São Paulo - SP
N. 50
Fotografia
Iniciou-se no ano de 1895 as discussões sobre a construção de um teatro especificamente para ópera com um projeto enviado para a Câmara Municipal que tramitou sem sucesso. Em 1898, após o Theatro São José ser destruído por um incêndio, a Câmara Municipal lançou incentivo para o empreendimento da construção de um novo teatro, mediante a isenção de impostos. O empreendimento seria efetuado quando a concessão para isenção de impostos é estabelecida em 50 anos. O Escritório Técnico de Ramos de Azevedo apresenta a proposta de construção. Outra proposta já havia sido apresentada por Cláudio Rossi ao primeiro prefeito Antônio Prado que fez a aproximação entre o escritório de Ramos de Azevedo.
O Theatro Municipal de São Paulo, a principal casa de ópera do país.
O local escolhido para a construção foi o Morro do Chá, que já abrigava o Teatro São José. Com o projeto de Cláudio Rossi, desenhos de Domiziano Rossi e construção pelo Escritório Técnico de Ramos de Azevedo, as obras foram iniciadas em 26 de junho de 1903 e finalizadas em 1911. O estilo arquitetônico da obra é o eclético, em voga na Europa desde a segunda metade do século XIX. São combinados os estilos Renascentista, Barroco do setecentos e Art Nouveau, sendo o último o estilo da época. O teatro é estruturado em quatro corpos: a fachada, composta pelo vestíbulo, o salão de entrada e a escadaria nobre; o central, no qual encontra-se a sala de espetáculos; o palco; e, por fim, o ambiente onde estão localizados os camarins.
A inauguração estava marcada para o dia 11 de setembro, mas devido ao atraso na chegada dos cenários da companhia Titta Ruffo em São Paulo, pois vinham de turnê pela Argentina, foi adiada para 12 de setembro. Houve uma grande aglomeração de pessoas no entorno do edifício. Cerca de 20 mil cidadãos vieram admirar a iluminação com energia elétrica vinda do interior e do entorno do Theatro Municipal, algo que era atípico na época.
Além da inauguração, a noite de 12 de Setembro de 1911 foi cenário do primeiro trânsito da cidade de São Paulo. O espetáculo foi iniciado com a abertura da ópera Il Guarany, de Carlos Gomes, devido à pressão da crítica paulistana. Seguiu-se depois a encenação da ópera Hamlet, de Ambroise Thomas, com o barítono Titta Ruffo no papel principal. A companhia apresentou outras óperas durante a primeira temporada.
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