sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Rancho dos Construtores do Forte Itaipu Perto de São Vicente, Praia Grande, São Paulo, Brasil (Rancho dos Construtores do Forte Itaipu Perto de São Vicente) - Antônio Ferrigno



Rancho dos Construtores do Forte Itaipu Perto de São Vicente, Praia Grande, São Paulo, Brasil (Rancho dos Construtores do Forte Itaipu Perto de São Vicente) - Antônio Ferrigno
Praia Grande - SP
Coleção privada
Óleo sobre madeira - 22x35


O Forte Duque de Caxias de Itaipu, melhor conhecido por Forte de Itaipu, localiza-se na Ponta de Itaipu, em Praia Grande, dominando a barra de São Vicente, no litoral do estado de São Paulo.
Tendo o Presidente do Estado de São Paulo, Dr. Bernardino José de Campos Júnior, durante a Revolta da Armada de 1893, constatado pessoalmente a precariedade do sistema defensivo da barra de Santos, constituído pela Fortaleza de Santo Amaro e pelo Forte Augusto, decidiu-se modernizar aquela defesa.
O Forte de Itaipu, projetado em 1896, destinava-se a controlar o movimento de embarcações na barra de São Vicente, acesso ao Porto de Santos. A sua artilharia, seis canhões Krupp 150 mm L/50 foi encomendada da Alemanha em 1901. Os dois anos seguintes foram consumidos na execução das obras de infra-estrutura: estradas, contenção de encostas e pontes de acesso, e um viaduto com vão livre de 20 metros e flecha de seis metros.
A partir de 1903, iniciou-se a construção da primeira bateria, e em seguida, entre 1904 e 1906, foram levantados o Quartel, o Paiol, a Casa do Comandante e outras edificações. A partir de 1909, foi iniciada a segunda bateria, de obus (Bateria General Gomes Carneiro) e, no ano seguinte (1910), as obras complementares. As suas obras foram executadas pelo Coronel Ximeno Villeroy. Em 1918 foram entregues as instalações do "Forte Duque de Caxias" e, no ano seguinte (1919), as do "Forte de Jurubatuba", ambos dotados de canhões franceses Schneider-Canet de 150 mm, com alcance de 9 quilômetros).
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, a guarnição do forte alinhou-se ao lado dos revolucionários que lutavam contra o governo do então presidente Getúlio Vargas(1930-1945). Bombardeado por uma esquadrilha de hidroaviões Savoia-Marchetti S.55 governistas, a guarnição substituiu estrategicamente os canhões Schneider-Canet por réplicas de madeira pintada, embarcando a verdadeira artilharia e munição no "Fantasma da Morte", um trem adaptado pelos revolucionários, utilizado na linha de combate.
Durante a Segunda Guerra Mundial o forte manteve-se em estado de alerta, assegurando a navegação naquele trecho das águas territoriais brasileiras, acesso ao estratégico Porto de Santos. Nesse contexto, foi iniciada a construção da terceira bateria, denominada "Forte General Rego Barros".
Na década de 1950 encontrava-se guarnecido pelo 5º Grupo de Artilharia de Costa, ainda artilhado com os canhões Schneider-Canet de 150 mm.
A partir de 1 de Abril de 1960, as dependências do forte passaram a ser guarnecidas pelo 6º Grupamento de Artilharia de Costa Motorizado (6º GACosM) tendo a sua artilharia sido substituída por canhões móveis Vickers-Armstrong de 152,4 mm. A partir de 1994 as instalações do forte encontram-se abertas à visitação pública.
A história do Forte Itaipu confunde-se com a história de Praia Grande e a própria história do Brasil.
Sua construção teve início em 1902. Na época era um local inacessível e totalmente selvagem. Sua construção exigiu a implantação de uma infra-estrutura muito complexa, envolvendo porto, estradas e saneamento, que acabaram dando origem à cidade de Praia Grande.
Várias personalidades tiveram destaque na vida do Forte Itaipu e se integraram definitivamente à cidade. Entre eles o Ministro Mallet, o Capitão-Mor Aguiar e o Capitão Tude Bastos, que cederam seus nomes a importantes locais de Praia Grande.
Ao longo dos mais de cem anos de existência, o Forte tornou-se mais do que uma simples construção. Foi palco de importantes fatos da História Brasileira. Por ali passaram centenas de milhares de brasileiros que deixaram suas marcas de sangue, suor, lágrimas e alegrias. Tudo isso resultou num sítio com vida própria. Quando você entra no Forte, você respira a História do Brasil. Sente a presença dos heróis que construíram Itaipu.
Várias lendas e curiosidades despertam a curiosidade dos visitantes. Além dos fantasmas que os residentes juram existir na área do Forte, algumas curiosidades foram devidamente registradas:
Edson Arantes do Nascimento, Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, em 20 de janeiro de 1959 foi incorporado ao serviço ativo do Exército no Forte Itaipu. Iniciou-se assim o período de caserna do soldado 201- Nascimento, que representou sua unidade em diversas competições esportivas.
O caso do Disco Voador. Um dos mais impressionantes relatos sobre blecaute provocado por OVNIs no Brasil foi o famoso caso do Forte Itaipu, na madrugada de 04.11.57. Nessa ocasião, todos os sistemas elétricos do forte deixaram de funcionar. Ao mesmo tempo, duas sentinelas que estavam de guarda sofreram graves queimaduras quando um OVNI esférico de cor vermelha desceu a pequena altura sobre os dois.
O caso foi pesquisado por militares americanos e acabou abafado, apesar de várias testemunhas que viram tudo. Somente muitos anos depois, através da chamada Lei de Liberdade de Informação americana, a Embaixada dos Estados Unidos mostrou resumidamente, o que ocorreu na ocasião.
Hoje, os canhões de Itaipu estão desativados. Deram lugar a modernos mísseis, muito mais eficientes e capazes de atingir longas distâncias com precisão incrível.
Ao mesmo tempo, o Forte adquiriu nova função, nem imaginada quando de sua construção.
Em razão da necessidade de manter o Forte protegido de tudo e de todos, a extensa área ao seu redor tornou-se uma reserva ecológica de valor inestimável. Trata-se de exemplar raro e extenso da Mata Atlântica original, praticamente dentro da cidade de Praia Grande. Pode-se dizer que é caso único no Estado de São Paulo, o que vem reforçando cada vez mais a sua vocação turística.

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