Chevrolet Amazona, Brasil
Fotografia
Com 82 anos de
história, a Chevrolet Suburban americana é
o carro há mais tempo em produção no mundo. Embora pouco conhecida no Brasil,
ela chegou a ter uma versão nacional, que seria a antecessora da Veraneio.
Lançada no fim de 1959, a Amazona (sem “s”, o
feminino de cavaleiro) derivava da 3100, conhecida como Chevrolet Brasil, a
picape que marcou a nacionalização dos produtos da General Motors, com
diferenças em relação ao modelo americano.
Um dos diretores do Chevrolet Clube do Brasil
de Carros Antigos, o colecionador Jerônimo Ardito afirma que a Brasil era
derivada da terceira geração americana, que durou até 1954, mas com a cabine e
os para-lamas parecidos com os da 3100 “Martha Rocha” de 1955.
É dessa receita nacional que deriva a
Amazona, feita para as demandas do campo, como a Brasil, mas da cidade também.
Pelo vocabulário da época, era uma camioneta ou camionete.
Com três filas
de bancos revestidos de plástico, levava oito pessoas ou, sem os bancos de
trás, até 650 kg de carga. Só o lado do passageiro dava acesso aos assentos
traseiros, por uma terceira porta. A tampa do porta-malas abria da linha da
cintura para baixo, como na maioria das picapes.
Na primeira QUATRO RODAS, em agosto de 1960,
a Amazona foi o primeiro anúncio da GM na revista, como veículo escolar.
Na linha 1963,
os faróis simples foram trocados por duplos e os elementos em V que pareciam
formar duas asas sobre a grade deram lugar a uma barra que incluía os piscas
nas pontas.
A mecânica era velha conhecida entre os
Chevrolet, um motor de seis cilindros em linha com 142 cv com câmbio manual de
três velocidades. A Amazona ainda foi o primeiro modelo da GM testado pela
revista, em maio de 1963, e o primeiro derivado de picape avaliado por ela –
antes de um teste com picape.
Na reportagem
foram registradas queixas como a trepidação do volante, grande oscilação em
estradas de terra, freio de mão acionado mesmo com a alavanca abaixada, pintura
dos para-lamas traseiros que não resistia tão bem às pedrinhas lançadas pelas
rodas da frente, borracha da tampa traseira deslocada, qualidade das
fechaduras, dureza da abertura das janelas e infiltrações de água e pó.
O espaço e o acabamento dos assentos, com
ajustes de seis posições longitudinais, agradavam. A partida era feita por um
botão junto ao acelerador. Mesmo sem assistência hidráulica, era fácil manobrar
a perua.
“Não obstante
as proporções da Amazona, a direção é leve: tem-se a impressão de que se conduz
um veículo de passeio”, elogiava a revista, que ainda considerava seu consumo
muito razoável e a aceleração boa, “graças à excelência do motor e da
transmissão”.
No estojo de ferramentas vinha até uma
prática bomba para enchimento dos pneus. Opcional atraente era a tração
positiva, sistema de diferencial autoblocante.
A perua das fotos abaixo foi comprada em
Sorocaba (SP). Foi de um único dono. “Apesar de rusticidade, ela deu bastante
trabalho na funilaria e pintura por causa do tamanho”, diz o dono atual. As
bordas do teto estavam podres. Pelo menos, a mecânica é bem conhecida.
Até 1963, foram
produzidas 2.626 Amazona. Em 1964, a C-1416, mais tarde chamada de Veraneio,
tirou o modelo de linha, mas manteve aqui por mais 30 anos uma linhagem que
hoje prossegue com a recordista Suburban.
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