Fotografia
Na edição de novembro de 1988,
QUATRO RODAS definiu o Santana GL: “Com força de jovem”. Na ocasião, o mais sofisticado automóvel produzido pela VW
no Brasil recebia um motor de 2
litros.
Com 112 cv e 17,3 mkgf, o novo propulsor
estava à altura do conjunto formado pela direção hidráulica progressiva,
suspensões bem acertadas e carroceria de duas portas,
exclusiva para o mercado brasileiro.
O motor também era uma resposta à General
Motors, que havia equipado o Monza com um quatro cilindros de mesma cilindrada no ano anterior.
O generoso torque em baixas rotações e o
câmbio de relações curtas deixavam o Santana
imbatível nas retomadas. A dirigibilidade dócil tornava-se arisca à menor
pisada no acelerador.
De todas as versões, a intermediária GL era a mais esportiva:
posicionada entre a CL (de entrada) e a GLS (topo), trazia as
rodas do Passat GTS Pointer com acabamento diamantado, pneus de perfil 60 e opcionais como ar-condicionado, vidros e travas
elétricas e até um teto solar alemão.
A despedida
anunciada do Passat fez com que o Santana GL assumisse o posto de esportivo familiar, embora de forma
discreta.
Essa sobriedade seria quebrada um ano depois,
com a linha 1990. Oferecido nas cores vermelho, branco e preto, o Santana Sport
destacou-se pelos frisos vermelhos nos para-choques, lanternas fumê, faixas
laterais, retrovisores na cor da carroceria e ponteira de escape oval. Os faróis eram os mesmos da versão GLS.
O detalhe mais exótico da decoração era o
acabamento das rodas: face diamantada com fundo prata, totalmente prata ou face
diamantada e fundo branco, sempre de acordo
com a tonalidade da carroceria.
O interior seguia a mesma receita: vermelho
nos frisos do painel, nas laterais deporta, na
instrumentação e na padronagem dos bancos Recaro.
O sucesso da
carroceria duas portas era tão grande que foi escolhida para estrear a segunda
geração, em 1991. Completamente remodelado, o Santana incorporava elementos de estilo dos VW e Audi alemães. Desenvolvida em túnel de vento, a carroceria era 11% mais aerodinâmica que o modelo
anterior, algo perceptível no desenho arredondado e na supressão das calhas de teto.
Bem-sucedida, a segunda geração recebeu
injeção eletrônica e freios ABS para conter o avanço do Monza, dos importados e de novos concorrentes (Fiat Tempra e Ford Versailles).
A linha parecia completa, mas faltava o apelo de esportividade tão presente no anterior. Para alegria dos
entusiastas, o Santana Sport foi reeditado em 1993: a cor vermelha foi
suprimida, mas eram mantidos o preto Gótico e o branco Star. As rodas de liga vinham do Gol GTS (conhecidas como Orbital) e o porta-malas
recebia um discreto aerofólio com a terceira luz de freio integrada.
Na traseira, as inscrições “Sport” e “2000i”
indicavam o uso do motor 2 litros com injeção eletrônica Bosch LE-Jetronic.
Seus 112 cv e 17,5 kgfm faziam bonito no Gol GTI, mas já não davam conta de enfrentar o Fiat Tempra 16V e o Chevrolet Vectra.
A lista de itens de série era generosa: ar-condicionado,
vidros, travas e espelhos elétricos, moldura da placa traseira com extensão das
lanternas, faróis deneblina, volante e manopla de câmbio em couro, bancos Recaro, para-choques na cor da carroceria,
antena no teto e chave com iluminação. Apenas o ABS era opcional.
Restaram poucas unidades do Sport de segunda geração: uma delas é este exemplar das fotos, do
colecionador Kauê de Carvalho. Preterido pelo público, o
Santana de duas portas foi fabricado até 1995 em
uma versão denominada Série Única: o apelo esportivo se resumia ao acabamento e
opcionais da versão GLi e ao mesmo aerofólio do Sport.
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