Volkswagen Super Fuscão 1600S, Brasil
Fotografia
Simples e
acessível, o Fusca caiu nas graças dos brasileiros logo após o início da
produção nacional, em 1959. Seu sucesso promoveu uma indústria de acessórios
dedicada aos proprietários que não se contentavam com o visual espartano e com
o desempenho modesto do pequeno motor boxer de 1,2 litro e parcos 36 cv.
Em busca de
mais fôlego, a VW aumentou a cilindrada para 1,3 litro em 1967 (Tigre) e 1,5 em
1970 (Fuscão). Mas era pouco: pilotos como
Wilson Fittipaldi preferiam importar kits que a elevavam para 1,6.
Outra melhoria comum era a dupla carburação, que proporcionava melhor
desempenho e menor consumo.
Valente, o
Fusca 1600 dominava ruas e autódromos, encarando até os temidos Chevrolet
Opala. Bem-sucedido, motivou o presidente da VW, Wolfgang Sauer, a anunciar uma
categoria de monopostos com esse motor em 1973, a SuperVê. Nos bastidores, a
engenharia da VW já trabalhava numa versão oficial deste veneno.
Batizado de
Super Fuscão 1600 S, foi lançado em 1974: a campanha publicitária repleta de
gírias buscava identidade com o público jovem, chamando-o de Bizorrão. Por
fora, as novidades eram a tomada de ar preta sobre o capô traseiro e as largas
rodas com aro de 14 polegadas, similares às da Brasília.
O interior
oferecia um requinte incomum: forração interna com carpete e, para alegria dos
jovens casais, bancos reclináveis. O volante cálice de três raios da Walrod
trabalhava em harmonia com a alavanca encurtada do tradicional câmbio preciso.
O 1.6 boxer de 65 cv vinha da Brasília, mas com 5 cv a mais graças à dupla
carburação.
Para monitorá-lo,
instrumentação completa: conta-giros, relógio, amperímetro e termômetro de
óleo, indispensável em motores a ar de alta performance.
O rádio era
opcional, mas não fazia falta: o bom era curtir o ronco do escapamento
esportivo de saída única, voltada para a esquerda. A escala final do
velocímetro marcava pretensiosos 160 km/h – na melhor das hipóteses, ele não
passaria dos 136 km/h. Mas era o bastante para acompanhar o tráfego: indo de 0
a 100 km/h em 16,5 segundos, era mais rápido que os esportivos SP-2 e
Karmann-Ghia TC.
De fato, este
Fusca não levava desaforo para casa: superava Chevrolet Chevette, Dodge 1800,
Ford Corcel e seguia no encalço da nova estrela da VW: o Passat.
Os pneus
diagonais 175 S14 deixavam a desejar, mas ainda assim sua tocada era rápida e
arisca: as rodas mais largas aumentavam as bitolas e a barra compensadora
atenuava as saídas de traseira, dando muito prazer a motoristas habilidosos. Os
freios dianteiros a disco eram de série.
O carro das
fotos pertence ao colecionador Cesar Cardoso, que possui mais dois exemplares:
“Tenho esse Amarelo Imperial, um Vermelho Rubi e outro Branco Lotus”. Como tudo
que é bom dura pouco, ele saiu de cena no primeiro semestre de 1975, dando
lugar ao Fuscão 1600. Sucesso de público e crítica, essa versão seguiu firme e
forte até o fim da produção em 1986.





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