Fortaleza de Itaipu, Praia Grande, São Paulo, Brasil
Praia Grande - SP
Fotografia
Devido à decadência da Fortaleza de Santo Amaro, situada em Barra
Grande (SP), em fins do século XIX, cujo material de Artilharia já era
considerado obsoleto, o então presidente da República, Campos Salles, e o governador do
estado de São Paulo, Bernardo de
Campos, tiveram a preocupação de defender a Baía de Santos. Foi então
elaborado o Aviso nº 05, de 16 de janeiro de 1902, cujo objetivo era a execução
de um plano estratégico, sob comando do então ministro da Guerra, João Nepomuceno de Medeiros Mallet, que
envolveria a construção de uma fortaleza no litoral.
A Fortaleza foi implantada
em uma área ocupada por três sítios: o Itaipu, a Prainha e o Itaquitanduva. Os
trabalhos tiveram início e, ao final de 1902, já se encontrava concluída uma
estrada de acesso à Itaipu, além de um porto para desembarque de material.
Inicialmente, para proteção contra um ataque terrestre, foi
edificado o espaço onde se instalou a Bateria Gomes Carneiro, cujas ruínas são
mantidas no sítio histórico. Em 1918, foram entregues as instalações do Forte
Duque de Caxias; ano seguinte o de Jurubatuba, ambos dotados de canhões
Schneider 150 mm, de origem francesa, para a missão de defesa do litoral.
Durante a II Guerra Mundial
Itaipu manteve-se em constante estado de alerta, com os objetivos de assegurar
a navegação nas águas territoriais brasileiras e de preservar a integridade dos
principais portos nacionais. Como decorrência, teve início a construção da
Terceira Bateria, denominada Forte General Rego Barros.
A partir de 1º de abril de
1960, o 6º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado (6º GACosM) passou a ocupar
as instalações da velha Fortaleza, que, anteriormente, abrigara também o 3º
Grupo de Artilharia de Costa e o 5º Grupo de Artilharia de Costa. Os canhões
Schneider 150 mm foram substituídos pelos canhões móveis Vickers Armstrong
152.4 mm, o que ampliou o poder de fogo para a defesa do litoral de Santos.
Em
seus cem anos de criação a Fortaleza de Itaipu esteve presente em
acontecimentos significativos da história do Brasil:
- o movimento revolucionário, deflagrado na
capital paulista em de 5 de julho de 1924, contrário à política adotada no
governo do presidente Arthur
Bernardes;
- a defesa do Porto de Santos durante o período
revolucionário de 1932;
- o estado de prontidão durante o Estado Novo
de Getúlio Vargas, em
1934, após o fechamento do Congresso Nacional e de outros órgãos do Poder
Legislativo;
- a realização de patrulhas nas imediações do
Campo de Aviação de Praia Grande, em novembro de 1935, quando eclodiu a
chamada “Intentona Comunista”;
- a integração ao “Plano de Defesa Imediata”,
durante a II Guerra Mundial, quando a Fortaleza se manteve em constante
estado de alerta com o objetivo de assegurar a navegação nas águas territoriais
brasileiras e de preservar a integridade dos principais portos nacionais;
- a ocupação da Refinaria Presidente Bernardes e
da Companhia Siderúrgica Paulista, localizadas em Cubatão (SP), a fim de
garantir o funcionamento dessas indústrias, em meados de 1964.
Edson
Arantes do Nascimento, o “Pelé”, aclamado como “Cidadão do Mundo” e “Maior Atleta
do Século”, em 20 de janeiro de 1959 foi incorporado ao serviço ativo do
Exército e incluído ao efetivo variável do 6º GACosM. Iniciou assim o período
de caserna do soldado 201- Nascimento, que, no próprio
quartel, representou sua unidade em diversas competições esportivas.
Ao findar o século XX, a
Fortaleza de Itaipu passou por modernização operacional, incorporando os
Lançadores Múltiplos de Foguetes – Astros II, de origem nacional, material de
última geração de Artilharia que se destaca pela mobilidade, cadência de tiro e
poderio de destruição.
Atualmente, a Itaipu conta com
o “Projeto Cultural Fortaleza de Itaipu”, projeto este que tem o apoio da Fundação
Cultural Exército Brasileiro e almeja desenvolver atividades de contribuição
para o fomento de ações cívicas, ecológicas e turísticas. Com isso, pretende-se
valorizar atributos cívicos e éticos da sociedade brasileira; contribuir para o
engrandecimento cultural da sociedade; apoiar eventos culturais direcionados à
educação e lazer; e valorizar ações direcionadas à conservação do meio-ambiente.
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