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segunda-feira, 23 de setembro de 2019
Chevrolet Marajó, Brasil
Chevrolet Marajó, Brasil
Fotografia
Sete anos depois de o pequeno Chevette estrear no Brasil, em 1980, a perua derivada do Opel Kadett – base do nosso compacto – foi lançada aqui. Ela chegava num cenário sem importados, um mercado dominado por quatro fabricantes.
O segmento das peruas compactas, iniciado em 1956 pela DKW Universal, por um bom tempo polarizado entre a Ford Belina e a VW Variant, estava mudando com a chegada da Fiat Panorama. Com tamanho mais próximo da Marajó, ela mal tinha chegado quando a perua Chevette foi lançada.
Na linha 1981, a refrigeração do 1.4 foi revisada, com melhora em consumo e desempenho. Com carburador de corpo duplo opcional, o motor de 68 cv e 9,8 mkgf entregava 69,4 cv e 10,4 mkgf. O tanque de 62 litros dava 700 km de autonomia.
Às linhas arredondadas de 1980 somaram-se os faróis quadrados de 1981. A Marajó levava 469 litros. Com o banco rebatido, eram 1.282 litros. A porta do compartimento de bagagem se apoiava num amortecedor na esquerda.
A suspensão traseira foi reforçada para suportar carga extra e o eixo ganhou válvula equalizadora de freios. Comparada ao Chevette, a estabilidade da perua mereceu elogio no teste de estreia da Marajó em QUATRO RODAS, em outubro de 1980. “Funciona bem nas piores condições”, dizia a revista.
O acabamento também agradava. Já o volante inclinado para a esquerda causava incômodo, bem como o nível de ruído e a irregularidade do funcionamento do motor com a nova refrigeração.
Na edição seguinte, Marajó e Panorama se enfrentaram, mas esta última acelerou mais, consumiu menos e levou bem mais bagagem com o banco traseiro em sua posição normal, 669 litros. O motor 1.6 de 80 cv, lançado em 1981, traria um pouco mais de agilidade à Marajó. Em maio de 1982, ao enfrentar Panorama 1.3, Belina 1.6 e Chevrolet Caravan 2.5, a Marajó 1.6 ainda teve o melhor consumo urbano, 9,33 km/l.
Em 1983 vieram frente e retrovisores mais retos, além de quebra-ventos. Havia uma nova versão 1.6 a álcool e a opção de quinta marcha. Na edição de março de 1983, uma Marajó com esses recursos chegou a 146,939 km/h, contra 138, 461 km/h da Panorama, gastando menos álcool na estrada.
Para 1987, a perua Chevrolet teve redesenhados grade, para-choques, painel e tampa traseira. Na nova versão topo-de-linha SE, esta era pintada de negro entre as lanternas. Os freios reduziram em 8% as distâncias para parar.
É dessa fase de transição o exemplar automático de três marchas das fotos. Pertence ao consultor Samuel Barros, de São Paulo. “Ela foi adaptada na concessionária para parecer um modelo 1987, apesar de ser 1986”, diz Barros. Podem-se reconhecer traços de 1986 nos bancos, que em 1987 já eram os do Monza, além de diferenças no painel.
Em 1989 a GM trocou a Marajó pela Ipanema, encerrando o ciclo da peruinha, que totalizou 78.067 unidades vendidas. A perua Kadett evidenciava a origem em comum com a Marajó. Equivalente ao Kadett europeu duas gerações mais antigo, o Chevette durou até 1993.
Ainda em 1994, o Astra, substituto europeu do Kadett, chegou ao Brasil acompanhado da irmã, uma autêntica perua belga. Seu nome se mantém em catálogo até hoje lá fora.
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