Ford F-1 Pick Up, Estados Unidos
Fotografia
Por 40 anos
consecutivos, a Série F da Ford é a picape mais vendida nos Estados Unidos. Há
35 anos ela é também o veículo de maior vendagem por lá. A tradição da Ford com
esse tipo de utilitário vem dos tempos do Modelo T, disponível nessa versão de
carroceria a partir de 1925.
Nos anos 30 a picape começou gradualmente a
evoluir de maneira distinta dos carros de passeio da marca. Mas a grande virada
na história desses utilitários viria após a Segunda Guerra Mundial. Em 16 de
janeiro de 1948 a picape era o primeiro novo produto a chegar às lojas, antes
mesmo dos carros de passeio da marca.
O design da nova Série F dava um salto em
relação ao que se conhecia de picapes até ali. O para-brisa era inteiriço.
Para-lamas incorporados à dianteira davam um tom de modernidade, ressaltado
pela grade cromada entre os faróis. Anúncios da época diziam que as novas
cabines tinham custado 1 milhão de dólares para serem desenvolvidas.
Até então as
picapes eram adquiridas quase sempre com poucos opcionais. As equipes de venda
de sua rede aprenderam a alardear as vantagens do produto – como o V8 que a
Chevrolet não tinha – e convencer o cliente a incrementar o carro com
acessórios, estratégia que melhorava a margem de lucro. As versões variavam de
acordo com o entre-eixos e a capacidade de carga, contabilizando um total de
139.
A F-1 levava 500 kg e era a picape da linha.
As demais eram consideradas “caminhões expressos”. A F-2 suportava até 750 kg e
a F-3, 1 tonelada. A linha crescia até a F-8, apta a carregar 3 toneladas.
Eram dois os motores disponíveis para a F-1,
o seis-cilindros de 3,7 litros e 95 cv e o V8 de 3,9 litros e 100 cv. O câmbio
manual podia vir com três ou quatro marchas.
A F-1 ano 1951
verde-petróleo das fotos é do empresário paulista Walter Delfino. Naquele ano o
modelo ganhou frente nova. A grade parecia dentada. Mudaram também capô e
painel e a janela traseira ficou mais ampla. Um novo seis-cilindros rendia 101
cv.
Se a distância do volante ao encosto do banco
é curta, a altura do habitáculo proporciona ventilação agradável. O espaço é
bom para duas pessoas, três só para distâncias curtas.
Sem assistência, a direção aproveita o grande
diâmetro do volante. Só em manobras curtas exige mais esforço para completar as
duas voltas entre batentes. O rodar é confortável para a categoria, ainda que a
rigidez da suspensão privilegie a estabilidade.
Para 1953, a
F-100 substituiu a F-1, mas a saga da Série F continuou. Hoje ela está na 13ª
geração. Ao longo dos anos, inovações expandiram seu mercado. Entre as mais
marcantes estão a tração 4×4 de 1959 e a suspensão dianteira independente
Twin-I-Beam de eixo duplo de 1965, que valorizaram as picapes Ford como veículo
de lazer.
Em 1974 surgiu a SuperCab, de cabine
estendida. Um V8 a diesel chegou em 1980. As rodas traseiras ganhariam ABS sete
anos depois. Em 1999 a SVT F-150 Lightning unia um compressor e um V8 de 5,4
litros que produzia 360 cv.
Em 1995 a picape havia ultrapassado o recorde
de vendas do seu contemporâneo Fusca. Como outros recordistas comprovam, a
aposta da Ford nas muitas versões, opções e atualizações regulares mostrou-se
não apenas vitoriosa, mas a única capaz de alcançar tal proeza.
A Série F também tem importância no Brasil. Foi ela que em outubro de
1957 inaugurou a produção local da Ford, depois de décadas só montando carros
aqui. O motor V8 foi nacionalizado um ano depois. A F-100 nacional era bem
próxima da linha 1956 americana. Ford de passeio feito aqui, só em 1966, com o
Galaxie.




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