La Belle Ferronière (Portrait de Femme / La Belle Ferronière) - Leonardo da Vinci
Museu do Louvre Paris ou Abu Dhabi
Óleo sobre madeira - 63x45 - 1490-1495
“La Belle
Ferronnière”, é um retrato também conhecido como “Retrato de uma Mulher
Desconhecida”. O título da pintura, foi estabelecido no século XVII, e
identifica a modelo como a esposa ou a filha de um ferreiro. Também se diz que
o título discretamente alude a uma amante do rei François I de France, que era
casada com um certo Le Ferron. Há uma lenda romântica de vingança em que Le
Ferron, o marido traído, intencionalmente se infecta com a sífilis, que ao
infectar sua esposa, é passada ao rei.
Há duas cópias
conhecidas de “La Belle Ferronière”: uma foi tema de um escândalo judicial, até
ser vendida em um leilão em 2010. A outra, uma cópia do século XIX, está no
acervo do Musée des Beaux-Arts, Chambéry.
A pintura é um
dos (apenas) quatro retratos de mulheres pintados por Leonardo, sendo os
outros: a Mona Lisa, o retrato de Ginevra de 'Benci, e Dama com Arminho.
La Belle
Ferronière é uma pintura a óleo sobre
madeira de Leonardo
Da Vinci, iniciada juntamente com o término de Dama com Arminho, e também
encomendada por Ludovico
Sforza; realizada aproximadamente entre 1490 e 1495. Têm sido
propostas várias identificações da modelo: Lucrezia Crivelli, Cecilia
Galleriani, o que não se sabe de fato quem seja, pois ambas eram amantes do
soberano de Milão;
porém sua esposa se chamava Beatrice d'Este. Mas por algum tempo, pensou-se
tratar-se de Ferronière, amante do rei Francisco
I de França, pois existe uma semelhança com outra pintura de Da
Vinci: Dama com Arminho, daí surge o título errado da pintura,
que se tornaria popular em todo o mundo (devemos lembrar que Leonardo não
colocava nome em suas obras, contribuindo assim para a aura de mistério em
relação a alguns de seus trabalhos, e também erros na identificação dos
retratados).
La Belle
Ferronière remonta à primeira estada de da Vinci em Milão, sendo perfeitamente
compatível com outras obras da mesma época como o Retrato
de um Músico e a Dama com Arminho, e
refletindo os intensos estudos de óptica desse período, evidentes no belo
detalhe do reflexo do vermelho do vestido na face daquele rosto enigmático.
O nome com que
a pintura é universalmente conhecida (literalmente "a bela esposa de um
comerciante de ferramentas") é devido a um erro na catalogação no final
século XVIII: "Ferronnière" refere-se, de fato, à fita ou corrente
com joia que rodeia a testa dela, ornamento típico da época (muitas vezes usado
para esconder os sinais de sífilis que deve o
nome a Madame Ferron, amante de Francisco
I de França.
A Dama
retratada, em vez disso, deve ter estado ligada à corte de Ludovico il Moro, talvez a
sua amante Lucrezia Crivelli, ou mesmo Cecilia Gallerani, retratada esta talvez
numa idade mais avançada comparativamente às características juvenis do retrato
de Cracóvia. Outras hipóteses
tentaram identificar Isabella d'Este, a irmã
desta Beatriz
d'Este, esposa de Moro, ou Isabel Gonzaga. Na
realidade, nenhuma das propostas é considerada convincente por uma parte
substancial e unânime da crítica.
La Belle
Ferronière mostra uma jovem a meio busto, com um fundo escuro e atrás de
um parapeito ao estilo flamengo, representada com uma dupla torção, pois o
busto está virado para a esquerda, enquanto a cabeça está de frente, como que a
sua atenção sido despertada por algo. O rosto belo oferece-se à contemplação do
espectador, mas desviando o olhar de lado, sem estabelecer contacto visual,
aumentando a sensação de inacessibilidade enigmática. O desvio repentino do
olhar dá uma sensação de energia contida e vitalidade extraordinária,
garantindo uma introspecção psicológica penetrante.
Como em Dama com Arminho, a roupa
da senhora é muito cuidada, mas não opulenta, sem a necessidade de mostrar joias
vistosas. Ela usa um vestido com um decote retangular dotado, de acordo com a
moda da época, com mangas removíveis e trocáveis, neste caso amarradas por
laços que mostram os bocados da camisa branca subjacente. No pescoço, a dama
tem um fino colar bicolor, envolto em três círculos apertados e que cai, amarrado
a uma fita, sobre o peito. A jovem usa um fio fino atado na testa que segura o
cabelo e mostra um pequeno rubi encastrado ao centro da testa.
No início do
século XX apareceu uma pintura idêntica à La Belle Ferronière para
ser comercializada como pintura original de Leonardo da Vinci. O crítico e
negociante de arte britânico Joseph Duveen negou a paternidade de da Vinci e a
tentativa de venda esfumou-se. A pintura foi vendida em 28 de janeiro de 2010
pela casa de leilões Sotheby's por
US$1,5 milhões de dólares como "pintado por um seguidor de Leonardo antes
de 1750.


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