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segunda-feira, 23 de setembro de 2019
Chevrolet Corsa Sedan, Brasil
Chevrolet Corsa Sedan, Brasil
Fotografia
O Corsa é um dos automóveis mais bem-sucedidos do país e chegou ao mercado com uma missão árdua: substituir outro grande sucesso, o Chevrolet Chevette – um compacto com mais de 1 milhão de unidades produzidas em 20 anos. No auge, sua família era completa: além do hatch, havia uma perua (Marajó) e uma picape (Chevy 500).
Em 1994, o Corsa foi apresentado e escancarou o abismo que separava a GM do Brasil da alemã Opel: o pequeno hatch surpreendeu pelo estilo arredondado e importantes virtudes, como injeção eletrônica, bom acabamento e um interior bem aproveitado. Comparado ao último Chevette, ele era melhor em quase tudo.
Porém, o porta-malas de 260 litros não era suficiente para satisfazer os donos tradicionais do Chevette, acostumados ao compartimento com 323 litros – público que só se deu por satisfeito ao saber que a turma de São Caetano do Sul já estava trabalhando no Projeto Gemini (ou 2060).
De fato, a engenharia da GM estava acelerada: em média, uma nova versão do Corsa era apresentada a cada três meses. Primeiro vieram a Pickup e o hatch de quatro portas. Guardado a sete chaves, as linhas do Corsa Sedan acabaram vazando em agosto de 1995, graças a um furo de reportagem que ganhou a capa de QUATRO RODAS.
Desenvolvido especialmente para o mercado brasileiro, o resultado final era dos melhores: mantendo a mesma distância entre os eixos do hatch, o terceiro volume acrescentava apenas 30 cm ao comprimento total. Todas as proporções eram muito harmoniosas: a nova coluna C definia a queda suave do vidro traseiro e recebia uma terceira janela lateral.
O maior beneficiado era o porta-malas: nada menos que 390 litros, um acréscimo de 33%. Bem executado, o projeto nacional incluía o acesso ao porta-malas pelo interior do veículo, por meio do rebatimento do banco traseiro, solução ainda rara entre os sedãs nacionais. Ao contrário do hatch, os para-choques eram sempre pintados na cor da carroceria.
Mas a melhor novidade era o motor de 1,6 litro e cabeçote de oito válvulas da Pickup, que recebia injeção eletrônica multiponto para obter um expressivo salto de potência (de 79 cv para 92 v), sem comprometer o torque em baixas rotações. O desempenho era bem adequado: máxima de 176 km/h e 12,8 s para sair da imobilidade e alcançar os 100 km/h.
Havia duas opções de acabamento: a básica GL e a requintada GLS, que se diferenciava pela oferta de faróis de neblina, travas e vidros com acionamento elétrico e rodas de liga leve de aro 14 com pneus 185/60. Direção hidráulica, ar-condicionado e freios ABS, só como opcionais.
De visual caprichado, não demorou para que a versão GLS ganhasse o apelido de “baby Vectra”, principalmente após a adoção da transmissão automática Aisin de quatro marchas.
Para quem gostava de acelerar também foi oferecido o motor 1.6 16V com 102 cv. Fabricado em 1996, o Sedan GLS 1997 que ilustra a reportagem pertence ao casal Fernanda e Fabrício Soares, de São Paulo: “É um carro que honra a tradição do Chevette: pequeno e com bom porta- malas, é robusto, confiável, de manutenção simples e baixo consumo”.
Com motor 1 litro de 60 cv, a versão Wind introduzia o Corsa Sedan no segmento dos populares em 1998. As versões mais caras ganhavam a opção do airbag para o motorista, mas a chegada do Astra Sedan cativou o público disposto a pagar por mais espaço. A potência subiu para 68 cv na versão Super 16V, mas era pior em dirigibilidade. Reestilizado em 2000, o Sedan recebeu para-choques e lanternas redesenhados e, alguns meses depois, faróis com lente de policarbonato. O sucesso do Sedan entre os populares o tornou imune à chegada da terceira geração em 2002. Rebatizada de Classic, a segunda geração quebrou os dois recordes do Chevette: o de produção e o de longevidade, estando prestes a completar seu 21° aniversário.
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