale a passagem: “Evidentemente não se podia imaginar invento mais necessário. O relógio do Dr. Octávio de Nichile consiste em duas faces colocadas sobre uma artística coluna, que pousa sobre uma base de cimento amado em forma de trapézio, toda revestida de azulejos. Entre os relógios e a coluna, ambos finamente trabalhados, há dois quadriláteros laterais de uma dupla face, armados em ferro e vidro fosco, tendo na parte interna lâmpadas elétricas para a iluminação noturna. Nesses, serão feitos os reclames. Esses relógios, além da sua grande utilidade, ainda veem embelezar as nossas praças, tal a graça do seu aspecto. A conservação dos mostradores está a cargo de pessoal competente”.
Vale dizer que, já em abril de 1930, falava-se em inaugurar os primeiros relógios.
Em São Paulo, eram localizados na Estação Brás, Largo do Arouche, Largo de São Bento, Praça Antônio Prado, Praça Ramos de Azevedo e Praça da Sé (01/05/1934).
Haviam mais dois no litoral, um em Santos (Bairro do Gonzaga) e um no Guarujá (Praia de Pitangueiras), datas de inauguração ignoradas até o presente momento.
O jornal "Correio Paulistano", em abril de 1934, trazia uma curiosa fotografia exaltando a construção do relógio De Nichile na Praça da Sé. E o artigo ia além, elogiando a iniciativa, o engenheiro responsável pela obra e a ideia dos relógios públicos.
O interessante do artigo fica por conta de uma referência a um antigo relógio existente na Praça Ramos de Azevedo e pelos elogios destinados à iniciativa:
“Urgo encarecer aqui a importância desse empreendimento que veio satisfazer, amplamente, uma das mais sensíveis necessidades da população desta capital, que não dispunha até aqui de uma informação horária exata, pois os últimos relógios, há pouco desaparecidos de alguns logradouros públicos, pela sua insuficiência mecânica vinham sendo até prejudiciais a quantos tivessem a boa fé de dar crédito aos seus mostradores”.
Os trabalhos do relógio da Sé ficaram a cargo de um engenheiro, classificado como competente à época, chamado Amleto Nipote, que fora contratado por Nichile especialmente para essa obra. O mecanismo do relógio fora fabricado por Vitaliano Michellini.
A inauguração do relógio Nichile da Praça da Sé aconteceu no dia 01/05/1934, com a presença de diversas autoridades, entre elas o escritor Rocha Ferreira, que foi o responsável por fazer a entrega oficial.

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