sábado, 21 de setembro de 2019

Ford Maverick 6 Cilindros, Brasil






Ford Maverick 6 Cilindros, Brasil
Fotografia



Modelos intermediários, graças a suas versões cupê, até hoje são considerados ícones nacionais de esportividade: Dodge Charger R/T e Chevrolet Opala SS já traziam essa receita quando a Ford respondeu com o Maverick.
Diferentemente dos rivais, ele chegou em junho de 1973 primeiro como cupê, o que reforçou sua imagem esportiva, assegurada pela versão GT V8. No Salão do Automóvel daquele ano era apresentado o Maverick sedã, um carro que ocuparia o lugar que já havia sido do Itamaraty, assimilado com a compra da Willys-Overland em 1967 pela Ford e eliminado da linha em 1971.
Além das dimensões próximas, outra herança do antigo sedã era mantida no cofre – do motor. O seis-cilindros em linha era uma evolução do que o Aero-Willys e o Itamaraty usavam, o que agilizou o lançamento do Maverick.
A Ford aprimorou a durabilidade e o consumo. Pistões, bronzinas, mancais, cabeçote e coletor do escapamento, assim como o sistema de lubrificação, foram redesenhados. O filtro de ar passou a ser do tipo seco, de papel. Saiu o carburador duplo, entrou um simples. Pintado de azul e capaz de entregar 112 cv, o seis-cilindros de 3 litros produzia um som distinto.
Com 17 cm a mais entre os eixos que o cupê, o Maverick sedã era mais que um mero enxerto de portas adicionais. Com dois bancos inteiriços, levava até seis pessoas. Havia as versões Luxo e Super Luxo.
Num teste entre dois Super Luxo, um de seis e outro de oito cilindros, QUATRO RODAS revelou em dezembro de 1973 pontos do projeto que poderiam ser melhores, como encosto dos bancos, ângulo de abertura das portas, escalonamento das marchas e o porta-malas, menor que no cupê.
Os 22,6 mkgf de torque mostravam-se modestos para o sedã. “É um motor de concepção ultrapassada. (…) E o consumo é grande, em virtude de se ter que andar sempre com o pé no fundo”. Mas a maciez e suavidade no funcionamento foram reconhecidas.
O Super Luxo 1974 vermelho das fotos pertence a Paul Gregson, autor de Maverick – Um Ícone dos Anos 1970. Não por coincidência, é o carro da capa do livro. Comprado em 1992, tinha algumas alterações, mas era de único dono, com manual de proprietário, rádio funcionando e estepe original.
Câmbio manual opcional no assoalho veio em 1975. Com ele, bancos dianteiros individuais e molas mais rígidas conferiam ao sedã um toque mais esportivo. Um quatro-cilindros de 99 cv era o novo motor básico. Com 157,2\ km/h de velocidae máxima, ele superou no teste da edição de agosto o seis-cilindros e ainda bebeu menos, com média de 8,3 km/l.
O antigo motor Willys continuou, agora como opcional, enquanto durou o estoque, quatro anos antes de o Mave­rick sair de linha. Era o fim do último resquício de um Willys de passeio. Apenas o Jeep manteria o legado da marca no Brasil, até 1983.

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