segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Volkswagen Santana Sport, Brasil







Volkswagen Santana Sport, Brasil
Fotografia


Na edição de novembro de 1988, QUATRO RODAS definiu o Santana GL: “Com força de jovem”. Na ocasião, o mais sofisticado automóvel produzido pela VW no Brasil recebia um motor de 2 litros.
Com 112 cv e 17,3 mkgf, o novo propulsor estava à altura do conjunto formado pela direção hidráulica progressiva, suspensões bem acertadas e carroceria de duas portas, exclusiva para o mercado brasileiro.
O motor também era uma resposta à General Motors, que havia equipado o Monza com um quatro cilindros de mesma cilindrada no ano anterior.
O generoso torque em baixas rotações e o câmbio de relações curtas deixavam o Santana imbatível nas retomadas. A dirigibilidade dócil tornava-se arisca à menor pisada no acelerador.
De todas as versões, a intermediária GL era a mais esportiva: posicionada entre a CL (de entrada) e a GLS (topo), trazia as rodas do Passat GTS Pointer com acabamento diamantado, pneus de perfil 60 e opcionais como ar-condicionado, vidros e travas elétricas e até um teto solar alemão.
A despedida anunciada do Passat fez com que o Santana GL assumisse o posto de esportivo familiar, embora de forma discreta.
Essa sobriedade seria quebrada um ano depois, com a linha 1990. Oferecido nas cores vermelho, branco e preto, o Santana Sport destacou-se pelos frisos vermelhos nos para-choques, lanternas fumê, faixas laterais, retrovisores na cor da carroceria e ponteira de escape oval. Os faróis eram os mesmos da versão GLS.
O detalhe mais exótico da decoração era o acabamento das rodas: face diamantada com fundo prata, totalmente prata ou face diamantada e fundo branco, sempre de acordo com a tonalidade da carroceria.
O interior seguia a mesma receita: vermelho nos frisos do painel, nas laterais deporta, na instrumentação e na padronagem dos bancos Recaro.
O sucesso da carroceria duas portas era tão grande que foi escolhida para estrear a segunda geração, em 1991. Completamente remodelado, o Santana incorporava elementos de estilo dos VW e Audi alemães. Desenvolvida em túnel de vento, a carroceria era 11% mais aerodinâmica que o modelo anterior, algo perceptível no desenho arredondado e na supressão das calhas de teto.
Bem-sucedida, a segunda geração recebeu injeção eletrônica e freios ABS para conter o avanço do Monza, dos importados e de novos concorrentes (Fiat Tempra e Ford Versailles).
A linha parecia completa, mas faltava o apelo de esportividade tão presente no anterior. Para alegria dos entusiastas, o Santana Sport foi reeditado em 1993: a cor vermelha foi suprimida, mas eram mantidos o preto Gótico e o branco Star. As rodas de liga vinham do Gol GTS (conhecidas como Orbital) e o porta-malas recebia um discreto aerofólio com a terceira luz de freio integrada.
Na traseira, as inscrições “Sport” e “2000i” indicavam o uso do motor 2 litros com injeção eletrônica Bosch LE-Jetronic. Seus 112 cv e 17,5 kgfm faziam bonito no Gol GTI, mas já não davam conta de enfrentar o Fiat Tempra 16V e o Chevrolet Vectra.
A lista de itens de série era generosa: ar-condicionado, vidros, travas e espelhos elétricos, moldura da placa traseira com extensão das lanternas, faróis deneblina, volante e manopla de câmbio em couro, bancos Recaro, para-choques na cor da carroceria, antena no teto e chave com iluminação. Apenas o ABS era opcional.
Restaram poucas unidades do Sport de segunda geração: uma delas é este exemplar das fotos, do colecionador Kauê de Carvalho. Preterido pelo público, o Santana de duas portas foi fabricado até 1995 em uma versão denominada Série Única: o apelo esportivo se resumia ao acabamento e opcionais da versão GLi e ao mesmo aerofólio do Sport.

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